FILOSOFIA MEDIEVAL: SÃO TOMÁS DE AQUINO
MÓDULO 3
#PARA COMEÇAR
Questões filosóficas:
A vida surgiu ao acaso ou faz parte de um plano maior? Deus
existe?
ESCOLÁSTICA
O termo ESCOLÁSTICA se originou a
partir da criação das primeiras escolas (protótipo das modernas instituições de
educação) no período medieval por CARLOS MAGNO e a RENASCENÇA CAROLÍNGIA que,
como o RENASCIMENTO MODERNO, buscou inspiração da cultura clássica
(GRECO-ROMANA) para o aprimoramento cultural. Outra origem etimológica possível
é a derivação do grego SCHOLÉ, que se assemelha ao ócio latino (lembrando que
tanto para gregos e quanto para romanos o trabalho manual, braçal, era visto
com desprezo e só o ócio era digno de um homem livre, e dessa liberdade é que
nascia o pensamento racional segundo ARISTÓTELES). A ESCOLÁSTICA foi um período
da história da filosofia e teologia medieval de suma importância para
fundamentação racional da fé cristã.
A MATRIZ ARISTOTÉLICA ATÉ DEUS
A inspiração para a filosofia e
teologia escolástica vem do pensamento do filósofo grego ARISTÓTELES. TOMÁS DE
AQUINO, principalmente, será o teólogo cristão por excelência da cristianização
do pensamento aristotélico.
OS FILÓSOFOS ÁRABES
Os principais responsáveis pela
introdução da filosofia aristotélica na cultura europeia medieval foram os
árabes AVICENA (980-1037) e AVERRÓIS (1126-1198). Depois da ascensão do
CRISTIANISMO e sua tentativa de conversão da EUROPA e sua cultura, considerada
pagã, os escritos do ESTAGIRITA desapareceram das bibliotecas europeias. Foram
os pensadores árabes que preservaram o trabalho intelectual de ARISTÓTELES e o
transmitiram para os filósofos e teólogos cristãos europeus. Com a conquista
por parte dos muçulmanos, depois da expansão islâmica de MAOMÉ e seus
seguidores rumo ao oeste europeu, da PENÍNSULA IBÉRICA, tal contato e difusão
foram facilitados.
RELAÇÃO ENTRE FÉ E RAZÃO
A relação entre fé e razão na
ESCOLÁSTICA pode ser dividida, para fins didáticos, em 3 fases: 1ª – Do século
IX-XII – marca a confiança na harmonia entre fé e razão; 2ª – Do século
XIII-XIV – tem como destaque o grande sistema filosófico-teológico de SÃO TOMÁS
DE AQUINO e sua parcial harmonia entre fé e razão, sendo a primeira
preponderante; 3ª – Do século XIV-XVI – tem como característica o declínio da
ESCOLÁSTICA e as disputas ferrenhas entre fideístas e racionalistas.
SANTO TOMÁS DE AQUINO
TOMÁS DE AQUINO (1226-1274)
nasceu em ROCCASSECA e seu “sobrenome” é uma referência ao condado de AQUINO,
que era uma propriedade de sua família abastada. É considerado o maior filósofo
e teólogo cristão de todos os tempos pela envergadura de seus escritos. Seu
pensamento ficou conhecido como TOMISMO e sua influência estende-se até os dias
de hoje (tivemos no século XX um grande expoente do pensamento NEOTOMISTA que
foi JACQUES MARITAIN). Defende que o trabalho da razão humana é compatível com
as crenças religiosas e a fé cristã. Filosofia e teologia são ciências
complementares e não excludentes. Cristianiza Aristóteles com finalidades
religiosas, mas mantém a superioridade da fé sobre a razão.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
Assim como ARISTÓTELES, e
fundamentado no grande filósofo grego, valorizou sobremaneira o conhecimento
empírico (dos sentidos). A lógica aristotélica também foi uma ferramenta na
construção de seu legado filosófico-teológico com o princípio da
NÃO-CONTRADIÇÃO. Herdou também os conceitos de SUBSTÂNCIA e ACIDENTE, sendo o
primeiro o elemento essencial de um ser (sem o qual deixaria de ser o que é) e
o segundo apenas uma característica aparente e mutável. Adotou o princípio da
CAUSA EFICIENTE e distinguiu seres contingentes (que podem ser e não ser) e ser
necessário (que existe em si e por si desde sempre). O princípio da FINALIDADE
afirma que tudo o que existe tem uma causa final, um fim para o qual existe. Já
o princípio do ATO e POTÊNCIA trata do movimento e da existência atual e
potencial de todos os seres (em ato é o que um ser é agora, potência é tudo o
que um ser pode vir a ser). DEUS é ATO PURO segundo TOMÁS DE AQUINO, ou seja,
pleno de ser e sem nenhuma potência, pois tudo NELE é atual.
SER E ESSÊNCIA
Todo ser (tudo o que existe)
possui uma essência (característica fundamental e distintiva). Há também dois
tipos de seres, o ser em geral, que se aplica às criaturas e o SER PLENO, que é
DEUS. DEUS é o sumo SER, enquanto as coisas criadas são seres por participação
no ser primordial divino.
A TEORIA DA ABSTRAÇÃO
Segundo o AQUINATE nós conhecemos
abstraindo dos objetos, por meio de nossos sentidos, a sua forma e matéria. O
intelecto, portanto, tira das coisas aquilo que elas são. A verdade nada mais é
do que a adequação da mente aos objetos do conhecimento. Abstrai do particular
o universal, a espécie inteligível dos entes a partir das imagens singulares.
Sua concepção aristotelizante do conhecimento aproxima-se do que depois foi
denominado empirismo (conhecimento originado dos sentidos).
PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS
Com base na teoria das causas
ARISTOTÉLICA, TOMÁS DE AQUINO elaborou 5 PROVAS DA EXISTÊNCIA de DEUS:
1ª PROVA: O PRIMEIRO MOTOR – Tudo
que se move é movido por algo e por alguém e para não regredir ao infinito
devemos admitir um PRIMEIRO MOTOR que seria DEUS.
2ª PROVA: A CAUSA EFICIENTE –
Tudo o que existe possui uma causa eficiente, ou seja, foi produzido por algo
ou por alguém, no caso do UNIVERSO, sua causa é DEUS.
3ª PROVA: SER NECESSÁRIO E SER
CONTINGENTE – Todo ser contingente é um ser que pode tanto existir quanto
deixar de existir e se levarmos esse princípio às últimas consequências
chegaríamos a um momento onde nada existiria. Portanto, é necessário um ser
necessário, que sempre existiu, como origem eterna de tudo o que existe enquanto
seres contingentes e limitados temporalmente.
