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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A SEXUALIDADE HUMANA

A sexualidade humana é uma dimensão da vida que não pode ser negada. Está presente, é latente, e não pode ser tratada como um tabu. Fingir que não existe só causa distúrbios e neuras. É na adolescência que ocorre a explosão dos hormônios e conseqüentemente o afloramento da sexualidade. Período conturbado para o sujeito, pois vive um processo de transição entre a infância e a fase adulta, não aceita a condição de criança, mas também não assume as responsabilidades do mundo adulto. A adolescência é esse sem-lugar que o jovem experimenta, rejeitando uns e sendo rejeitado por outros. Quer viver tudo, experimentar tudo, mas ainda lhe falta maturidade para tanto. Só não podemos generalizar, pois existem vários tipos de adolescência que variam da rebeldia total e sem causa até a apatia plena e submissa. Adolescência é a idade da certeza, das convicções, de se portar perante o mundo tomando uma posição. Mas é também a idade da incerteza, da dúvida, do questionamento quanto ao futuro e também quanto ao presente. O jovem não sabe ao certo o que é, como é, por que é, pra que é, e nem como irá ser. E é nesse turbilhão de sentimentos e emoções que o jovem se descobre um ser que deseja o outro para satisfazer suas aspirações, sejam sexuais ou de outra ordem relacional, para se desenvolver. Quando falamos em sexualidade não nos referimos exclusivamente ao sexo em si, que é importante, mas a toda uma gama de sensações que o jovem experimenta no encontro com o outro e consigo mesmo. O desejo pelo outro vem acompanhado pela descoberta de si mesmo e do próprio corpo, de suas áreas erógenas, que excitam os instintos sexuais e sua vontade de satisfazê-las. Negar esses sentimentos e sensações é colaborar para o advento de jovens neuróticos, complexados e cheios de traumas. Por isso é importante iniciar o trabalho de diálogo sobre a sexualidade dentro de casa, entre a família. É claro que na adolescência o jovem não ouve muito os pais e familiares, dando mais valor e atenção àquilo que é ouvido e falado entre os amigos, mas nem por isso a família deve se eximir dessa tarefa. Depois é também função da escola tratar esse tema. Pois é no ambiente educacional que o aluno convive com iguais, pessoas da mesma faixa etária e que passam pelo mesmo processo, e cabe à instituição de ensino colaborar para que o adolescente compreenda o que está se passando, o que está experimentando. Portanto, sexo e sexualidade se aprende sim, tanto em casa quanto na escola. Não podemos negar a existência do desejo sexual e do despertar da sexualidade. O desejo sexual existe, pulsa e impulsiona o jovem. É uma força e uma energia que deve ser trabalhada para que não seja mal-orientada no futuro. E trabalhada tanto entre meninos quanto em meninas. A questão de gênero (masculino x feminino) e o machismo vigente em nossa sociedade apregoam a liberdade sexual para homens e a continência para as mulheres. Está errado, pois ambos merecem igualdade de tratamento quando o assunto é sexo. Não podemos aceitar que os homens continuem senhores do sexo, enquanto as mulheres, submissas, se rendem aos fetiches machistas e se entreguem aos afazeres domésticos e serviçais. Descobrir a própria sexualidade é um direito de todos, homens e mulheres, e ter acesso à informação e conhecimento sobre seu corpo e seus desejos também. E viva a sexualidade saudável, ética e responsável, sem neuras e tabus!!! Os distúrbios sexuais de hoje são reflexos de séculos de repressão e negação do sexo. A sexualidade humana deve se libertar dos preconceitos e amarras sociais para que possamos ter um futuro sexual mais pleno, digno e saudável.