Pesquisar este blog

sexta-feira, 29 de maio de 2015

FILOSOFIA ANTIGA: ARISTÓTELES E A CIÊNCIA


MÓDULO 2

#PARA COMEÇAR

#QUESTÕES FILOSÓFICAS

Como é essencialmente o ser humano? Como são essencialmente as coisas? O que é o conhecimento verdadeiro? Como deve ser o governo da cidade? Como devemos viver?

ARISTÓTELES

BASES DO PENSAMENTO LÓGICO E CIENTÍFICO

ARISTÓTELES (384-322 a. C.), nascido em Estagira, na Macedônia, é outro pensador clássico grego que lançou as bases da filosofia ocidental ao pensar a lógica e os fundamentos daquilo que na era moderna veio a ser denominado ciência. Era chamado de peripatético e seus discípulos de PERIPATÉTICOS (que filosofam passeando), pois costumava dar voltas ao ar livre no LICEU (antigo templo grego dedicado ao deus Apolo Lício), lugar onde se reunia com aqueles que o seguiam. Desenvolveu também a LÓGICA como estudo da forma correta de raciocinar.

DA SENSAÇÃO AO CONCEITO

Todo conhecimento tem como ponto de partida a SENSAÇÃO, pois não há nada no intelecto que não tenha nele chegado senão por meio dos sentidos. São os sentidos que nos levam à compreensão e ao conhecimento do CONCEITO (conhecimento verdadeiro e universal).

MÉTODO INDUTIVO

O conhecimento deve partir da realidade EMPÍRICA (perceptível pela experiência sensível, ou seja, por meio dos sentidos). Partindo da EXISTÊNCIA individual é possível chegar à ESSÊNCIA dos seres. O conhecimento deve aspirar ao que é UNIVERSAL (válido em qualquer tempo e em qualquer lugar). A INDUÇÃO, portanto, é o método que parte de conhecimentos particulares com a finalidade de chegar a um CONCEITO UNIVERSAL, uma lei geral. Ex: ao analisar o cobre, o bronze, o ferro, a prata, o outro, o aço e cada um dos metais, e perceber que todos conduzem energia elétrica, eu chego à conclusão de que todos os metais conduzem energia elétrica. De análises particulares, eu formulo uma tese, teoria ou conhecimento universal.

HILEMORFISMO TELEOLÓGICO

Segundo ARISTÓTELES, tudo o que existe é constituído de matéria (hilé, em grego) e forma (morphé, em grego). E tudo o que existe possui também uma finalidade (teleo, em grego), um por que de existir, e o estagirita busca estudar (logos, em grego) e compreender o télos das coisas. 

MATÉRIA E FORMA

Para compreender a teoria da MATÉRIA E FORMA de ARISTÓTELES, primeiro é necessário compreender que segundo ele, a verdade é imanente, está nas próprias coisas, diferentemente do que afirmava PLATÃO com o MUNDO INTELIGÍVEL. A MATÉRIA seria aquilo da qual as coisas são feitas, como por exemplo: a mesa que é feita de madeira. Já a FORMA é a essência das coisas, aquilo que faz da coisa o que ela é, como por exemplo: a mesa possui uma essência que faz dela mesa e a distingue da cadeira. A essência é sempre mais difícil de precisar em um estudo físico e por isso ARISTÓTELES buscará compreendê-la de forma mais adequada na metafísica.

POTÊNCIA E ATO

O estagirita tentou compreender a REALIDADE QUE MUDA, aquilo que percebemos em constante mudança. Segundo ARISTÓTELES, tudo o que existe, existe em ATO E POTÊNCIA. ATO é tudo aquilo que a coisa é agora, atualmente, como por exemplo: a semente é semente em ATO. POTÊNCIA é tudo aquilo que uma coisa pode vir a ser, como por exemplo: a semente é árvore em POTÊNCIA.

SUBSTÂNCIA E ACIDENTE

SUBSTÂNCIA é o que faz de um ser o que ele é, sua essência. Tudo que não é essencial é considerado aparência, é ACIDENTE, do e no ser. O fato do ser humano ser branco, negro, amarelo, vermelho ou mestiço é ACIDENTAL. Acidente é tudo aquilo que há ou ocorre em um ser que não faz com que esse ser deixe de ser o que é. Já o SUBSTANCIAL é o essencial de um ser, aquilo que se modificado fará com que tal ser deixe de ser o que é, como por exemplo: o ser humano é um animal racional e a razão é o que o identifica, sua característica essencial. Se a razão lhe é tirada, ele deixará de ser humano e se tornará outra coisa, talvez um animal qualquer.

QUATRO CAUSAS DOS SERES

O SER NATURAL é aquele oriundo da natureza, que em sua própria essência possui a característica da mudança, como a semente que pode vir a se tornar árvore. Portanto, seu movimento é INTRÍSECO, ou seja, está na própria constituição de tal ser. Mas existe também o SER ARTIFICIAL, aquele que é modificado por outrem, e não por sua própria natureza, como é o caso do ouro que pode ser tornar um anel (não confundir com o menino de ouro, que derretido, deu o anel). Sua transformação é operada por algo alheio, de fora, portanto, EXTRÍNSECO. Tudo o que existe possui quatro causas, segundo ARISTÓTELES. A primeira delas é a CAUSA MATERIAL (de que a coisa é feita), como, por exemplo: a mesa que é feita de madeira. A segunda é a CAUSA FORMAL (é a forma ou a essência que constitui a coisa) como, por exemplo: a mesa é redonda, quadrada, retangular, ou mais essencialmente, aquilo que faz da mesa, uma mesa. A terceira é a CAUSA EFICIENTE (quem fez a coisa), como, por exemplo: quem fez a mesa foi o marceneiro. A quarta é a CAUSA FINAL (para quê a coisa foi feita, seu objetivo e finalidade), como, por exemplo: a mesa foi feita para ser suporte de objetos (a maioria das pessoas confunde a CAUSA FINAL das coisas e usam objetos com finalidades diferentes daquelas para as quais os mesmos foram feitos, como aquele que senta na mesa, ou aqueles que fazem outras “coisas” na mesa, que não usá-la como suporte de objetos). O SER NATURAL possui como CAUSA EFICIENTE sua própria natureza e não depende de causa externa como o SER ARTIFICIAL. Já AS IDEIAS E A REALIDADE HISTÓRICA têm como CAUSA EFICIENTE os próprios seres humanos.