4ª PROVA: OS GRAUS DE PERFEIÇÃO –
Na natureza podemos perceber graus de perfeição que existem de forma
hierárquica, começando pelos minerais (menos perfeitos), passando por vegetais,
animais, seres humanos, anjos, até DEUS (suma perfeição e origem da
perfectibilidade dos seres).
5ª PROVA: A FINALIDADE DO SER –
Tudo quanto existe possui um fim, um télos
(NÃO CONFUNDIR COM MICHEL TELÓ) como diriam os gregos, e a finalidade do
universo é glorificar ao seu CRIADOR, ser um sinal da ação poderosa de DEUS e
uma realidade guiada por seu MENTOR INTELECTUAL.
#CONEXÕES
Haveria uma inteligência,
consciência ou intencionalidade por detrás de tudo o que existe?
#CONECTADO
Olavo de Carvalho fala do
sistema de Santo Tomás de Aquino
EXERCÍCIOS
QUESTÃO 1 (Habilidade: Inferir o que foi apropriado de modo
reflexivo.)
Nível de dificuldade: Médio.
Assunto: Filosofia
medieval.
(...) Aos domingos, o toque dos
sinos não chamava o morador para o trabalho. Antes, lhe recordava que era tempo
de parar com a labuta de todos os dias e dirigir o pensamento para Deus. Talvez
não percebesse o significado profundo do ritual, apesar do esforço dos
eclesiásticos para adaptá-lo às novas realidades urbanas. Nem o texto, que era
recitado numa língua já esquecida. Mas não deixava de ser sensível às cores
brilhantes do vestuário dos oficiantes, à riqueza das alfaias, à solenidade dos
gestos e até à sonoridade dos cânticos. Julgava-se, então, mais
próximo da divindade e tinha quase a certeza de que as orações ditas em local e
momento tão belos seriam mais facilmente atendidas.
ANDRADE, Amélia A. Um processo através da paisagem
urbana medieval. In: Povos e Culturas, n. 2. Estudos de História e Arte − Homenagem a Artur Nobre de Gusmão, Edições Vega, 1995.
Podemos citar, como característica do pensamento medieval,
(A) a autonomia da razão suplanta a
fé.
(B) a crença é o único acesso à
verdade.
(C) a fé torna-se obstáculo para a
razão.
(D) a verdade se afirma como
revelação.
(E) o confronto entre a filosofia e o
mito.
GABARITO: D
Comentário: Para a filosofia medieval, o
conhecimento não é uma construção humana, mas uma revelação divina àqueles que
possuem fé, aos escolhidos por Deus.
QUESTÃO
2
(Habilidade:
Inferir o que foi apropriado de modo reflexivo.)
Nível de dificuldade: Difícil.
Assunto: São Tomás
de Aquino.
A Filosofia Medieval, a partir do século IX, é
chamada escolástica. Ensinada nas escolas ou nas universidades próximas das
catedrais, a filosofia escolástica tinha como
problema fundamental
(A) compreender a verdade revelada pelo exercício da
fé.
(B) conciliar o pensamento platônico às
doutrinas cristãs.
(C) contestar a teologia através de
argumentos filosóficos.
(D) demonstrar racionalmente a existência
de Deus.
(E) orientar os caminhos da fé através do
uso da razão.
GABARITO: D
Comentário: Assim
como na Patrística, vai existir na Escolástica, a preocupação com a questão da
conciliação entre a fé e a razão, mas acrescenta-se no debate, um
aprofundamento da teologia e a demonstração racional da existência de Deus, que
foram elaboradas por Santo Anselmo e, posteriormente, por São Tomás de Aquino,
inspirado pelas teorias de Aristóteles.
QUESTÃO
3
(Habilidade:
Ler textos filosóficos de modo
significativo e elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo.)
Nível de dificuldade: Médio.
Assunto: São Tomás de Aquino.
Fique
claro que Tomás não aristoteliza o cristianismo, mas cristianiza Aristóteles.
Fique claro que ele nunca pensou que, com a razão se pudesse entender tudo;
não, ele continuou acreditando que tudo se compreende pela fé: só quis dizer
que a fé não estava em desacordo com a razão, e que, portanto, era possível
dar-se ao luxo de raciocinar, saindo do universo da alucinação.
Eco,
Umberto. Elogio de Santo Tomás de Aquino. In: Viagem na irrealidade cotidiana, p. 339.
Podemos afirmar, de acordo com o texto, que
A) Tomás de Aquino aristoteliza o cristianismo.
B) Tomás de Aquino cristianiza Aristóteles.
C) Tomás de Aquino platoniza o cristianismo.
D) Tomás de Aquino aristoteliza Platão.
E) Tomás de Aquino cristianiza Platão.
RESPOSTA: B
QUESTÃO 4
Habilidade:
Analisar um argumento a partir de uma teoria filosófica.
Nível de
dificuldade: Médio
Assunto: Filosofia
Medieval
“Tampouco é inevitável que, se afirmarmos que
Deus é exclusivamente ser ou existência, caiamos no erro daqueles que disseram
que Deus é aquele ser universal, em virtude do qual todas as coisas existem
formalmente. Com efeito, este ser que é Deus é de tal condição, que nada se lhe
pode adicionar. (...) Por este motivo afirma-se no comentário à nona proposição
do livro Sobre as Causas, que a
individuação da causa primeira, a qual é puro ser, ocorre por causa da sua
bondade. Assim como o ser comum em seu intelecto não inclui nenhuma adição, da
mesma forma não inclui no seu intelecto qualquer precisão de adição, pois, se
isto acontecesse, nada poderia ser compreendido como ser, se nele algo pudesse
ser acrescentado."
AQUINO,
Tomás. O ente e a essência. Trad. de
Luiz João Baraúna.
São
Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 15. Coleção. Os Pensadores.
Dizer que Deus é ser, é dizer que ele é
absoluto. Só Deus é
necessário, os outros entes são
A)
Contingentes.
B)
Particulares.
C)
Essenciais.
D)
Existentes.
E)
Eficientes.
REPOSTA:
A
QUESTÃO
5 (Descritor: relacionar
conceitos entre si, a fim de compreender os fenômenos e suas relações no nível
teórico.)
Nível
de dificuldade: Difícil.
Assunto:
Filosofia
Medieval – Epistemologia
“O fim último do homem e de
toda substância intelectual se chama felicidade (felicitas) ou “bem-aventurança –beatitude” (beatitude); pois isto é o que se deseja
como fim último toda substância intelectual, e deseja por si mesma. Em consequência,
bem-aventurança e a felicidade última é o conhecimento de Deus.”
AQUINO, São Tomás de. Suma contra os gentios. Trad. Odilão
Moura. Porto Alegre: EST/ Sulina/ UCS, 1990. (Fragmento).
O princípio da obra tomista inspirado em
Aristóteles usado no trecho acima é
A)
Princípio da não-contradição
B)
Princípio da substância.
C)
Princípio da causa eficiente.
