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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Nas asas do amor

O amor é um sentimento e uma disposição que se faz presente na vida humana. E justamente por isso é objeto de reflexão por parte da filosofia. Na Grécia antiga existiam três formar de amar. O amor doação (ágape), o amor desejo (eros) e o amor amizade (philia). O homem muitas vezes se deixa levar nas asas do amor e se entrega na paixão. Amor e paixão são dois conceitos muito diferentes. Amor vem do grego ágape, que quer dizer doação, entrega, disposição. Paixão vem do latim patior, que quer dizer sofrer, suportar situação difícil. Amar é se doar, apaixonar-se é querer, desejar. A paixão tem seu significado também expresso na palavra grega eros, que quer dizer desejo, querer, falta. Mas afinal, o que é o amor, esse sentimento ao mesmo tempo tão nobre e tão estranho ao ser humano? Existem várias formas de amor. Amor fraterno, familiar, à pátria, à Deus. Isso prova quão diverso é também tal sentimento, que pode se direcionar para diversos direções da existência humana. Existe também o amor por si mesmo, que quando moderado é saudável, mas quando exagerado gera um complexo chamado narcisismo. Há o amor sem limites, que várias pessoas experimentaram ao longo da história da humanidade, se destacando os grandes personagens religiosos como Buda, Jesus, Maomé... Amaram sem limites aos seus e por isso são até hoje lembrados e louvados não só dentro de suas religiões, mas também pelas pessoas de bem. Existem os amantes do saber, conhecidos também como filósofos, que vivem em busca da sabedoria e do conhecimento. Mas amar o saber não pode ser coisa exclusiva de filósofo, é um convite para todos nós. Segundo Hegel, nessa vida nada se faz sem paixão e a paixão mais nobre é a paixão pelo saber, pelo conhecimento. Somente essa paixão pode nos tornar melhores e mais conscientes de nosso papel no mundo. Flutuar nas asas do amor segundo a filosofia é doar conhecimento, desejar o saber, dialogar com o outro, o diferente, e sofrer junto com aqueles que sofrem buscando sempre construir um mundo melhor para todos.

INVESTIGANDO A LIBERDADE HUMANA

Liberdade, em filosofia, designa de uma maneira negativa, a ausência de submissão, de servidão e de determinação, isto é, ela qualifica a independência do ser humano. De maneira positiva, liberdade é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional. Isto é, ela qualifica e constitui a condição dos comportamentos humanos voluntários.A liberdade é um tema bastante em voga. Muito se fala dela, mas pouco se analisa sobre seu sentido. Investigar a liberdade é tornar-se livre, conhecendo os próprios limites e possibilidades. O que é a liberdade? É a capacidade e a possibilidade que nós seres humanos temos de escolher, deliberar, optar. Mas toda liberdade requer responsabilidade, pois somos responsáveis por nossas escolhas, logo devemos responder pelos nossos atos. O ato responsável é também um ato livre, pois é uma ação consciente. Liberdade e responsabilidade, portanto, caminham de mãos dadas. Não podemos ser livres sem responder por nossos atos. Mas nossa liberdade é limitada, não podemos tudo, existem limites que fazem com que não sejamos plenamente livres. O livre-arbítrio é comum a todos nós seres humanos, enquanto seres livres, é a possibilidade de julgar, arbitrar, escolher que cada um de nós possuímos. O pensar é uma forma de liberdade, pois aquele que pensa por si mesmo é livre. Existem pessoas que se deixam levar pelas opiniões alheias, enquanto há outras que criam sua própria forma de ver e enxergar o mundo, sendo livres no pensamento ou livres pensadores. A liberdade é uma utopia humana, um sonho, que alimenta revoluções e ideais pelo mundo afora. A liberdade plena não é possível, mas a escravidão plena também não existe. Há sempre escolhas a fazer, mas a escolha certa é aquela que responde por sua opção, lutando sempre para ampliar a liberdade e promover a vida digna e de qualidade para a humanidade.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ética: Entre o bem e o mal