MUNDO FINALISTA

Segundo ARISTÓTELES, a CAUSA FINAL É A MAIS IMPORTANTE DE TODAS, pois é em função dela que todas as outras causas ocorrem. Por isso sua teoria é denominada teleológica (téleo, que em grego quer dizer fim, finalidade).

PRIMEIRO MOTOR IMÓVEL

O estagirita teorizou também sobre a ORIGEM DO MUNDO. O mundo, segundo sua concepção, é ETERNO, não tem princípio nem fim, existe num MOVIMENTO ETERNO, perene e constante. Princípio e fim poderiam levar sua teoria à contradição em relação ao MOVIMENTO, pois antes do princípio e depois do fim o mesmo findaria. Formulou então o conceito de PRIMEIRO MOTOR IMÓVEL, que seria a causa de todo movimento presente no mundo. É IMÓVEL, porque se se movesse, teria que haver outra coisa que o move, pois tudo que se move é movido por outrem. O PRIMEIRO MOTOR IMÓVEL move o mundo por atração, já que não se move, mas gera movimento, sendo ele a CAUSA FINAL de tudo o que existe. A posição TELEOLÓGICA mais uma vez se revela e se faz presente na teoria aristotélica.

METAFÍSICA

Do grego metá, que quer dizer o que vem depois, ou o que está além, e física, que quer dizer natureza. A criação do termo se deve a ANDRÔNICO DE RODES, que ao organizar a obra do estagirita, por não saber como denominar os escritos que estavam colocados na biblioteca depois dos escritos da FÍSICA, assim os denominou. O termo vingou e se popularizou, mas não sem também ter algo a ver com o que ARISTÓTELES se propôs. Seria então a filosofia que procuraria compreender o que está além da natureza. Uma definição mais precisa seria ONTOLOGIA, ou seja, estudo do ser (ontós, que em grego quer dizer ser, e logia, que é estudo). A METAFÍSICA é o estudo do ser enquanto ser, conhecimento das causas primeiras ou mais universais de todas as coisas, partindo da SUBSTÂNCIA, da essência dos seres.

POÉTICA

Na poética, ARISTÓTELES analisa a arte e a define como mimeses, ou seja, imitação. A arte imita a vida, mas não para corrompê-la, como pensava PLATÃO, e sim para purificá-la, purgá-la, pois a estética teria o poder de fazer com que o sujeito que a contempla tivesse condições de se ver representado e assim depurar suas sensações. A arte é catarse (purificação), pois purifica o homem de suas próprias mazelas. A arte alivia a alma expurgando as emoções.

ÉTICA DO MEIO-TERMO

O ser humano como SER RACIONAL, deve viver de acordo com a parte mais nobre que há em si, ou seja, de acordo com a razão. A razão conduz o indivíduo à prática da VIRTUDE (disposição para a prática do bem). A VIRTUDE, segundo ARISTÓTELES está no MEIO-TERMO, na justa medida, no equilíbrio das ações. Toda conduta em excesso ou carente configura um vício que deve ser corrigido pelo hábito, pois a VIRTUDE se alcança com a prática e o exercício da prudência (capacidade de dosar os atos). O fim de toda ação humana é a felicidade, que só pode ser alcançada por meio da virtude (da vida equilibrada e vivida de acordo com a razão).

O ANIMAL POLÍTICO

Para ARISTÓTELES o ser humano é por natureza um ser SOCIAL. A organização social adequada ao ser humano é a PÓLIS (cidade-estado grega). A cidade é um fenômeno natural e por isso o ser humano é um animal político, porque naturalmente nascido para viver na PÓLIS (quem vive fora da realidade política é um deus ou uma besta). A política é uma CONTINUIDADE DA ÉTICA, ou melhor, a ética é PARTE ESSENCIAL DA POLÍTICA. Os seres humanos não são NATURALMENTE IGUAIS, pois uns nascem para dominar e outros para serem dominados (escravos). Era considerado CIDADÃO, na PÓLIS, o indivíduo do sexo masculino, maior de 21 anos, de pai e mãe ateniense, estando, portanto, excluídos da DEMOCRACIA ATENIENSE os ESCRAVOS, as MULHERES, os METECOS (estrangeiros) e os jovens abaixo de 21 anos.

#CONEXÕES

O que seria substancial e acidental na democracia, cidadania e educação, tendo como referência a situação brasileira?

#ANÁLISE E ENTENDIMENTO

O que é o hilemorfismo de ARISTÓTELES? Como ARISTÓTELES explica o movimento e a mudança das coisas? Quais seriam os quatro tipos de causas fundamentais que levariam à passagem de uma cadeira de balanço em potência para uma em ato? O que é o PRIMEIRO MOTOR IMÓVEL de ARISTÓTELES?

#CONVERSA FILOSÓFICA

Você concebe que todos os seres do universo possam ter uma finalidade intríseca?

#CONECTADO

Aristóteles

O amor de Aristóteles - philia

Sócrates, Platão e Aristóteles UNIVESP TV

Aristóteles NO FILME ALEXANDRE, O GRANDE


EXERCÍCIOS

QUESTÃO 1 (Habilidade: Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos nas artes e outras produções culturais.)

Nível de dificuldade: Médio.                                                                                                                                                       Assunto: O teatro grego: tragédia e catarse.

Para Aristóteles, a tragédia, pela imitação dos caracteres e das paixões, valendo-se da música, da dança, do espetáculo e, sobretudo, do princípio de verossimilhança, provoca um prazer que lhe é próprio, instigando no ânimo do espectador o terror e a compaixão. É um prazer que vem da vivência da dor através da mediação da arte e que se compõe de vários elementos, consistindo no real ensinamento a que se propõe a tragédia. Neste sentido, para alguns estudiosos, este prazer-doloroso consiste num desafogo, num repouso, num modo de ocupar os lazeres – num gozo intelectual – numa vantagem que não é inútil aos bons costumes; enfim, opera a catarse.

 TELLES JÚNIOR, Goffredo. Tradição e Modernidade: elementos narrativos na tragédia e no melodrama.
Disponível em: .  Acesso em: 18 out. 2013.