D)
Princípio da finalidade.
E)
Princípio do ato e potência.
RESPOSTA: D
QUESTÃO 1 (Descritor: Perante situações que envolvem o
entendimento, saber raciocinar e distinguir proposições universais, gerais e
particulares, compreendendo a totalidade de um fenômeno e reconhecendo visões
parciais e fragmentadas)
Nível de dificuldade: Fácil
Assunto: O milagre grego
A Antiguidade Grega
usualmente é dividida em três períodos. São eles os
(A) períodos
Antropológico, Helenístico e Greco-romano.
(B) períodos
Homérico, Clássico e Helenístico.
(C) períodos
Cosmológico, Antropológico e Clássico.
(D) períodos Arcaico,
Alexandrino e Cosmológico.
(E) períodos
Socrático, Platônico e Alexandrino.
RESPOSTA: B
QUESTÃO 2 (Descritor: Submeter as informações e os conhecimentos a
uma análise argumentativa, vislumbrando a estrutura dos argumentos que poderiam
corroborar para uma ordenação sistemática de tais informações)
Nível de dificuldade: Fácil
Assunto: O milagre grego
Leia o seguinte
trecho:
“Um fator decisivo
para a conquista dessa dimensão universal da religião na Grécia foi o caráter
antropomórfico dos deuses da natureza física. Não se sabe se o antropomorfismo
religioso foi herdado junto com os deuses mais antigos que aparecem na tradição
grega ou se foi uma inovação da cultura que os sistematizou. Sabe-se que
predominava, entre os remotos aqueus, um politeísmo naturalista, onde já
apareciam os nomes de Zeus, Hera, Ares, etc. Esse politeísmo se enriqueceu com
novos deuses, provenientes das religiões da Creta minóica, da Ásia anterior à
civilização grega, do Egito, das divindades subterrâneas pelasgas, ligadas aos
cultos agrários. Um historiador da Grécia antiga, Maurice Croiset, considera
duvidoso que, nessa época remota, já fossem os deuses gregos tão nitidamente
antropomórficos como mais tarde se revelariam.”
(Sônia
Viegas, ‘Escritos: filosofia viva’, Tessitura, 2009)
Por “antropomorfismo
religioso”, a autora entende que
(A) atribuem-se aos
deuses formas de animais ou elementos naturais.
(B) atribuem-se aos
homens os poderes divinos.
(C) atribuem-se
aspectos humanos aos deuses.
(D) reconhece-se o
papel central do homem no entendimento do universo.
(E) reconhecem-se os
problemas humanos das religiões.
RESPOSTA: C
QUESTÃO 3 (Descritor: Perante um texto discursivo e conceitual, de
natureza filosófica, identificar as principais teses do texto)
Nível de dificuldade: Média
Assunto: O milagre grego
Leia o texto a
seguir:
“A vida humana é o
ponto de encontro e de contradição entre a esfera universal dos valores, a que
o grego chamará éthos, e a esfera
particular da existência, confinada na vida familiar, onde germina o páthos. Ao contrário do éthos, que implica uma ação de valor
moral universal, o páthos implica uma
ação mergulhada na contingência. Páthos
significa sentimento, paixão, sofrimento. Através da linguagem universal da
razão, o homem dialoga com todos os homens. Através de seu páthos, permanece incomunicável, mesmo que, a nível familiar,
consiga normatizar sua afetividade.”
(Sônia
Viegas, ‘Escritos: filosofia viva’, Tessitura, 2009)
A polis (a cidade grega) torna-se – para o
homem grego – palco para a conciliação entre páthos e éthos, universal
e particular. O trânsito entre estas duas esferas no âmbito da cidade deverá
conjugar, portanto:
(A) Filosofia x
Sofística.
(B) Nobreza x Povo.
(C) Leis x Desejos.
(D) Religião x
Ciência.
(E) Virtude x Vício.
RESPOSTA: C
QUESTÃO 4 (Descritor: Saber identificar teorias filosóficas e
científicas como interpretações do mundo e avaliá-las quanto ao grau de
argumentação por meio da qual são expostas)
Nível de dificuldade: Fácil
Assunto: Os filósofos da natureza
Leia o trecho:
“A maior parte dos
primeiros filósofos consideravam como os únicos princípios de todas as coisas
os que são da natureza da matéria. Aquilo de que todos os seres são
constituídos, e de que primeiro são gerados e em que por fim de dissolvem,
enquanto a substância subsiste mudando-se apenas as afecções, tal é, para eles,
o elemento (stokheinon), tal é o
princípio dos seres; e por isso julgam que nada se gera nem se destrói, como se
tal natureza subsistisse sempre... Pois deve haver uma natureza qualquer, ou mais
do que uma, donde as outras coisas se engendram, mas continuando ela a mesma.
Quanto ao número e à natureza destes princípios, nem todos dizem o mesmo.
________, o fundador de tal filosofia, diz ser a água [o princípio] (...)”.
(“Os
Pré-Socráticos”, Editora Nova Cultural, 1999)
A passagem destacada
é de “Metafísica”, de Aristóteles, e a lacuna pode ser preenchida pelo nome
daquele que foi o fundador da tradição filosófica. Assinale a alternativa
correta:
(A) Anaxágoras de
Clazômenas.
(B) Empédocles de
Agrigento.
(C) Heráclito de
Éfeso.
(D) Parmênides de
Eléia.
(E) Tales de Mileto.
RESPOSTA: E
QUESTÃO 5 (Descritor: Submeter
as informações e os conhecimentos a uma análise argumentativa, vislumbrando a
estrutura dos argumentos que poderiam corroborar para uma ordenação sistemática
de tais informações)
Nível de dificuldade: Média
Assunto: Os filósofos da natureza
Leia o seguinte
texto:
“As primeiras
cosmogonias filosóficas, propostas pelos milesianos e pelos pitagóricos, podem
ser vistas como variações do monismo corporalista: a diversidade das coisas
existentes provindo de uma única physis
corpórea (seja água, ou ar, ou unidade numérica). Todavia, a própria
divergência entre os pensadores – cada qual apontando um tipo de arché e um tipo de processo capaz de
transformá-la em tantas e tão diferenciadas coisas – suscitou a necessidade de
se investigarem os recursos humanos de conhecimento, buscando-se um caminho de
certeza que superasse as opiniões múltiplas e discrepantes. Assim, o binômio
unidade/pluralidade deslocou-se da esfera cosmológica para reaparecer sob a
forma de oposição entre verdade única e multiplicidade de opiniões.”
(José Américo
Motta Pessanha, Introdução ao livro “Os Pré-Socráticos” da Editora Nova
Cultural, 1999)
A
physis comumente é traduzida por
natureza (daí os primeiros filósofos serem identificados por “filósofos da
natureza”). A arché, por seu turno,
pode ser traduzida como
(A)
alma.