Ética (do grego ethos, que significa modo de ser, caráter, comportamento) é o ramo da filosofia que busca estudar e indicar o melhor modo de viver no cotidiano e na sociedade. Diferencia-se da moral, pois enquanto esta se fundamenta na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano.Ética é a ciência que estuda o comportamento humano, tendo como princípios norteadores o bem e o mal. O que é feito de acordo com o bem é ético, o que não, é anti-ético. A ética estuda também formas de universalizar o que seja o bem e o mal para assim poder estabelecer padrões universais de análise. A ética difere da moral quanto à sua abrangência, a primeira sempre buscando a universalidade, enquanto a segunda trabalha numa perspectiva individual ou comunitária tendo como característica marcante a particularidade. Existem valores éticos e valores morais, que se diferem também pela abrangência, seguindo a mesma tendência de análise e diferenciação entre ética e moral. Valor é tudo aquilo que é valorizado ou de grande importância para determinada cultura. Essa visão sobre os valores privilegia o aspecto moral do valor, que varia de cultura para cultura. A ética busca valores universais que possam ser aplicados em toda e qualquer cultura. O jeitinho brasileiro pode ser um valor entre nós brasileiros, mas para outros povos e culturas o nosso jeitinho é um contra-valor, algo que atenta contra o princípio da igualdade. Nossa valorização da Lei de Gérson (levar vantagem em tudo) é um reflexo, um espelho, de nossa sociedade corrupta e sem escrúpulos que não mede esforços para manter ou conquistar o poder. Os jovens normalmente cultuam valores revolucionários, são questionadores da ordem vigente, mas também na maioria das vezes terminam por finalizar como os pais (vide a música: "Como nossos pais" que retratam bem o que aqui abordamos), ou seja, mantenedores do sistema. Os valores juvenis, portanto, visam a questionar e derrubar o que está aí, posto como eterno imútavel. Mas nem sempre conseguem atingir tal objetivo. O ato moral, muitas vezes pode não ser ético, por possuir um carater grupal ou individual. Os jovens muitas vezes incorrem neste erro. Querer universalizar seus ideais, ideais que representam a visão de um grupo e não a visão geral ou universal. O ato moral é portanto a ação orientada por valores e fins de um determinado grupo ou indivíduos. O desejo é algo criado pelo sistema. Nós seres humanos temos necessidades: beber, comer, dormir, reproduzir. Os meios de comunicação de massa e o mercado criam desejos e tratam tais desejos como se fossem necessidades, que sem as quais a vida não seria possível, mas tais desejos são desnecessários e fúteis além de gerar desigualdade social e destruição do meio-ambiente pelo consumo desenfreado e irresponsável. O ato responsável é aquele que visa a justiça, luta pela liberdade, tenta garantir a universalidade de acesso aos bens básicos para uma vida digna e de qualidade. A consciência moral pode atrapalhar aquele que busca sempre orientar a sua vida por atos responsáveis. Ser responsável é responder por algo ou por alguém. Aquele que se responsabiliza pelas injustiças luta contra elas, busca a igualdade e responde pelos miseráveis de nosso planeta. Mas alguns indivíduos, dotados de consciência moral, aquela consciência que obedece a padrões grupais, comunitários ou particulares de comportamento, tentam de todas as formas velar as contradições do sistema, buscando mantê-lo vigente de qualquer forma e a todo custo, de todas as maneiras, não poupando vidas nem se preocupando com ideais mais abrangentes. O grande bem que nós seres humanos possuímos, o grande valor, é a vida, que deve ser preservada e cuidada, caso contrário seresmo responsáveis pela nossa própria destruição. A ação ética escolhe o bem, que se identifica com a proteção e promoção da vida com qualidade e dignidade no planeta, e busca corrigir o mal, que se identifica com tudo aquilo que gera desigualdade, exclusão, exploração e atenta contra a vida humana em todo e qualquer sentido.