Aristóteles concluiu que o espetáculo trágico, para realizar-se como obra de arte, deveria sempre provocar a catarse, isto é,

(A) a admiração pela bravura e os feitos dos combatentes.           
                                                  
(B) a mágoa ou outro sentimento de opressão nos ouvintes.                                                                              
(C) a purgação das emoções dos espectadores.    
                                                                           
(D) a repugnância pelo sofrimento dos personagens.                                                                                                       
(E) o medo diante dos sofrimentos dos atores.                                                                                                                                                                                                                                      
GABARITO: C
Comentário: Na concepção aristotélica, a catarse é uma espécie de prazer próprio da tragédia, uma descarga ou purgação das emoções, resultado do sentimento de terror e piedade suscitados por aquele espetáculo teatral.

QUESTÃO 2 (Habilidade: Ler textos filosóficos de modo significativo e inferir o que foi apropriado de modo reflexivo.)                                                                                                                                                            
Nível de dificuldade: Fácil.                                                                                                                                                   
Assunto: Aristóteles.

A virtude tem a ver com paixões e ações, nas quais o excesso e a falta constituem erros e são censurados, ao passo que o meio é louvado e constitui a retidão: e ambas essas coisas são própria da virtude. Portanto, a virtude é uma espécie de mediania, porque, pelo menos, tende constantemente para o meio. Ademais, errar é possível de muitos modos (...), ao passo que agir retamente só é possível de um modo (...). Por essas razões, portanto, o excesso e a falta são próprios do vício, enquanto a mediania é própria da virtude: somos bons apenas de um modo, maus de variadas maneiras.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Os pensadores)

Aristóteles define essa mediania como

(A) a excelência moral, produto do hábito.
(B) a vitória da razão sobre as emoções.
(C) o bem supremo a que todos aspiram.
(D) o meio-termo entre dois extremos
(E) os impulsos que tendem ao excesso ou à falta.

GABARITO: D
Comentário: Para Aristóteles, em relação às ações, há excesso, falta e justo meio. A virtude se relaciona com as emoções e as ações, nas quais o excesso é uma forma de erro, tanto quanto a falta, enquanto o justo meio é tido como um acerto. A virtude, então, é uma disposição da alma relacionada com a escolha de ações e emoções, consistente num justo meio determinado pela razão.

QUESTÃO 3 (Habilidade: Ler textos filosóficos de modo significativo e elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo.)                                                                                                                                                            
Nível de dificuldade: Difícil.                                                                                                                                                       Assunto: Aristóteles e a ética.
[...] é igualmente manifesto que nenhuma das virtudes éticas se gera em nós por natureza: nenhum, com efeito, dos seres naturais toma hábitos diversos: por exemplo, a pedra, levada pela natureza para baixo, nunca se habituaria a alçar-se para cima, mesmo que alguém, para habituá-la, a atirasse para o alto dez mil vezes; [...]. Logo as virtudes não se geram nem por natureza nem contra a natureza, mas nascem em nós, que, aptos pela natureza a recebê-las, nos tornamos perfeitos mediante o hábito.
[...] a posição de meio é o que tem a mesma distância de cada um dos extremos. Com relação a nós e sempre considerando nesse viés, meio é o que não excede nem falta. Aqui fica evidente que o “meio” se dá em relação ao agente, pois “não é único e o mesmo para todos.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Martin Claret, 2012.

Segundo ARISTÓTELES, a virtude se dá graças a (o)

A)     Hábito e o meio-termo.
B)      Esforço e a satisfação.
C)      Excesso e a carência.
D)     Ação por dever e a autonomia.
E)      A vontade de potência e o niilismo.

RESPOSTA: A

QUESTÃO 4
Habilidade: Relacionar o conceito de catarse à tragédia grega.
Nível de dificuldade: Médio
Assunto: O teatro grego e a catarse
[...] O nascimento da tragédia está ligado a práticas religiosas e a rituais realizados em honra de Dionísio, deus do vinho, da embriaguez, da música e da dança. Os artistas honravam esta divindade através da apresentação dos ditirambos – canto de natureza coral, intenso e apaixonado, composto de uma esfera narrativa, interpretada por personagens caracterizados como faunos e sátiros, conhecidos como seguidores de Dionísio. Como pacificação e exaustão de forças embriagadoras e insanas que são invocadas pela tragédia, temos a catarse, vista como pacificação e exaustão de forças embriagadoras e insanas, causadora de uma sensação única na alma, atribuída a Dionísio.
Disponível em:< http://www.infoescola.com/filosofia/catarse/> Acesso em: 08 out. 2012

Essa associação da catarse a uma sensação única na alma, atribuída ao deus Dionísio, deve-se

A)  ao estado de embriaguês e loucura que ela proporciona.
B)  à ausência de consciência da realidade, devido à embriaguês.
C)  ao alívio provocado na alma, através do expurgo das emoções.
D)  à sensação de insanidade, que afasta o indivíduo da realidade.
E)  à libertação das fraquezas e dos medos, devido à sua proteção..

RESPOSTA: C
COMENTÁRIO: A “catarse” é  definida como purgação dos sentimentos de terror e compaixão, ou seja, das emoções dos espectadores, diante das paixões humanas representadas no palco. Ao se identificar na cena, o indivíduo se projetava nos personagens, experimentando emoções que o levavam à liberação dos seus próprios sentimentos e tristezas, diante do trágico fim destinado ao herói ao final do espetáculo.
QUESTÃO 5 (Descritor: aplicar um conceito filosófico a um exemplo cotidiano.)
Nível de dificuldade: Difícil.
Assunto: Filosofia Antiga Metafísica

Analise a imagem a seguir.


Disponível em: uluhiperbole.blogspot.com. Acesso em: 24 jun. 2012.

Para Aristóteles, o ato é a essência da coisa tal como é aqui e agora; e a potência é a capacidade de algo tornar-se alguma coisa, ou seja, é aquilo que a coisa poderá vir a ser.
Explica a relação entre ato e potência dos elementos “ovo” e “galinha”:

(A)   A galinha é o ovo em ato. O ovo é galinha em potência.
(B)   A galinha é o ovo em potência. O ovo é a galinha em ato.
(C)   O ovo é a atualização da galinha. A galinha é a atualização do ovo.
(D)  O ovo é a galinha em ato. A galinha é o ovo em potencial.
(E)   O ovo é a galinha em potência. A galinha é a atualização do ovo. 

