FILOSOFIA ANTIGA: ARISTÓTELES E A
CIÊNCIA
MÓDULO 2
#PARA COMEÇAR
#QUESTÕES FILOSÓFICAS
Como é essencialmente o ser
humano? Como são essencialmente as coisas? O que é o conhecimento verdadeiro?
Como deve ser o governo da cidade? Como devemos viver?
ARISTÓTELES
BASES DO PENSAMENTO LÓGICO E
CIENTÍFICO
ARISTÓTELES (384-322 a. C.),
nascido em Estagira, na Macedônia, é outro pensador clássico grego que lançou
as bases da filosofia ocidental ao pensar a lógica e os fundamentos daquilo que
na era moderna veio a ser denominado ciência. Era chamado de peripatético e
seus discípulos de PERIPATÉTICOS (que filosofam passeando), pois costumava dar
voltas ao ar livre no LICEU (antigo templo grego dedicado ao deus Apolo Lício),
lugar onde se reunia com aqueles que o seguiam. Desenvolveu também a LÓGICA
como estudo da forma correta de raciocinar.
DA SENSAÇÃO AO CONCEITO
Todo conhecimento tem como ponto
de partida a SENSAÇÃO, pois não há nada no intelecto que não tenha nele chegado
senão por meio dos sentidos. São os sentidos que nos levam à compreensão e ao
conhecimento do CONCEITO (conhecimento verdadeiro e universal).
MÉTODO INDUTIVO
O conhecimento deve partir da
realidade EMPÍRICA (perceptível pela experiência sensível, ou seja, por meio
dos sentidos). Partindo da EXISTÊNCIA individual é possível chegar à ESSÊNCIA
dos seres. O conhecimento deve aspirar ao que é UNIVERSAL (válido em qualquer
tempo e em qualquer lugar). A INDUÇÃO, portanto, é o método que parte de
conhecimentos particulares com a finalidade de chegar a um CONCEITO UNIVERSAL,
uma lei geral. Ex: ao analisar o cobre, o bronze, o ferro, a prata, o outro, o
aço e cada um dos metais, e perceber que todos conduzem energia elétrica, eu
chego à conclusão de que todos os metais conduzem energia elétrica. De análises
particulares, eu formulo uma tese, teoria ou conhecimento universal.
HILEMORFISMO TELEOLÓGICO
Segundo ARISTÓTELES, tudo o que
existe é constituído de matéria (hilé,
em grego) e forma (morphé, em grego).
E tudo o que existe possui também uma finalidade (teleo, em grego), um por que de existir, e o estagirita busca
estudar (logos, em grego) e
compreender o télos das coisas.
MATÉRIA E FORMA
Para compreender a teoria da
MATÉRIA E FORMA de ARISTÓTELES, primeiro é necessário compreender que segundo
ele, a verdade é imanente, está nas próprias coisas, diferentemente do que
afirmava PLATÃO com o MUNDO INTELIGÍVEL. A MATÉRIA seria aquilo da qual as
coisas são feitas, como por exemplo: a mesa que é feita de madeira. Já a FORMA
é a essência das coisas, aquilo que faz da coisa o que ela é, como por exemplo:
a mesa possui uma essência que faz dela mesa e a distingue da cadeira. A
essência é sempre mais difícil de precisar em um estudo físico e por isso
ARISTÓTELES buscará compreendê-la de forma mais adequada na metafísica.
POTÊNCIA E ATO
O estagirita tentou compreender a
REALIDADE QUE MUDA, aquilo que percebemos em constante mudança. Segundo
ARISTÓTELES, tudo o que existe, existe em ATO E POTÊNCIA. ATO é tudo aquilo que
a coisa é agora, atualmente, como por exemplo: a semente é semente em ATO.
POTÊNCIA é tudo aquilo que uma coisa pode vir a ser, como por exemplo: a
semente é árvore em POTÊNCIA.
SUBSTÂNCIA E ACIDENTE
SUBSTÂNCIA é o que faz de um ser
o que ele é, sua essência. Tudo que não é essencial é considerado aparência, é
ACIDENTE, do e no ser. O fato do ser humano ser branco, negro, amarelo,
vermelho ou mestiço é ACIDENTAL. Acidente é tudo aquilo que há ou ocorre em um
ser que não faz com que esse ser deixe de ser o que é. Já o SUBSTANCIAL é o
essencial de um ser, aquilo que se modificado fará com que tal ser deixe de ser
o que é, como por exemplo: o ser humano é um animal racional e a razão é o que
o identifica, sua característica essencial. Se a razão lhe é tirada, ele
deixará de ser humano e se tornará outra coisa, talvez um animal qualquer.