(B)
destino.
(C)
origem.
(D)
substância.
(E)
virtude.
RESPOSTA: C
QUESTÃO 6 (Descritor: Perante um texto discursivo e conceitual, de
natureza filosófica, identificar as principais teses do texto)
Nível de dificuldade:
Média
Assunto: Os filósofos da natureza
Leia os seguintes
fragmentos:
“É de louvar-se o
homem que, bebendo, revela atos nobres
como a memória que
tem e o desejo de virtude,
sem nada falar de
titãs, nem de gigantes,
nem de centauros,
ficções criadas pelos antigos,
ou de lutas civis
violentas, nas quais nada há de útil.”
“Mas se mãos tivessem
os bois, os cavalos e os leões
e pudessem com as
mãos desenhar e criar obras como os homens,
os cavalos
semelhantes aos cavalos, os bois semelhantes aos bois,
desenhariam as formas
dos deuses e os corpos fariam
tais quais eles
próprios têm.”
(Xenófanes,
Fragmentos, em: “Os Pré-Socráticos” da Editora Nova Cultural, 1999)
Os fragmentos foram
escritos pelo filósofo pré-socrático Xenófanes. Sua leitura deixa antever uma importante
revisão conceitual. Assinale-a:
(A) Transição da
filosofia para o mito.
(B) Transição das
teogonias para as cosmogonias.
(C) Transição da
sofística para a filosofia.
(D) Transição do
hedonismo para o estoicismo.
(E) Transição do
período clássico para o helenístico.
RESPOSTA: B
QUESTÃO 7 (Descritor: Perante teorias filosóficas ou de cunho
científico, construir e reconstruir análises conceituais; relacionar conceitos
entre si, a fim de compreender os fenômenos e suas relações no nível teórico)
Nível de dificuldade: Média
Assunto: O teatro grego e a filosofia
Leia o seguinte
trecho:
“A tragédia é a
representação de uma ação elevada, de alguma extensão e completa, em linguagem
adornada, distribuídos os adornos por todas as partes, com atores atuando e não
narrando; e que, despertando a piedade e temor, tem por resultado a catarse
dessas emoções.”
(“Aristóteles”,
editora Nova Cultural, 1999)
A catarse
aristotélica pode ser definida como
(A) introspecção
contemplativa provocada pelo entendimento do drama.
(B) liberação das
pulsões sexuais vinculadas ao sentimento de prazer trágico.
(C) purgação das
emoções mediante descarga emocional provocada pelo drama.
(D) sublimação de
forças pulsionais sexuais mediante provocação dramática.
(E) recalque pulsional
incentivado pelo sentimento de desprazer trágico.
RESPOSTA: C
QUESTÃO 8 (Descritor: Perante um texto discursivo e conceitual, de
natureza filosófica, identificar as principais teses do texto)
Nível de dificuldade: Difícil
Assunto: O teatro grego e a filosofia
Leia o trecho da obra
de Nietzsche:
“Dionísio, o efetivo
herói cênico e ponto central da visão, não está, segundo esse conhecimento e
segundo a tradição, verdadeiramente presente, a princípio, no período mais
antigo da tragédia, mas é apenas representado como estando presente: quer
dizer, originalmente a tragédia é só ‘coro’ e não ‘drama’. Mais tarde se faz a
tentativa de mostrar o deus como real e de apresentar em cena [darstellen], como visível aos olhos de
cada um, a figura da visão junto com a moldura transfiguradora: com isso começa
o ‘drama’ no sentido mais estrito.” (NIETZSCHE, “O
Nascimento da Tragédia”, Editora Cia das Letras, 1992)
O trecho do filósofo
alemão Friedrich Nietzsche procura reconstituir as origens da tragédia na
Grécia.
De acordo com o
trecho citado, pode-se dizer que
(A) a tragédia
alimenta-se das manifestações de Dionísio e tem sempre o deus por tema.
(B) a tragédia, em
seu período mais antigo, garante a personificação de Dionísio no papel do ator.
(C) a tragédia
procura afirmar a divindade de Dionísio como personalidade real.
(D) a tragédia surge
como desenvolvimento dos cultos religiosos ao deus Dionísio.
(E) a tragédia,
tardiamente, procura abstrair a representação de Dionísio da cena trágica.
RESPOSTA: D
QUESTÃO 9 (Descritor: Compreender a importância das questões acerca
do sentido e da significação da própria existência e das produções culturais)
Nível de dificuldade: Média
Assunto: O teatro grego e a filosofia
Leia o trecho da peça escrita por Sófocles:
“[...]
entrou Édipo aos gritos, e vós, vendo-os
ir de um
lado para outro, não chegamos
a
observar a rainha até o fim.
Ele pedia
a espada e bradava:
- ‘Onde
está minha esposa, que não é
esposa
alguma, é um útero danado
que me
pariu e pariu filhos meus?’
- Nessa
alucinação, algum poder
(humano
não, não foi nenhum de nós)
guiou-lhe
os passos: num gemido horrível,
como se
algo o empurrasse, atirou-se
contra as
portas, rompendo as dobradiças,
e num
relance entrou, e deparou
com a
mulher enforcada,
um laço
corredio no pescoço...
Ao vê-la,
num gemido sufocado
desamarrou
a corda, e, quando o corpo
desmoronou
no chão, o que se viu
foi mais
um espetáculo de horror:
ele
arrancou os alfinetes de ouro
da roupa
da rainha, levantou-os
e os
enterrou nos olhos, imprecando:
‘Olhos
meus, não vereis mais esta culpa
e esta
vergonha, nunca mais vereis
quem não
deveríeis ter visto nunca,
e para
todo o sempre só vereis
as
trevas!’”
(Sófocles,
“Édipo Rei”)
A peça de Sófocles –
“Édipo Rei” – é considerara por Aristóteles (na “Poética”) como perfeito
exemplar de tragédia grega. A passagem acima relata o momento ápice da tragédia
edipiana: Édipo se descobre filho da própria esposa.
Em vista do exemplo
citado, pode-se afirmar, a respeito da tragédia grega, que ela lida com
(A) acontecimentos
cômicos numa ambivalência entre pathos
e ethos.
(B) acontecimentos
exclusivamente reais reproduzidos num relato dramático.
(C) acontecimentos
terríveis numa ambivalência entre ethos e
destino.
(D) aspectos da
existência humana que participam comumente da vida de todos.
(E) narrativas
exclusivas da vida de deuses e heróis.