Resposta: E

QUESTÃO 6 (Descritor:  relacionar conceitos, a fim de compreender os fenômenos e suas relações.)

Nível de dificuldade: Médio.
Assunto: Filosofia Antiga Epistemologia

Leia uma citação da filósofa Marilena de Chauí sobre as razões que propiciaram o surgimento da filosofia
“A filosofia surgiu quando alguns gregos, admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas, demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos naturais e as coisas da natureza podem ser conhecidos pela razão humana, e que a própria razão humana é capaz de conhecer-se a sim mesma.”
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2010. p. 29.

Marilena de Chauí explica que a filosofia nasce por causa de alguns elementos essenciais. Esses elementos essenciais são:

(A)   admiração e encantamento com a realidade, insatisfação com a tradição e crença na capacidade da razão.
(B)   desencanto com o mundo, fidelidade à tradição, admiração e espanto com a natureza e suas mudanças (Devir).
(C)   espanto com a realidade, admiração com a capacidade do homem de conhecer a natureza (physis) e a si mesmo.
(D)  espanto e admiração, ruptura com a tradição e crença na capacidade da razão de conhecer todas as coisas.
(E)   insatisfação com as explicações tradicionais, busca racional para conhecer os deuses geradores da natureza.

Resposta: D

QUESTÃO 7 (Descritor: reconhecer a identidade na diferença, assumindo uma postura ética condizente com o conhecimento filosófico.)
Nível de dificuldade: Difícil
Assunto: Filsofia Antiga Política

Analise a charge que retrata a conversa entre a personagem Mafalda e a mãe dela.

Aristóteles afirma que o homem é um animal político. Ele só se torna plenamente humano quando se insere na pólis, quando participa da vida social do seu povo. Em outras palavras, o cidadão só se realiza plenamente quando a cidade está plenamente realizada.
A resposta de Mafalda à mãe dela revela que ela acredita

(A) na ação das pessoas em prol da coletividade para tornar o mundo melhor.
(B) na capacidade do ser humano de amar ao próximo para tornar o mundo melhor.
(C) na capacidade do ser humano, de trabalhar pensando no bem da coletividade.
(D) na ingenuidade da visão de sua mãe e por isso ironiza o ponto de vista dela.
(E) no senso de humor de sua mãe ao ironizar a razão pelo qual o homem está no mundo.

Resposta:D

QUESTÃO 8 (Descritor: reconhecer a identidade na diferença, assumindo uma postura ética condizente com o conhecimento filosófico.)
Nível de dificuldade: Médio
Assunto: Filosofia antiga Epistemologia

Analise o fragmento que segue

“O que faz a marca específica do homem é o pensamento e a razão que o segue. É a atividade intelectual. Nesta, encontra-se a fonte principal das alegrias do homem, ou seja, a fonte donde provém a verdadeira felicidade. Com efeito, a felicidade do homem consiste no aperfeiçoamento da atividade que lhe é própria, ou seja, na atividade segunda a razão. A subordinação da atividade sensível a atividade racional se impõe. É o preço da felicidade humana é a condição da moral humana.”
NODARI, Paulo César. A ética aristotélica.In:_____.I Síntese. Nova Fase. Belo Horizonte: UFMG, 1997. (Fragmento.)

Para Aristóteles, os bens materiais, por si mesmos, ajudam, mas não garantem ao homem a felicidade. A felicidade se realiza quando o homem age segundo a justiça e a razão, ou seja, ela é construída quando o homem se torna capaz de

(A)   abrir mão de sua razão para viver sem preocupação.
(B)   aumentar o rendimento dos seus bens materiais.
(C)   buscar a felicidade fora dele mesmo.
(D)  controlar as qualidades que lhes são próprias.
(E)   subordinar a atividade sensível à razão aperfeiçoada.

Resposta: E

QUESTÃO 9 (Descritor: perante um texto discursivo e conceitual, de natureza filosófica, identificar as principais teses do texto.) 

Nível de dificuldade: Média.

Assunto: Aristóteles: o homem é um animal político

Leia o trecho retirado da obra e Aristóteles: “Ética a Nicômacos”.

“Se há, então, para as ações que praticamos, alguma finalidade que desejamos por si mesma, sendo tudo o mais desejado por causa dela, e se não escolhemos tudo por causa de algo mais (se fosse assim o processo prosseguiria até o infinito, de tal forma que nosso desejo seria vazio e vão), evidentemente tal finalidade deve ser o bem e o melhor dos bens.”
(Aristóteles, “Ética a Nicômacos”, Livro I)

Para Aristóteles, o melhor dos bens – ou o Bem Supremo – deveria ser final e auto-suficiente. Identifique o Bem Supremo a que Aristóteles faz referência:

a)  a saúde.
b)  a felicidade.
c)  a sabedoria.
d)  o amor.
e)  a amizade.

RESPOSTA: B

FILOSOFIA ANTIGA: LÓGICA ARISTOTÉLICA

MÓDULO 3

Bloco 01

#PARA COMEÇAR

#QUESTÕES FILOSÓFICAS

O que é um raciocínio ou argumento? O que é a consequência lógica? O que é um argumento válido? Que método de argumentação é melhor?

NOÇÕES DE LÓGICA

Lógica é o campo de estudos da filosofia que busca estabelecer os princípios da forma correta de desenvolver RACIOCÍNIOS e ARGUMENTOS. Estuda a RELAÇÃO entre hipóteses e conclusão em uma determinada trajetória de raciocínio ou argumentação. É composta de inferências (afirmar ou negar algo de alguma coisa). O objetivo é saber se a consequência do raciocínio decorre logicamente das proposições que o fundamentam. A CONCLUSÃO deve ter RAZÕES fundamentadas para que possa ser JUSTIFICADA. É o INSTRUMENTO (órganon, em grego) por excelência de toda e qualquer forma de conhecimento digna de tal nome. Sempre que DAMOS razões para qualquer raciocínio, tais razões devem estar bem amparadas por argumentos sólidos, fundamentados na EXPERIÊNCIA PRIVADA. O raciocínio pode se desenvolver de forma VERBAL ou através de PALAVRAS escritas. As sentenças que compõem um raciocínio são denominadas ARGUMENTOS.