QUATRO CAUSAS DOS SERES
O SER NATURAL é aquele oriundo da
natureza, que em sua própria essência possui a característica da mudança, como
a semente que pode vir a se tornar árvore. Portanto, seu movimento é INTRÍSECO,
ou seja, está na própria constituição de tal ser. Mas existe também o SER
ARTIFICIAL, aquele que é modificado por outrem, e não por sua própria natureza,
como é o caso do ouro que pode ser tornar um anel (não confundir com o menino
de ouro, que derretido, deu o anel). Sua transformação é operada por algo
alheio, de fora, portanto, EXTRÍNSECO. Tudo o que existe possui quatro causas,
segundo ARISTÓTELES. A primeira delas é a CAUSA MATERIAL (de que a coisa é
feita), como, por exemplo: a mesa que é feita de madeira. A segunda é a CAUSA
FORMAL (é a forma ou a essência que constitui a coisa) como, por exemplo: a
mesa é redonda, quadrada, retangular, ou mais essencialmente, aquilo que faz da
mesa, uma mesa. A terceira é a CAUSA EFICIENTE (quem fez a coisa), como, por
exemplo: quem fez a mesa foi o marceneiro. A quarta é a CAUSA FINAL (para quê a
coisa foi feita, seu objetivo e finalidade), como, por exemplo: a mesa foi
feita para ser suporte de objetos (a maioria das pessoas confunde a CAUSA FINAL
das coisas e usam objetos com finalidades diferentes daquelas para as quais os mesmos
foram feitos, como aquele que senta na mesa, ou aqueles que fazem outras
“coisas” na mesa, que não usá-la como suporte de objetos). O SER NATURAL possui
como CAUSA EFICIENTE sua própria natureza e não depende de causa externa como o
SER ARTIFICIAL. Já AS IDEIAS E A REALIDADE HISTÓRICA têm como CAUSA EFICIENTE
os próprios seres humanos.
MUNDO FINALISTA
Segundo ARISTÓTELES, a CAUSA
FINAL É A MAIS IMPORTANTE DE TODAS, pois é em função dela que todas as outras
causas ocorrem. Por isso sua teoria é denominada teleológica (téleo, que em grego quer dizer fim,
finalidade).
PRIMEIRO MOTOR IMÓVEL
O estagirita teorizou também
sobre a ORIGEM DO MUNDO. O mundo, segundo sua concepção, é ETERNO, não tem
princípio nem fim, existe num MOVIMENTO ETERNO, perene e constante. Princípio e
fim poderiam levar sua teoria à contradição em relação ao MOVIMENTO, pois antes
do princípio e depois do fim o mesmo findaria. Formulou então o conceito de
PRIMEIRO MOTOR IMÓVEL, que seria a causa de todo movimento presente no mundo. É
IMÓVEL, porque se se movesse, teria que haver outra coisa que o move, pois tudo
que se move é movido por outrem. O PRIMEIRO MOTOR IMÓVEL move o mundo por
atração, já que não se move, mas gera movimento, sendo ele a CAUSA FINAL de
tudo o que existe. A posição TELEOLÓGICA mais uma vez se revela e se faz
presente na teoria aristotélica.
METAFÍSICA
Do grego metá, que quer dizer o que vem depois, ou o que está além, e
física, que quer dizer natureza. A criação do termo se deve a ANDRÔNICO DE
RODES, que ao organizar a obra do estagirita, por não saber como denominar os
escritos que estavam colocados na biblioteca depois dos escritos da FÍSICA,
assim os denominou. O termo vingou e se popularizou, mas não sem também ter
algo a ver com o que ARISTÓTELES se propôs. Seria então a filosofia que
procuraria compreender o que está além da natureza. Uma definição mais precisa
seria ONTOLOGIA, ou seja, estudo do ser (ontós,
que em grego quer dizer ser, e logia,
que é estudo). A METAFÍSICA é o estudo do ser enquanto ser, conhecimento das
causas primeiras ou mais universais de todas as coisas, partindo da SUBSTÂNCIA,
da essência dos seres.