RESPOSTA: C
QUESTÃO 10 (Descritor: Na construção do conhecimento filosófico,
reconhecer sua relação com o mundo da vida cotidiana, não separando a posição
filosófica defendida e compreendendo as relações aí existentes)
Nível de dificuldade: Fácil
Assunto: Mito e Razão
Leia o trecho do livro
“convite à Filosofia” de Marilena Chauí:
“Hoje, porém, sabe-se
que a concepção evolutiva está equivocada e que o pensamento conceitual e o
pensamento mítico podem coexistir numa mesma sociedade. Estudos de antropologia
social, que estuda os mitos das sociedades ditas selvagens e também as
mitologias de nossas sociedades, ditas civilizadas, mostraram que, no caso de
nossas sociedades, a presença simultânea do pensamento conceitual e do
pensamento mítico decorre do modo como a imaginação social transforma em mito
aquilo que o pensamento conceitual elabora nas ciências e na filosofia.”
(Marilena
Chauí, “Convite à Filosofia”, editora Ática, 2010)
Identifique o termo
que ilustra o conteúdo afirmado pela sentença citada:
(A) Astrofísica.
(B) Cientologia.
(C) Genética.
(D) Geologia.
(E) Semiótica.
RESPOSTA: B
QUESTÃO 11 (Descritor: Perante situações que envolvem o
entendimento, saber raciocinar e distinguir proposições universais, gerais e
particulares, compreendendo a totalidade de um fenômeno e reconhecendo visões
parciais e fragmentadas)
Nível de dificuldade: Difícil
Assunto: Mito e Razão
Leia a seguinte passagem da obra de
Foscolo:
“Ao contrário da
poesia antiga, a poesia moderna é fragmentada – ‘nada’, diz Schlegel, ‘pode
melhor explicar e confirmar a artificialidade do desenvolvimento [Bildung]
estético moderno do que a destacada predominância do individual, do
característico e filosófico através
de toda a massa da poesia moderna’; ou ainda: ‘as obras aí produzidas
são deficientes de um princípio interno que as dê vida; elas são apenas peças
individuais que só se ligam umas às outras por meio de uma força exterior, sem
qualquer interrelação verdadeira. Elas não compõem um todo’. O caos
fragmentário característico da poesia moderna parece fazer troça da organização
natural da poesia antiga: como todo, assume a roupagem de um verdadeiro Frankenstein.”
(Foscolo,
“Filosofia e Poesia: da unidade entre estética e gnosiologia em Friedrich
Schlegel”, disponível em: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8G2SZ6
. Acesso em 08 de nov. 2011)
O texto aponta para a
palavra ‘poesia’ em dois contextos diferentes: o antigo, referente às produções
da Antiguidade Grega; e a moderna, referente às produções posteriores –
marcadamente, àquelas realizadas após o Renascimento.
Considerando a
proximidade da poesia antiga com o registro do mito, e o afastamento em relação
ao mito provocado pela intervenção da razão característico da poesia moderna,
qual das oposições abaixo representa, respectivamente, o registro mítico da
poesia antiga e o racional da poesia moderna?
(A) Artificial x
Natural.
(B) Autonomia x
Religião.
(C) Imagem x
Conceito.
(D) Parte x Todo.
(E) Pluralidade x
Unidade.
RESPOSTA: C
QUESTÃO 12 (Descritor: Perante um texto discursivo e conceitual, de
natureza filosófica, identificar as principais teses do texto)
Nível de dificuldade: Média
Assunto: Mito e Razão
Leia o trecho da obra
de Nietzsche:
“Se se tem
necessidade de fazer da razão um
tirano, como Sócrates o fez, então o risco de que outra coisa faça-se tirano
não deve ser irrisório. A racionalidade foi outrora desvendada enquanto Salvadora; nem Sócrates, nem seus
‘doentes’ estavam livres para serem racionais. Ser racional foi de rigueur, foi seu último remédio. O fanatismo, com o qual toda reflexão grega se
lança para a racionalidade, trai uma situação desesperadora. Estava-se em
risco, só se tinha uma escolha: ou perecer, ou ser absurdamente racional... O moralismo dos filósofos gregos desde
Platão está condicionado patologicamente; do mesmo modo que sua avaliação da
dialética. A equação Razão = Virtude = Felicidade diz meramente o seguinte: é
preciso imitar Sócrates e estabelecer permanentemente uma luz diurna contra os apetites obscuros – a luz diurna da
razão.”
(Nietzsche,
“Crepúsculo dos Ídolos”, Ed. Relume Dumará)
A passagem do
filósofo alemão Friedrich Nietzsche permite-nos concluir que a razão
(A) afigura-se na
Antiguidade como ponta de lança no combate ao dionisíaco que se desvela no
mito.
(B) surge na
Antiguidade como mecanismo que possibilita a satisfação de apetites obscuros.
(C) caso seja
desvelada meramente como uma das várias faces do registro mítico, nunca foi, de
fato, razão.
(D) perde-se em meio
a seu próprio impulso esclarecedor e acaba por tornar-se, ela também, mito.
(E) substitui o mito
no período clássico da Antiguidade, aprisionando o homem em uma outra
estrutura.
RESPOSTA: A
QUESTÃO 13 (Descritor: Submeter as informações e os conhecimentos a
uma análise argumentativa, vislumbrando a estrutura dos argumentos que poderiam
corroborar para uma ordenação sistemática de tais informações)
Nível de dificuldade: Média
Assunto: Sócrates: o homem que perguntava
Leia
o trecho a seguir:
“No
seio dessa agitação que produz, num mesmo movimento, tolices e obras primas,
Sócrates passeia e fala. À primeira vista, ele é como um sofista, já que fala
de tudo e de não importa o quê. Mas não abre escola. Não ensina; o que diz, é
ao capricho das conversações que o enuncia, sem pedir que o paguem, sem mesmo
exigir que o escutem. É um ‘tagarela’: fala por falar.”
(Retirado de: Châtelet, “A Filosofia Pagã”, Ed. Jorge
Zahar, 1973)
Aristófanes,
comediante do tempo de Sócrates, registra a confusão de sua época: Sócrates
passa por sofista em sua obra “As Nuvens”. É sabido que o esforço platônico na
separação da atividade do sofista da do filósofo provém de tal confusão – e
Platão coloca em destaque, dentre as características apontadas no trecho
selecionado, uma que se põe à frente das demais. Assinale a alternativa que
indica essa característica.
(A)
Sócrates, como filósofo, se distingue por afirmar que a verdade é cognoscível e
inata.
(B)
Sócrates, como filósofo, se distingue por assumir que tudo o que temos acesso é
a opinião.
(C)
Sócrates, como filósofo, se distingue por fazer valer, ao sabor das
circunstâncias, a verdade mais fraca.
(D)
Sócrates, como filósofo, se distingue por negar aos deuses e corromper a
juventude.
(E)
Sócrates, como filósofo, se distingue por pressupor que o conhecimento da
verdade leva à infelicidade.