PREMISSAS E CONCLUSÃO

PREMISSAS é o nome dado às sentenças que formam o ponto de partida de um argumento, e CONCLUSÃO é o nome dado à sentença que supostamente deriva das premissas de um argumento.Corresponde a seu ponto de chegada. A CONCLUSÃO deve expressar uma informação NOVA, que pode ser deduzida a partir das PREMISSAS. Exemplo:
Todo ser humano é mortal – PREMISSA 1
Sócrates é um ser humano – PREMISSA 2
Logo, Sócrates é mortal – CONCLUSÃO

IDENTIFICAÇÃO DE ARGUMENTOS

Conjunções conclusivas costumam indicar as CONCLUSÕES de um raciocínio (porque, já que, pois, uma vez que, logo – são INDICADORES DE RAZÃO das PREMISSAS).

PROPOSIÇÕES E TERMOS

Costumamos usar sentenças INTERROGATIVAS (o que é isso?) ou IMPERATIVAS (faça aquilo!) para sustentar argumentos e raciocínios. A lógica clássica (aristotélica) lida com sentenças DECLARATIVAS (sentenças que afirmam ou negam algo sobre alguma coisa) e tais sentenças podem ser VERDADEIRAS ou FALSAS. Os estudiosos usam os termos PROPOSIÇÕES ou ENUNCIADOS para tratar das sentenças. A PROPOSIÇÃO fica a meio termo entre o JUÍZO (representação mental) e a SENTENÇA (representação gramatical).

CONTRUBUIÇÕES DA LÓGICA ARISTOTÉLICA

A LÓGICA TRADICIONAL tem origem com ARISTÓTELES (384-322 a. C.), por isso ele é considerado o FUNDADOR DA LÓGICA. Via nela uma FERRAMENTA, INTRUMENTO, para o acesso ao conhecimento verdadeiro.

CONTEÚDO E FORMA

Quando se refere ao que está contido (matéria) nos argumentos, raciocínios, inferências e premissas, está se referindo ao seu CONTEÚDO. Quando se trata da estrutura dos argumentos, está se tratando de sua FORMA. Exemplo:
Todo gato é felino – CONTEÚDO
Garfield é um gato – CONTEÚDO
Logo, Garfield é felino – CONTEÚDO
O todo que compõe o raciocínio, ou silogismo, é a sua forma. O conteúdo é o que está expresso nas proposições, ou premissas.

VERDADE E VALIDADE

VERDADE é quando um raciocínio condiz com a realidade e seu conteúdo expressa uma verdade factível. Exemplo: Todo brasileiro é terráqueo. Se o BRASIL fica no planeta TERRA, e quem nasce no planeta TERRA é terráqueo, logo, todo brasileiro é terráqueo. Já a VALIDADE mede a formalidade do raciocínio, ou seja, se sua forma como um todo está de acordo com as leis, regras e relações da lógica.

EXEMPLO DE RACIOCÍNIO VERDADEIRO, MAS INVÁLIDO

Todo homem é mortal – VERDADE
Todo gato é mortal – VERDADE
Logo, todos os seres são mortais – VERDADE
As premissas e conclusões são verdadeiras, mas não são válidas, pois não seguiram a regras do raciocínio formal.

EXEMPLO DE RACIOCÍNIO FALSO, MAS VÁLIDO

Todo ser humano é imortal - FALSO
Pedro é não um ser humano - FALSO
Logo, Pedro é imortal – FALSO
As premissas e conclusão são falsas, mas o raciocínio é válido, pois obedecem as regras da lógica.

EXEMPLO DE RACIOCÍNIO FALSO E INVÁLIDO

Carro em inglês se diz car
Homem em inglês se diz man
Então quer dizer que minha tia Carmen é um transformer?
As premissas são verdadeiras, mas a conclusão é falsa e o raciocínio não obedece às regras da lógica.

EXEMPLO DE RACIOCÍNIO VERDADEIRO E VÁLIDO

Todo metal conduz energia elétrica – VERDADEIRO
O cobre é um metal – VERDADEIRO
Logo, o cobre conduz energia elétrica – VERDADEIRO

As premissas e a conclusão são verdadeiras e o raciocínio é válido de acordo com as regras da lógica.
Quando se fala então de VERDADEIRO ou FALSO, está se referindo ao CONTEÚDO DAS PROPOSIÇÕES e pertence ao CONTEXTO DA DESCOBERTA das mesmas. Quando se trata de VÁLIDO ou INVÁLIDO, está se falando e considerando as RELAÇÕES FORMAIS que se estabelecem entre as proposições de um raciocínio e pertence ao CONTEXTO DA JUSTIFICAÇÃO dos argumentos. A validade de um raciocínio se deve aos ASPECTOS FORMAIS dos argumentos.

VALIDADE E CORREÇÃO

Um raciocínio correto é aquele que possui premissas e conclusão verdadeiras e uma relação formal entre as mesmas considerada válida, ou seja, de acordo com as regras da lógica.

COMPREENSÃO E EXTENSÃO

Os termos podem ser de dois aspectos: DA EXTENSÃO, ou seja, refere-se mais à QUANTIDADE; DA COMPREENSÃO, ou seja, das PROPRIEDADES das coisas, daquilo que elas são e refere-se mais à QUALIDADE. Quanto maior a EXTENSÃO, menor a compreensão, e quanto maior a COMPREENSÃO, menor a extensão. Quanto mais se estende o objeto de estudo, menos sobre ele se poderá compreender. Quanto mais se restringe o objeto de estudo, maior será a compreensão sobre o mesmo. Exemplo: O ser humano é um animal racional. O termo animal é mais extenso e menos compreensível que ser humano racional. O termo ser humano racional é mais compreensivo e menos extenso que o termo animal.

PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS

Podem ser definidas a partir de critérios de QUALIDADE ou de QUANTIDADE.
PROPOSIÇÕES DE QUALIDADE:
AFIRMATIVAS: quando REÚNEM dois termos (Pedro é mortal);
NEGATIVAS: quando SEPARAM dois termos (Pedro não é mortal).
PROPOSIÇÕES DE QUANTIDADE:
UNIVERSAIS OU GERAIS: refere-se à EXTENSÃO TOTAL do sujeito (todo ser humano é mortal);
PARTICULARES: refere-se a UMA PARTE da extensão do sujeito (algum ser humano é mortal).
PRINCÍPIOS LÓGICOS FUNDAMENTAIS
As relações entre os termos de um raciocínio são regidas por princípios.

PRINCÍPIO DE IDENTIDADE

O triângulo tem três lados (A é A). O princípio da identidade revela uma obviedade (tipo eu sou eu) e teve início com PARMÊNIDES quando afirmou que O SER É, ou seja, TODO OBJETO É IDÊNTICO A SI MESMO. É também tautológico (do grego tauto, que significa o mesmo, ou seja, o predicado está contido no sujeito).

PRINCÍPIO DE NÃO CONTRADIÇÃO

Também chamado de PRINCÍPIO DE CONTRADIÇÃO, trata daquilo que é e não pode não ser. O ser é (existe) e não pode não ser (não existir), pois seria uma contradição inadmissível na lógica. É FALSO QUE ALGO SEJA E NÃO SEJA. Ou é ou não é. PARA QUALQUER A E PARA QUALQUER B, É FALSO QUE A É B E NÃO B AO MESMO TEMPO.

PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO

O PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO diz que: ou algo é ou não é, não admitindo uma terceira hipótese como possível de ser verdadeira. É VERDADE QUE P OU NÃO P, mas não é possível uma terceira opção. Ou Pedro é mortal ou não é mortal e não há possibilidade para uma terceira via. PARA QUALQUER A E PARA QUALQUER B, A É B OU NÃO B, NÃO HAVENDO UMA TERCEIRA POSSIBILIDADE, ou seja, de que A possa ser C ou não C.

QUADRADO DOS OPOSTOS

CONTRÁRIAS: enunciam o CONTRÁRIO uma da outra.
CONTRADITÓRIAS: enunciam uma CONTRADIÇÃO.
SUBCONTRÁRIAS: enunciam o contrário, mas não de forma universal.
SUBALTERNAS: afirmam ou negam de forma particular o que se afirma ou nega na universal afirmativa ou negativa.

DEDUÇÃO

O MÉTODO DEDUTIVO é o raciocínio que parte do maior para o menor, do universal ou geral para o particular ou singular. Exemplo:
Todo ser humano é mortal
Pedro é um ser humano
Logo, Pedro é mortal.
De uma hipótese, lei ou teoria universal se chega a uma conclusão particular. U->P. A conclusão é EXTRAÍDA das premissas. NÃO SÃO AMPLIATIVOS, mas restritivos.

INDUÇÃO

É um modo de raciocinar que vai do MENOR AO MAIOR, ou do SINGULAR OU PARTICULAR AO GERAL. Exemplo:
Analisei o cobre e percebi que ele conduz energia elétrica.
Analisei o bronze e percebi que ele conduz energia elétrica.
Analisei a prata e percebi que ela conduz energia elétrica.
Analisei o ouro e percebi que ele conduz energia elétrica.
Analisei o aço e percebi que ele conduz energia elétrica.
Todos são metais.
Chego à conclusão então de que todos os metais conduzem energia elétrica.
Partem sempre de uma OBSERVAÇÃO individual, por ANALOGIA (relação de semelhança) e generaliza (tende a generalizar, ou seja, aplicar a tendência obsevada a objetos não observados). P->G. É AMPLIATIVO, pois sua conclusão vai além do que as premissas previam. É sempre PROVÁVEL, uma vez que ainda não foram observados todos os casos referentes àquela assertiva. Exemplo:
Analisei um japonês e percebi que ele tem olho puxado.
Analisei outro japonês e percebi que ele tem olho puxado.
Analisei mais outro japonês e percebi que ele tem olho puxado.
Analisei mais outro japonês e percebi que ele tem olho puxado.
Analisei mais outro japonês e percebi que ele tem olho puxado.
Chego então à conclusão que todo japonês tem olho puxado.
Pode ser que algum japonês não tenha olho puxado, daí invalidaria o raciocínio e ele se tornaria inverídico.

DOUTRINA DO SILOGISMO

SILOGISMO é o orgumento formado por três proposições (duas premissas e uma conclusão). O principal tipo de silogismo (mas não o único) é o SILOGISMO CATEGÓRICO, que tem como características: possuir TRÊS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS (afirmações ou negações assertivas sobre um determinado sujeito); Conter somente TRÊS TERMOS e cada um deles sendo usado em apenas DUAS PROPOSIÇÕES. EXEMPLO de silogismo em sua FORMA TÍPICA:
Todo mineiro é brasileiro – PREMISSA MAIOR
Pedro é mineiro – PREMISSA MENOR
Logo, Pedro é brasileiro. - CONCLUSÃO
O TERMO MAIOR ou EXTREMO MAIOR é aquele termo que é usado no raciocínio em sua maior extensão. No caso acima brasileiro é o termo maior. A premissa que o contém é denominada PREMISSA MAIOR. O TERMO MENOR ou EXTREMO MENOR é aquele termo que é usado em sua menor extensão. No caso acima Pedro é o termo menor. A PREMISSA MENOR é a que apresenta o termo menor. O TERMO MÉDIO é aquele que é usado numa extensão intermediária para dar a devida mensuração do raciocínio. Ele encontra-se nas duas primeiras premissas, mas está ausente da conclusão. Para um raciocínio ser considerado válido, ele deve obedecer à estrutura acima exposta.

REGRAS DO SILOGISMO

Há OITO REGRAS que devem ser obedecidas para um raciocínio ser considerado válido e para se identificar aqueles que não são válidos (FALÁCIAS).
1ª Cada um dos três termos deve ser usado com o mesmo sentido em todo o argumento.
2ª O termo médio não pode entrar na conclusão.
3ª O termo médio deve aparecer em toda a sua extensão pelo menos uma vez.
4ª Os termos maior e menor não podem ter na conclusão uma extensão maior do que a que têm nas premissas.
5ª De duas premissas afirmativas só se pode obter uma conclusão afirmativa.
6ª De duas premissas negativas nada se pode concluir necessariamente.
7ª De duas premissas particulares nada se pode concluir necessariamente.
8ª A conclusão segue sempre a parte mais fraca (isto é, a premissa negativa e/ou particular).
Só há 19 tipos de SILOGISMO CATEGÓRICOS considerados VÁLIDOS.