POÉTICA
Na poética, ARISTÓTELES analisa a
arte e a define como mimeses, ou seja, imitação. A arte imita a vida, mas não
para corrompê-la, como pensava PLATÃO, e sim para purificá-la, purgá-la, pois a
estética teria o poder de fazer com que o sujeito que a contempla tivesse
condições de se ver representado e assim depurar suas sensações. A arte é
catarse (purificação), pois purifica o homem de suas próprias mazelas. A arte
alivia a alma expurgando as emoções.
ÉTICA DO MEIO-TERMO
O ser humano como SER RACIONAL,
deve viver de acordo com a parte mais nobre que há em si, ou seja, de acordo
com a razão. A razão conduz o indivíduo à prática da VIRTUDE (disposição para a
prática do bem). A VIRTUDE, segundo ARISTÓTELES está no MEIO-TERMO, na justa
medida, no equilíbrio das ações. Toda conduta em excesso ou carente configura
um vício que deve ser corrigido pelo hábito, pois a VIRTUDE se alcança com a
prática e o exercício da prudência (capacidade de dosar os atos). O fim de toda
ação humana é a felicidade, que só pode ser alcançada por meio da virtude (da
vida equilibrada e vivida de acordo com a razão).
O ANIMAL POLÍTICO
Para ARISTÓTELES o ser humano é
por natureza um ser SOCIAL. A organização social adequada ao ser humano é a
PÓLIS (cidade-estado grega). A cidade é um fenômeno natural e por isso o ser
humano é um animal político, porque naturalmente nascido para viver na PÓLIS
(quem vive fora da realidade política é um deus ou uma besta). A política é uma
CONTINUIDADE DA ÉTICA, ou melhor, a ética é PARTE ESSENCIAL DA POLÍTICA. Os
seres humanos não são NATURALMENTE IGUAIS, pois uns nascem para dominar e
outros para serem dominados (escravos). Era considerado CIDADÃO, na PÓLIS, o
indivíduo do sexo masculino, maior de 21 anos, de pai e mãe ateniense, estando,
portanto, excluídos da DEMOCRACIA ATENIENSE os ESCRAVOS, as MULHERES, os
METECOS (estrangeiros) e os jovens abaixo de 21 anos.
#CONEXÕES
O que seria substancial e
acidental na democracia, cidadania e educação, tendo como referência a situação
brasileira?
#ANÁLISE E ENTENDIMENTO
O que é o hilemorfismo de
ARISTÓTELES? Como ARISTÓTELES explica o movimento e a mudança das coisas? Quais
seriam os quatro tipos de causas fundamentais que levariam à passagem de uma
cadeira de balanço em potência para uma em ato? O que é o PRIMEIRO MOTOR IMÓVEL
de ARISTÓTELES?
#CONVERSA FILOSÓFICA
Você concebe que todos os seres
do universo possam ter uma finalidade intríseca?
#CONECTADO
Aristóteles
O amor de Aristóteles - philia
Sócrates, Platão e Aristóteles UNIVESP TV
Aristóteles NO FILME ALEXANDRE, O GRANDE
EXERCÍCIOS
QUESTÃO 1 (Habilidade:
Articular
conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos nas artes e outras produções
culturais.)
Nível de dificuldade: Médio.
Assunto: O teatro grego:
tragédia e catarse.
Para Aristóteles, a tragédia, pela imitação dos caracteres e das
paixões, valendo-se da música, da dança, do espetáculo e, sobretudo, do
princípio de verossimilhança, provoca um prazer que lhe é próprio, instigando
no ânimo do espectador o terror e a compaixão. É um prazer que vem da vivência
da dor através da mediação da arte e que se compõe de vários elementos,
consistindo no real ensinamento a que se propõe a tragédia. Neste sentido, para
alguns estudiosos, este prazer-doloroso consiste num desafogo, num repouso, num
modo de ocupar os lazeres – num gozo intelectual – numa vantagem que não é
inútil aos bons costumes; enfim, opera a catarse.
TELLES JÚNIOR, Goffredo. Tradição e
Modernidade: elementos narrativos na tragédia e no melodrama.
Disponível
em: . Acesso em: 18 out. 2013.
Aristóteles concluiu que o espetáculo trágico, para realizar-se
como obra de arte, deveria sempre provocar a catarse, isto é,
(B) a mágoa ou outro sentimento de opressão nos ouvintes.