RESPOSTA: A
QUESTÃO 14 (Descritor: Perante teorias filosóficas ou de cunho
científico, construir e reconstruir análises conceituais; relacionar conceitos
entre si, a fim de compreender os fenômenos e suas relações no nível teórico)
Nível de dificuldade: Fácil
Assunto: Sócrates:
o homem que perguntava
O método desenvolvido por Sócrates para interceder na investigação
da verdade é análogo, segundo o próprio Sócrates, àquele das parteiras: a este
método, damos o nome de maiêutica.
A maiêutica (ou parto das idéias) serve-se de uma estratégia
filosófica que ficou conhecida como
A) Analítica.
B) Dialética.
C) Lógica.
D) Gnosiologia.
E) Metafísica.
RESPOSTA: B
QUESTÃO 15 (Descritor: Saber identificar teorias filosóficas como
interpretações do mundo e avaliá-las quanto ao grau de argumentação por meio do
qual são expostas)
Nível de dificuldade: Média
Assunto: Sócrates: o homem que
perguntava
Leia o trecho a seguir:
“Para testemunhar a minha ciência, se é uma ciência, e qual é ela,
vos trareis o deus de Delfos. Conheceste Querofonte, com certeza. Era meu amigo
de infância e também amigo do partido do povo e seu companheiro naquele exílio
que de que voltou conosco. Conheceis o temperamento de Querofonte, tão tenaz em
seus empreendimentos. Ora, certa vez, havendo ido a Delfos, arriscou esta consulta
ao oráculo, repito aos senhores, não vos revolteis, ele perguntou se havia
alguém mais sábio do que eu; respondeu a Pítia que não existia ninguém mais
sábio.”
(“Apologia”, em “Sócrates”, editora
Nova Cultural, 1999)
Sócrates interpretou a mensagem do oráculo de Delfos como uma
missão. A missão socrática realiza-se como inquisição: diante da investigação
de Sócrates, revelado o não-saber de seus interlocutores, estes deveriam voltar
os olhos para si mesmos de modo a investigar a própria natureza. Para Sócrates,
esta investigação era pessoal e não poderia ser ensinada – mas ao mesmo tempo,
o futuro da cidade dependeria inteiramente dela. E dependeria porque
(A) a cidade é incapaz de se governar sem alguém para indicar o
caminho.
(B) a ciência de Sócrates seria a política.
(C) o conhecimento só existe como opinião.
(D) o mal só é praticado por desconhecimento do Bem.
(E) o saber só seria verdadeiro se ensinado por Sócrates.
RESPOSTA: D
QUESTÃO 1 (Descritor: interpretar um texto
filosófico.)
Nível
de dificuldade: Fácil
Assunto:
Filosofia Antiga – Ética
Analise
o trecho que aborda a compreensão do filósofo Epicuro
sobre a importância da filosofia.
Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia
enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais
é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito. Quem
afirma que a hora de dedicar-se à filosofia ainda não chegou, ou que ela já
passou, é como se dissesse que ainda não chegou ou que já passou a hora de ser
feliz. Desse modo, a filosofia é útil tanto ao jovem quanto ao velho: para quem
está envelhecendo sentir-se rejuvenescer através da grata recordação das coisas
que já se foram, e para o jovem poder envelhecer sem sentir medo das coisas que
estão por vir; é necessário, portanto, cuidar das coisas que trazem a
felicidade, já que, estando esta presente, tudo temos, e, sem ela, tudo fazemos
para alcançá-la.
Disponível em: http://ateus.net/artigos/filosofia/carta-sobre-a-felicidade/. Acesso em: 03 jul. 2012.
Segundo
Epicuro, para alcançar a felicidade o homem precisa
(A)
abdicar-se da tarefa de pensar em busca dos
prazeres imediatos.
(B)
dedicar-se à filosofia para
pensar e viver melhor.
(C)
dedicar-se à filosofia para
recordar das coisas que estão por vir.
(D)
ser reconhecido por suas habilidades
intelectuais.
(E)
trabalhar muito para ter sucesso profissional
e econômico.
Resposta B
QUESTÃO 2 (Descritor: interpretar uma imagem a
partir do conceito Pirrônico de ataraxia.)
Nível
de dificuldade: Fácil.
Assunto:
Filosofia
Antiga – Epistemologia
Leia o texto sobre o ceticismo Pirrônico relacionando-o
com a imagem que segue.
“O autentico sábio, portanto, deve praticar a suspensão
de juízo (epokhe) estado de repouso
mental em que predomina a insensibilidade (apathia),
em que nada se afirma e nada se nega (aphasia),
de modo a atingir a felicidade pelo equilíbrio e pela tranquilidade
(ataraxia).”
Disponível
em: HTTP://encfil.goldeye.info/ceticismo.htm. Acesso em: 4 fev. 2009.
Disponível em: ideporcristo.blogspot.com. Acesso em: 10 jul. 2012.
Diante da multiplicidade de caminhos e
possibilidades, a atitude mais sábia para o cético pirrônico seria
(A)
deixar de lado os caminhos propostos e empenhar-se por construir um caminho
próprio.
(B)
escolher o melhor caminho a
partir de referências confiáveis.
(C)
experimentar os
caminhos possíveis para saber qual é o melhor.
(D)
pensar sobre qual o melhor
caminho e qual a melhor maneira de caminhar.
(E)
suspender o juízo e tranquilizar-se, sem tomar
partido sobre qual caminho a seguir.
Resposta:E
QUESTÃO 3 ( Descritor:interpretar, em uma atitude
particular, um conceito ou ideia universal sobre determinado tema filosófico.)
Nível
de dificuldade: Médio.
Assunto:
Filosofia
Antiga – Filosofia Política
Existe um episódio famoso na história da filosofia sobre
o encontro de Alexandre e Diógenes.
[...]
Certa vez, quando Diógenes tomava sol, aproximou-se o
grande Alexandre, o homem mais poderoso da Terra, que lhe disse: “Pede-me o que
quiseres”; ao que Diógenes respondeu: “Afasta-te do meu sol”. Diógenes não
sabia o que fazer com enorme poder de Alexandre; bastava-lhe, para estar
contente, o Sol, que é a coisa mais natural, à disposição de todos, ou melhor,
bastava-lhe a profunda convicção da inutilidade de tal poder, já que a
felicidade vem de dentro e não de fora do homem.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia. São Paulo: Ed.
Paulus, 1991. (Fragmento).
Esse trecho narra o espírito da corrente filosófica
denominada cinismo. De acordo com o
trecho lido, a atitude cínica é caracterizada
(A)
pela busca do crescimento através das
atividades que o homem realiza.
(B)
pela capacidade de buscar a felicidade nas
coisas simples, despojadas de poder.
(C)
pela dependência do homem em relação à pólis,
a felicidade depende do que está fora do homem.
(D) pela
escolha da vida simples como forma de fugir da responsabilidade de ser feliz.
(E)
pelo apego à simplicidade, ao modo de viver
despreocupado e irrefletido.