FALÁCIAS

Significa engano, trapaça, e representa uma IDEIA EQUIVOCADA ou uma CRENÇA FALSA. São argumentos ENGANOSOS, que possam PARECER CORRETOS, mas que NÃO SÃO. A mais comum é a FALÁCIA FORMAL (vide os silogismos inválidos exemplificados acima). Para detectá-las, basta usar o MÉTODO DO CONTRAEXEMPLO, que se revela usando variáveis onde o raciocínio continua capcioso. Exemplo:
Todo ser humano anda sobre duas patas
Toda ave anda sobre duas patas – contraexemplo – A avestruz anda sobre duas patas
Logo, todo ser humano é uma ave. – Conclusão do contraexemplo – Logo, todo ser humano é um avestruz.

PARALOGISMOS, PARADOXOS E SOFISMAS

PARALOGISMO é um erro lógico involuntário. Um raciocínio incorreto, enquanto não descoberto, revela um PARADOXO (problema a ser resolvido pela lógica). Se o erro lógico é cometido de forma intencional, temos então um SOFISMA (raciocínio incorreto proferido de forma proposital).
FALÁCIAS NÃO FORMAIS
São aquelas que assim o são por seu CONTEÚDO e não por sua forma (vide acima os exemplos de raciocínios verdadeiros, mas inválidos). São conhecidas como FALÁCIAS QUANTO À MATÉRIA ou FALÁCIAS NÃO FORMAIS. ARISTÓTELES destacou-as em atribuíveis (IN DICTIONE) ou não (EXDICTIONE) à LINGUAGEM. AS FALÁCIAS DE LINGUAGEM referem-se a problemas de AMBIGUIDADE e IMPRECISÃO do raciocínio. As FALÁCIAS EXDICTIONE se apresentam com justificativas ou provas POUCO RELEVANTES OU TOTALMENTE IRRELEVANTES para as conclusões a que se chega através do raciocínio. Os SOFISTAS foram os mestres na arte das FALÁCIAS na antiguidade, pois seu grande objetivo era o desenvolvimento da ARGUMENTAÇÃO RETÓRICA, ou oratória, para que seus alunos pudessem se dar bem na ÁGORA (praça pública) onde eram debatidos os problemas políticos (relacionados à cidade) na democracia ateniense. Transmitiram uma gama de JOGOS DE PALAVRAS, RACIOCÍNIOS E CONCEPÇÕES que visavam persuadir, convencer e até enganar seus interlocutores.

TIPOS DE FALÁCIAS NÃO FORMAIS

FALÁCIA DE EQUÍVOCO: Emprega uma palavra ou expressão em sentidos diversos (falácia de linguagem);
ARGUMENTO DE AUTORIDADE: Cita uma autoridade para sustentar uma proposição quando essa pessoa não é especialista no tema.
ARGUMENTO CONTRA O HOMEM: Argumentar contra a moral, a filiação política ou outra depreciativa da pessoa, quando não é isso que está em questão.
PETIÇÃO DE PRINCÍPIO: Tomar como explicação ou prova justamente aquilo que está por ser explicado ou provado. Assim o raciocínio gira em um círculo vicioso.
ACIDENTE CONVERTIDO OU GENERALIZAÇÃO APRESSADA: Supor como regra geral uma situação excepcional.
FALSA CAUSA: Considerar como causa de algo aquilo que o antecedeu no tempo ou tomar como antecedente lógico de algo aquilo que não o é necessariamente.

Bloco 02

#CONEXÕES

Resolva o seguinte enigma lógico, procurando construir um bom argumento a favor de sua resposta: São cinco horas da manhã e Diego está saindo para pescar com amigos. Ele precisa pegar um par de meias, mas não pode acender a luz para não acordar o irmão. Ele sabe que na gaveta há dois pares de meias azuis, dois pares de meias beges e dois pares de meias cinza, mas elas estão todas soltas. Apressado, ele coloca o mínimo de meias em sua mochila, com a certeza de que, com elas, formará um par correto. Quantas meias ele leva?

#ANÁLISE E ENTENDIMENTO

O que você entende por raciocínio? O que é a noção de consequência lógica, e qual é a sua importância para os estudos lógicos? Quando há um debate sobre algum tema, as pessoas apresentam raciocínios ou argumentos? Como Aristóteles entendia o papel da lógica no contexto da busca de conhecimento? Em que consiste a diferença entre um argumento válido e um argumento correto?

#CONECTADO

Uma breve historia da Lógica

Aula 2 de Filosofia - Tema: Lógica (Telecurso 2000)


#EXERCÍCIOS

QUESTÃO 1

Habilidade: Analisar um argumento usando a lógica como instrumento.
Nível de dificuldade: Difícil
Assunto: Lógica

Analise as informações.

“Na África Negra, 76% da mão-de-obra está voltada para a agricultura. O mesmo ocorre com 55% da mão-de-obra da América do Sul e 62% da América Central. Por conseguinte, os países subdesenvolvidos se caracterizam pela grande proporção da população empregada na agricultura.”

 Acesso em 12 fev. 2013.

A conclusão das informações está embasada por dados estatísticos.

Este é um argumento

A)     abstrato, pois as premissas estão baseadas em um conhecimento hipotético da realidade.
B)     analógico, haja vista que a conclusão se dá pela comparação entre os continentes.
C)    dedutivo, pois as premissas sustentam e justificam a conclusão.
D)    indutivo, pois as premissas são baseadas em experiências limitadas.
E)     intuitivo, pois está baseado em um conhecimento direto da realidade.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIO: O argumento acima é indutivo, pois o fato de estatisticamente alguns países subdesenvolvidos possuírem trabalhadores agrícolas, não garante que todos os países subdesenvolvidos possuam a maioria de seus trabalhadores na área rural. O argumento indutivo é o tipo de argumento em que as premissas não asseguram necessariamente a conclusão.
QUESTÃO 2

Analise os argumentos.