(C) a purgação das emoções dos espectadores.
(D) a repugnância pelo sofrimento dos personagens.
(E) o medo diante dos sofrimentos dos atores.
GABARITO: C
Comentário: Na concepção aristotélica, a catarse é uma espécie de prazer próprio da
tragédia, uma descarga ou purgação das emoções, resultado do sentimento de
terror e piedade suscitados por aquele espetáculo teatral.
QUESTÃO 2 (Habilidade: Ler textos filosóficos de modo
significativo e inferir o que foi apropriado de modo reflexivo.)
Nível de dificuldade: Fácil.
Assunto: Aristóteles.
A virtude tem a ver com
paixões e ações, nas quais o excesso e a falta constituem erros e são
censurados, ao passo que o meio é louvado e constitui a retidão: e ambas essas
coisas são própria da virtude. Portanto, a virtude é uma espécie de mediania,
porque, pelo menos, tende constantemente para o meio. Ademais, errar é possível
de muitos modos (...), ao passo que agir retamente
só é possível de um modo (...). Por essas razões, portanto, o excesso e
a falta são próprios do vício, enquanto a mediania é própria da virtude: somos
bons apenas de um modo, maus de variadas maneiras.
ARISTÓTELES.
Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São
Paulo: Abril Cultural, 1973. (Os pensadores)
Aristóteles define essa mediania como
(A) a excelência moral,
produto do hábito.
(B) a vitória da razão sobre as emoções.
(C) o bem supremo a que todos
aspiram.
(D) o meio-termo entre dois
extremos
(E) os impulsos que tendem ao
excesso ou à falta.
GABARITO: D
Comentário: Para Aristóteles, em relação
às ações, há excesso, falta e justo meio. A virtude se relaciona com as emoções
e as ações, nas quais o excesso é uma forma de erro, tanto quanto a falta,
enquanto o justo meio é tido como um acerto. A virtude, então, é uma disposição
da alma relacionada com a escolha de ações e emoções, consistente num justo
meio determinado pela razão.
QUESTÃO
3 (Habilidade: Ler textos filosóficos de modo
significativo e elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo.)
Nível
de dificuldade: Difícil.
Assunto: Aristóteles
e a ética.
[...]
é igualmente manifesto que nenhuma das
virtudes éticas se gera em nós por natureza: nenhum, com efeito, dos seres
naturais toma hábitos diversos: por exemplo, a pedra, levada pela natureza para
baixo, nunca se habituaria a alçar-se para cima, mesmo que alguém, para
habituá-la, a atirasse para o alto dez mil vezes; [...]. Logo as virtudes não se geram nem por
natureza nem contra a natureza, mas nascem em nós, que, aptos pela natureza a
recebê-las, nos tornamos perfeitos mediante o hábito.
[...]
a posição de meio é o que tem a mesma
distância de cada um dos extremos. Com relação a nós e sempre considerando
nesse viés, meio é o que não excede nem falta. Aqui fica evidente que o “meio”
se dá em relação ao agente, pois “não é único e o mesmo para todos.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco.
São Paulo: Martin Claret, 2012.
Segundo ARISTÓTELES, a virtude se
dá graças a (o)
A) Hábito
e o meio-termo.
B) Esforço
e a satisfação.
C) Excesso
e a carência.
D) Ação
por dever e a autonomia.
E) A
vontade de potência e o niilismo.
RESPOSTA: A
QUESTÃO
4
Habilidade: Relacionar o conceito de catarse à tragédia grega.
Nível de
dificuldade: Médio
Assunto: O teatro grego e a catarse
[...] O nascimento da tragédia está
ligado a práticas religiosas e a rituais realizados em honra de Dionísio, deus
do vinho, da embriaguez, da música e da dança. Os artistas honravam esta
divindade através da apresentação dos ditirambos – canto de natureza coral,
intenso e apaixonado, composto de uma esfera narrativa, interpretada por
personagens caracterizados como faunos e sátiros, conhecidos como seguidores de
Dionísio. Como pacificação e exaustão de forças embriagadoras e insanas que são
invocadas pela tragédia, temos a catarse, vista como pacificação e exaustão de
forças embriagadoras e insanas, causadora de uma sensação única na alma,
atribuída a Dionísio.
Essa associação da catarse a uma
sensação única na alma, atribuída ao deus Dionísio, deve-se
A)
ao estado de embriaguês e loucura que ela proporciona.