Resposta: B
QUESTÃO 4 (Descritor: reconhecer a relação entre
duas ideias aparentemente divergentes no pensamento filosófico medieval.)
Nível
de dificuldade: Médio.
Assunto:
Filosofia
Medieval– Epistemologia
Em 1998 o Papa João Paulo II
expediu a sua Carta Encíclica,
denominada “Fé e Razão”, dirigida aos bispos da Igreja Católica, da qual
extraímos o seguinte trecho:
“A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as
duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da
verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a
verdade e, em última análise, de conhecer a ele, para que, conhecendo-o e
amando-o, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio.”
Disponível em: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/mundo-espirita/a-fe-e-a-razao.html. Acesso em: 10 jul. 2012.
A partir da análise deste fragmento é
possível inferir que a fé e a razão são elementos
A) antagônicos, pois a fé se estrutura a partir de elementos
irracionais, e a razão pela demonstração.
B) conciliáveis, pois ambos têm como finalidade o conhecimento
científico sobre a natureza das coisas.
C)
correspondentes, pois ambos têm
como finalidade levar o homem até o conhecimento verdadeiro.
D)
desiguais, sendo a fé superior à
razão por levar o homem até Deus.
E)
irreconciliáveis, pois a razão se
estabelece por princípios lógicos, e a fé por crenças infundadas.
Resposta C
QUESTÃO 5 (Descritor: identificar a ideia
principal em um texto filosófico.)
Nível
de dificuldade: Médio.
Assunto:
Filosofia
Antiga – Epistemologia
Analise o trecho das confissões em que Santo Agostinho faz indagações relevantes sobre o amor.
“Que amo eu, quando Vos amo?
Não amo a formosura corporal, nem a glória temporal, nem a claridade da luz,
tão amiga destes meus olhos, nem as doces melodias das canções de todo gênero,
nem o suave cheiro das flores, dos perfumes ou os aromas, nem o maná ou o mel,
nem os membros tão flexíveis aos abraços da carne. Nada disto amo, quando amo
meu Deus. E, contudo, amo uma luz, uma voz, um perfume, um alimento e um
abraço, quando amo meu Deus, luz, voz, perfume e abraço do homem interior, onde
brilha para a minha alma uma luz que nenhum espaço contém, onde ressoa uma voz
que o tempo não arrebata, onde se exala um perfume que o vento não esparge,
onde se saboreia uma comida que a sofreguidão não diminui, onde se sente um
contacto que a saciedade não desfaz. Eis o que amo, quando amo meu Deus.”
(Confissões, I, II, 4).
Podemos inferir que o acesso do homem a Deus se dá quando
o homem procura na
(A)
bíblia o conhecimento de seu desejo.
(B)
fé respostas para suas dúvidas.
(C)
igreja elementos de autoridade divina.
(D) natureza
a resposta para suas indagações.
(E)
interioridade elementos atemporais.
RESPOSTA: E
QUESTÃO 7(
Descritor: compreender a arte como
expressão e criação do homem.)
Nível
de dificuldade: Médio.
Assunto:
Filosofia
Antiga – Estética e Filosofia da Arte
Analise o poema a seguir.
O
meu olhar é nítido como o girassol
Tenho
o costume de andar pelas estradas
Olhando
para a direita e para a esquerda
E de
vez em quando olhando pra trás...
E o
que vejo a cada momento
É
aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu
sei dar por isso muito bem...
Sei
ter o pasmo essencial
Que
tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse
que nascera deveras...
Sinto-me
nascido a cada momento
Para
a eterna novidade do mundo
PESSOA, Fernando. Poemas completos de Alberto Caiero.
O olhar do artista ultrapassa o olhar do senso comum,
acostumado a ver as coisas sempre da mesma forma. A origem da filosofia na
história e na vida de quem a descobre possui como causa esse olhar artístico.
Aristóteles afirma que a filosofia nasce com o espanto e com a admiração.
De acordo com este poema, podemos inferir que, do ponto
de vista artístico-filosófico, o homem
(A)
enxerga o mundo por um único prisma.
(B)
diviniza o exato momento do nascimento de uma
criança.
(C)
observa o mundo, de forma desinteressada e
sem preocupação.
(D) percebe
as mudanças, mas continua a ser e a agir da mesma forma.
(E)
renasce e se espanta com a irrefreável
mudança do mundo.
Resposta:E
QUESTÃO 8 (Descritor: relacionar conceitos, a fim de compreender os
fenômenos e suas relações.)
Nível
de dificuldade: Médio.
Assunto:
Filosofia
Antiga –
Epistemologia
Leia uma citação da filósofa Marilena de Chauí sobre as
razões que propiciaram o surgimento da filosofia
“A filosofia surgiu quando alguns gregos, admirados e
espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição
lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas,
demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos naturais e as
coisas da natureza podem ser conhecidos pela razão humana, e que a própria
razão humana é capaz de conhecer-se a sim mesma.”
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2010. p. 29.
Marilena de Chauí
explica que a filosofia nasce por causa de alguns elementos essenciais. Esses
elementos essenciais são:
(A)
admiração e encantamento com a realidade,
insatisfação com a tradição e crença na capacidade da razão.
(B)
desencanto com o mundo, fidelidade à
tradição, admiração e espanto com a natureza e suas mudanças (Devir).
(C)
espanto com a realidade, admiração com a
capacidade do homem de conhecer a natureza (physis)
e a si mesmo.
(D) espanto
e admiração, ruptura com a tradição e crença na capacidade da razão de conhecer
todas as coisas.
(E)
insatisfação com as explicações tradicionais,
busca racional para conhecer os deuses geradores da natureza.
Resposta: D
QUESTÃO 9 (Descritor: confrontar a compreensão do
homem e da política na pólis grega com a inércia política da sociedade
contemporânea.)
Nível
de dificuldade: Médio.
Assunto:
Filosofia
Antiga – Estética e Filosofia da Arte
Atente para a letra da música Comida do grupo musical Titãs.
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?...
Comida é pasto!
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?...
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...
A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...
Os gregos respiravam
política. O espaço público era o espaço pedagógico da liberdade. Os cidadãos
gregos eram ativos na construção e reivindicação dos seus direitos.
A importância da política
para os gregos possui um elemento em comum com o apelo que a música Comida faz em sua letra. Tal elemento em
comum diz respeito
(A) à
arte, instrumento político para denunciar as desigualdades existentes.
(B) à
importância da alimentação para o desenvolvimento cultural do ser humano.
(C) à
importância da política como elemento pedagógico para a formação do ser humano.
(D) à
maneira como o homem prioriza, desde a Grécia, a formação artística e cultural.
(E) à
redução do homem a um ser que vive para satisfazer suas funções biológicas.
Resposta: C
QUESTÃO
10 (Descritor: aplicar
um conceito filosófico a um exemplo cotidiano.)