Premissa 1 – Hoje em dia, os trabalhadores têm tempo pra nada.
Premissa 2 – Já os vagabundos têm todo o tempo do mundo.
Premissa 3 – Tempo é dinheiro...
Conclusão – Logo os vagabundos têm mais dinheiro que os trabalhadores.

Disponível em: <http://www.paralerepensar.com.br/silogismos.htm>. Acesso em: 08 de fev. de 2013.
O raciocínio acima pode ser considerado
A)     verdadeiro e inválido.
B)      Falso e inválido.
C)      Falso e válido.
D)     Verdadeiro e válido.
E)      Mentiroso e correto.

RESPOSTA: A

Leia os argumentos.

Premissa 1 – Todo mineiro é Brasileiro
Premissa 2 – Aécio Neves é Brasileiro
Conclusão – Logo, Aécio Neves é Mineiro.

Acesso em: 12 fev. 2013.

O raciocínio acima pode ser considerado
A)     Falso e inválido.
B)      Verdadeiro e inválido.
C)      Falso e válido.
D)     Verdadeiro e válido.
E)      Mentiroso e correto.

RESPOSTA: B

QUESTÃO 3(Descritor: aplicar um conceito filosófico a um exemplo cotidiano .)
Nível de dificuldade: Difícil
Assunto:Filosofia Antiga Lógica

Chamamos de indutivo o raciocínio que, após considerar um suficiente número de casos particulares, conclui uma ideia ou sentença geral.

O raciocínio indutivo é expresso em:

(A) “João é sofredor, por que todo cruzeirense é sofredor e eu sou cruzeirense.”
Disponível em: www.paralerepensar.com.br/silogismos.htm. Acesso em: 03 jul. 2012.
(B) “Eu não gosto de poder, pois toda forma de poder é uma forma de morrer por nada.”
Disponível em: letras.mus.br › Pop Rock › Engenheiros do Hawaii. Acesso em: 03 jul. 2012.
(C) “Sabe por que a mulher chora? É da natureza de toda mulher ser mais sensível que o homem.”
Disponível em: www.paralerepensar.com.br/silogismos.htm. Acesso em: 03 jul. 2012.

(D) “Todo torcedor do Galo é fanático, pois todos que eu conheço são.”
Disponível em: www.paralerepensar.com.br/silogismos.htm. Acesso em: 03 jul. 2012.
(E) “Todo biscoito é água e sal, o maior é água e sal, logo o mar é um biscoitão”
Disponível em: www.paralerepensar.com.br/silogismos.htm. Acesso em: 03 jul. 2012.

RESPOSTA: D


4. Leia o argumento abaixo. 
- Todos os animais são mortais. 
- Alguns répteis são animais. 
- Alguns répteis são mortais. 
Assinale a alternativa que indica se o argumento é um silogismo válido ou inválido e, se for este o caso, qual regra violou. 
a. ( X ) Este é um silogismo que atendeu às regras da validade silogística. 
b. ( ) O argumento anterior é um silogismo inválido porque o termo "mortais" está distribuído na conclusão, mas não na premissa. 
c. ( ) Este silogismo é inválido porque tem duas premissas particulares. 
d. ( ) Este silogismo é inválido, porque o termo médio nunca está distribuído, pois em ambas as premissas é predicado. 
e. ( ) Este silogismo é inválido porque a conclusão é particular, mas uma das premissas é universal. 

5. Existem certas características básicas que diferenciam os argumentos dedutivos dos indutivos. 
Analise as características abaixo: 
1. A conclusão encerra informação que nem implicitamente estava contida nas premissas. 
2. Se todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão também será, necessariamente. 
3. Toda a informação ou conteúdo factual da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, contido nas premissas. 
4. Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente - porém não necessariamente - verdadeira. 
Assinale a alternativa que relaciona corretamente as características acima ao respectivo tipo de argumento. 
a. ( ) 1. dedutivo; 2. dedutivo; 3. indutivo; 4. indutivo. 
b. ( ) 1. dedutivo; 2. indutivo; 3. indutivo; 4. dedutivo. 
c. ( ) 1. dedutivo; 2. indutivo; 3. dedutivo; 4. indutivo. 
d. ( X ) 1. indutivo; 2. dedutivo; 3. dedutivo; 4. indutivo. 
e. ( ) 1. indutivo; 2. indutivo; 3. dedutivo; 4. dedutivo. 

6. Um silogismo é considerado válido apenas se satisfizer todas as regras da validade silogística.
Assinale a alternativa que não corresponde a uma regra silogística. 
a. ( ) Um silogismo deve ter exatamente três termos: um termo maior, um menor e um médio. 
b. ( ) O termo médio deve aparecer nas duas premissas e jamais na conclusão. 
c. ( ) A conclusão não pode conter o termo médio, já que a função deste se esgota na ligação entre os termos maior e menor. 
d. ( ) De duas premissas particulares nada poderá ser concluído, pois o termo médio não terá sido tomado em toda a sua extensão. 
e. ( X ) O termo médio não pode ser tomado em toda a sua extensão nenhuma vez, caso contrário ele não poderia fazer a ligação entre o maior e o menor. 

7. Teste a validade do argumento seguinte, utilizando tabelas de verdade. 
- O livre-arbítrio é possível ou somos joguetes dos Deuses. 
- Se o livre-arbítrio for possível, não somos joguetes dos Deuses. 
- Logo, não somos joguetes dos Deuses. 
Seja: 
P = O livre arbítrio é possível e 
Q = Somos joguetes dos Deuses 
Assinale a alternativa correta. 
a. ( ) A forma dada é inválida porque tanto na circunstância em que P é falsa e Q verdadeira como na circunstância em que tanto P como Q são falsas, a premissa é verdadeira e a conclusão, falsa. 
b. ( ) A forma dada é válida, tendo em vista que não há circunstância alguma na qual as premissas sejam verdadeiras e a conclusão, falsa. 
c. ( X ) O argumento dado é inválido porque na circunstância em que P é falsa e Q verdadeira, as premissas são verdadeiras e a conclusão, falsa. 
d. ( ) O argumento dado é inválido porque na circunstância em que Q é falsa e P é verdadeira, as premissas são verdadeiras e a conclusão, falsa. 
e. ( ) O argumento dado é inválido porque na circunstância em que Q e P são ambas falsas, as premissas são verdadeiras e a conclusão, falsa.