B)
à ausência de consciência da realidade, devido à embriaguês.
C)
ao alívio provocado na alma, através do expurgo das emoções.
D) à sensação de insanidade, que afasta o
indivíduo da realidade.
E)
à libertação das fraquezas e dos medos, devido à sua proteção..
RESPOSTA: C
COMENTÁRIO: A “catarse” é definida como purgação dos sentimentos de
terror e compaixão, ou seja, das emoções dos espectadores, diante das paixões
humanas representadas no palco. Ao se identificar na cena, o indivíduo se
projetava nos personagens, experimentando emoções que o levavam à liberação dos
seus próprios sentimentos e tristezas, diante do trágico fim destinado ao herói
ao final do espetáculo.
QUESTÃO
5 (Descritor: aplicar um
conceito filosófico a um exemplo cotidiano.)
Nível
de dificuldade: Difícil.
Assunto: Filosofia
Antiga – Metafísica
Analise
a imagem a seguir.
Disponível em: uluhiperbole.blogspot.com.
Acesso em: 24 jun. 2012.
Para
Aristóteles, o ato é a essência da coisa tal como é aqui e agora; e a potência
é a capacidade de algo tornar-se alguma coisa, ou seja, é aquilo que a coisa
poderá vir a ser.
Explica
a relação entre ato e potência dos elementos “ovo” e “galinha”:
(A)
A galinha é o ovo em ato. O ovo é galinha em
potência.
(B)
A galinha é o ovo em potência. O ovo é a
galinha em ato.
(C)
O ovo é a atualização da galinha. A galinha é
a atualização do ovo.
(D) O
ovo é a galinha em ato. A galinha é o ovo em potencial.
(E)
O ovo é a galinha em potência. A galinha é a
atualização do ovo.
Resposta: E
QUESTÃO 6 (Descritor: relacionar conceitos, a fim de compreender os
fenômenos e suas relações.)
Nível
de dificuldade: Médio.
Assunto:
Filosofia
Antiga –
Epistemologia
Leia uma citação da filósofa Marilena de Chauí sobre as
razões que propiciaram o surgimento da filosofia
“A filosofia surgiu quando alguns gregos, admirados e
espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição
lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas,
demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos naturais e as
coisas da natureza podem ser conhecidos pela razão humana, e que a própria
razão humana é capaz de conhecer-se a sim mesma.”
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2010. p. 29.
Marilena de Chauí
explica que a filosofia nasce por causa de alguns elementos essenciais. Esses
elementos essenciais são:
(A)
admiração e encantamento com a realidade,
insatisfação com a tradição e crença na capacidade da razão.
(B)
desencanto com o mundo, fidelidade à
tradição, admiração e espanto com a natureza e suas mudanças (Devir).
(C)
espanto com a realidade, admiração com a
capacidade do homem de conhecer a natureza (physis)
e a si mesmo.
(D) espanto
e admiração, ruptura com a tradição e crença na capacidade da razão de conhecer
todas as coisas.
(E)
insatisfação com as explicações tradicionais,
busca racional para conhecer os deuses geradores da natureza.
Resposta: D
QUESTÃO
7 (Descritor: reconhecer a
identidade na diferença, assumindo uma postura ética condizente com o
conhecimento filosófico.)
Nível
de dificuldade: Difícil
Assunto: Filsofia
Antiga –
Política
Analise
a charge que retrata a conversa entre a personagem Mafalda e a mãe dela.
Aristóteles
afirma que o homem é um animal político. Ele só se torna plenamente humano
quando se insere na pólis, quando participa da vida social do seu povo. Em
outras palavras, o cidadão só se realiza plenamente quando a cidade está
plenamente realizada.
A
resposta de Mafalda à mãe dela revela que ela acredita
(A)
na ação das pessoas em prol da coletividade para tornar o mundo melhor.
(B)
na capacidade do ser humano de amar ao próximo para tornar o mundo melhor.
(C)
na capacidade do ser humano, de trabalhar pensando no bem da coletividade.
(D)
na ingenuidade da visão de sua mãe e por isso ironiza o ponto de vista dela.
(E)
no senso de humor de sua mãe ao ironizar a razão pelo qual o homem está no
mundo.
Resposta:D
QUESTÃO
8 (Descritor: reconhecer a
identidade na diferença, assumindo uma postura ética condizente com o
conhecimento filosófico.)