Nível
de dificuldade: Difícil.
Assunto: Filosofia
Antiga – Metafísica
Analise
a imagem a seguir.
Disponível em: uluhiperbole.blogspot.com.
Acesso em: 24 jun. 2012.
Para
Aristóteles, o ato é a essência da coisa tal como é aqui e agora; e a potência
é a capacidade de algo tornar-se alguma coisa, ou seja, é aquilo que a coisa
poderá vir a ser.
Explica
a relação entre ato e potência dos elementos “ovo” e “galinha”:
A) A galinha
é o ovo em ato. O ovo é galinha em potência.
B) A
galinha é o ovo em potência. O ovo é a galinha em ato.
C) O
ovo é a atualização da galinha. A galinha é a atualização do ovo.
D) O
ovo é a galinha em ato. A galinha é o ovo em potencial.
E) O
ovo é a galinha em potência. A galinha é a atualização do ovo.
Resposta: E
QUESTÃO
11 (Descritor:
reconhecer a identidade na diferença, assumindo uma postura ética condizente
com o conhecimento filosófico.)
Nível
de dificuldade: Difícil
Assunto: Filsofia
Antiga –
Política
Analise
a charge que retrata a conversa entre a personagem Mafalda e a mãe dela.
Aristóteles
afirma que o homem é um animal político. Ele só se torna plenamente humano
quando se insere na pólis, quando participa da vida social do seu povo. Em
outras palavras, o cidadão só se realiza plenamente quando a cidade está
plenamente realizada.
A
resposta de Mafalda à mãe dela revela que ela acredita
(A)
na ação das pessoas em prol da coletividade para tornar o mundo melhor.
(B)
na capacidade do ser humano de amar ao próximo para tornar o mundo melhor.
(C)
na capacidade do ser humano, de trabalhar pensando no bem da coletividade.
(D)
na ingenuidade da visão de sua mãe e por isso ironiza o ponto de vista dela.
(E)
no senso de humor de sua mãe ao ironizar a razão pelo qual o homem está no
mundo.
Resposta:D
QUESTÃO
12 (Descritor:
relacionar o modo como os gregos compreendiam a existência como o modo que o
homem contemporâneo compreende a vida.)
Nível
de dificuldade: Médio
Assunto: Filosofia
antiga – Ética
Analise
a charge a seguir.
Para
os gregos, o sentido da vida estava ligado à realização do homem enquanto
cidadão da pólis (cidade), enquanto animal político. A charge mostra a maneira
como o homem contemporâneo busca respostas para o sentido da vida. Essa
diferença está no fato de que o grego buscava
(A) a
vida pública como diretriz para o sentido de sua existência, o homem
contemporâneo vive individualmente seus dramas.
(B) o
script preestabelecido dos padrões sociais de sua época, o homem contemporâneo
busca novas possibilidades de viver.
(C) o
sentido da vida individualmente, o homem contemporâneo busca nos especialistas
a resposta para responder esta questão.
(D) o
sentido da vida isoladamente, o homem contemporâneo busca fórmulas prontas,
imediatas e fáceis para tal questão.
(E) o
sentido da vida nos oráculos, o homem contemporâneo discute tais questões com
os seus familiares, com as pessoas a sua volta.
Resposta: A
QUESTÃO
13 (Descritor:
reconhecer a identidade na diferença, assumindo uma postura ética condizente
com o conhecimento filosófico.)
Nível
de dificuldade: Médio
Assunto: Filosofia
antiga –
Epistemologia
Analise
o fragmento que segue
“O
que faz a marca específica do homem é o pensamento e a razão que o segue. É a
atividade intelectual. Nesta, encontra-se a fonte principal das alegrias do
homem, ou seja, a fonte donde provém a verdadeira felicidade. Com efeito, a
felicidade do homem consiste no aperfeiçoamento da atividade que lhe é própria,
ou seja, na atividade segunda a razão. A subordinação da atividade sensível a
atividade racional se impõe. É o preço da felicidade humana é a condição da
moral humana.”
NODARI, Paulo César. A
ética aristotélica.In:_____.I Síntese.
Nova Fase. Belo Horizonte: UFMG, 1997. (Fragmento.)
Para
Aristóteles, os bens materiais, por si mesmos, ajudam, mas não garantem ao
homem a felicidade. A felicidade se realiza quando o homem age segundo a
justiça e a razão, ou seja, ela é construída quando o homem se torna capaz de
(A) abrir
mão de sua razão para viver sem preocupação.
(B) aumentar
o rendimento dos seus bens materiais.
(C) buscar
a felicidade fora dele mesmo.
(D) controlar
as qualidades que lhes são próprias.
(E) subordinar
a atividade sensível à razão aperfeiçoada.
Resposta: E
QUESTÃO
14 (Descritor: aplicar
um conceito filosófico a um exemplo cotidiano .)
Nível
de dificuldade: Difícil
Assunto: Filosofia
Antiga –
Lógica
Chamamos de indutivo o
raciocínio que, após considerar um suficiente número de casos particulares,
conclui uma ideia ou sentença geral.
O raciocínio indutivo é
expresso em:
(A) “João é sofredor, por
que todo cruzeirense é sofredor e eu sou cruzeirense.”
(B) “Eu não gosto de poder,
pois toda forma de poder é uma forma de morrer por nada.”
(C) “Sabe por que a mulher
chora? É da natureza de toda mulher ser mais sensível que o homem.”
(D) “Todo torcedor do Galo é
fanático, pois todos que eu conheço são.”
(E) “Todo biscoito é água e
sal, o maior é água e sal, logo o mar é um biscoitão”
RESPOSTA: D
QUESTÃO
15 (Descritor:
identificar em teorias filosóficas e científicas interpretações do mundo.)
Nível
de dificuldade: Médio
Assunto: Filosofia
Antiga –
Ética
Atente
para o parágrafo em que Epicuro reflete sobre o tema da morte.
“O
mais terrível de todos os males, a morte, não significa nada para nós,
justamente porque quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao
contrário, quando a morte está presente, nós é que não estamos. O sábio, porém,
nem desdenha viver, nem teme deixar de viver; para ele, viver não é um fardo e
não viver não é um mal.”
EPICURO. Carta
sobre a felicidade (a Meneceu). Tradução: Álvoro Lorencini e Enzo Del
Carratore. São Paulo: Editora UNESP, 2002. p. 29.
Epicuro
compreende que a morte
(A) coexiste
simultaneamente com a vida, deve ser aceita sem temor.
(B) deve
ser temida, pois a vida é uma realidade muito frágil.
(C) incentiva
o homem a valorizar intensamente o curto espaço da vida.
(D) significa
nada, por que o homem sempre estará em lugar diferente dela.
(E) significa
uma realidade objetiva que deve ser respeitada.
Resposta: D
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