Nível
de dificuldade: Médio
Assunto: Filosofia
antiga –
Epistemologia
Analise
o fragmento que segue
“O
que faz a marca específica do homem é o pensamento e a razão que o segue. É a
atividade intelectual. Nesta, encontra-se a fonte principal das alegrias do
homem, ou seja, a fonte donde provém a verdadeira felicidade. Com efeito, a
felicidade do homem consiste no aperfeiçoamento da atividade que lhe é própria,
ou seja, na atividade segunda a razão. A subordinação da atividade sensível a
atividade racional se impõe. É o preço da felicidade humana é a condição da
moral humana.”
NODARI, Paulo César. A
ética aristotélica.In:_____.I Síntese.
Nova Fase. Belo Horizonte: UFMG, 1997. (Fragmento.)
Para
Aristóteles, os bens materiais, por si mesmos, ajudam, mas não garantem ao
homem a felicidade. A felicidade se realiza quando o homem age segundo a
justiça e a razão, ou seja, ela é construída quando o homem se torna capaz de
(A) abrir
mão de sua razão para viver sem preocupação.
(B) aumentar
o rendimento dos seus bens materiais.
(C) buscar
a felicidade fora dele mesmo.
(D) controlar
as qualidades que lhes são próprias.
(E) subordinar
a atividade sensível à razão aperfeiçoada.
Resposta: E
QUESTÃO 9 (Descritor: perante um
texto discursivo e conceitual, de natureza filosófica, identificar as
principais teses do texto.)
Nível de dificuldade: Média.
Assunto: Aristóteles: o homem é um animal político
Leia o trecho retirado da obra e Aristóteles: “Ética a Nicômacos”.
“Se há, então, para as ações que praticamos, alguma finalidade que
desejamos por si mesma, sendo tudo o mais desejado por causa dela, e se não
escolhemos tudo por causa de algo mais (se fosse assim o processo prosseguiria
até o infinito, de tal forma que nosso desejo seria vazio e vão), evidentemente
tal finalidade deve ser o bem e o melhor dos bens.”
(Aristóteles, “Ética a Nicômacos”, Livro I)
Para Aristóteles, o melhor dos bens – ou o Bem Supremo – deveria ser
final e auto-suficiente. Identifique o Bem Supremo a que Aristóteles faz
referência:
a) a saúde.
b) a felicidade.
c) a sabedoria.
d) o amor.
e) a amizade.
RESPOSTA: B
FILOSOFIA ANTIGA: LÓGICA
ARISTOTÉLICA
MÓDULO 3
Bloco 01
#PARA COMEÇAR
#QUESTÕES FILOSÓFICAS
O que é um raciocínio ou argumento? O que é a
consequência lógica? O que é um argumento válido? Que método de argumentação é
melhor?
NOÇÕES DE LÓGICA
Lógica é o campo de estudos da
filosofia que busca estabelecer os princípios da forma correta de desenvolver
RACIOCÍNIOS e ARGUMENTOS. Estuda a RELAÇÃO entre hipóteses e conclusão em uma
determinada trajetória de raciocínio ou argumentação. É composta de inferências
(afirmar ou negar algo de alguma coisa). O objetivo é saber se a consequência
do raciocínio decorre logicamente das proposições que o fundamentam. A CONCLUSÃO
deve ter RAZÕES fundamentadas para que possa ser JUSTIFICADA. É o INSTRUMENTO (órganon, em grego) por excelência de
toda e qualquer forma de conhecimento digna de tal nome. Sempre que DAMOS
razões para qualquer raciocínio, tais razões devem estar bem amparadas por
argumentos sólidos, fundamentados na EXPERIÊNCIA PRIVADA. O raciocínio pode se
desenvolver de forma VERBAL ou através de PALAVRAS escritas. As sentenças que
compõem um raciocínio são denominadas ARGUMENTOS.
PREMISSAS E CONCLUSÃO
PREMISSAS é o nome dado às
sentenças que formam o ponto de partida de um argumento, e CONCLUSÃO é o nome
dado à sentença que supostamente deriva das premissas de um
argumento.Corresponde a seu ponto de chegada. A CONCLUSÃO deve expressar uma
informação NOVA, que pode ser deduzida a partir das PREMISSAS. Exemplo:
Todo ser humano é mortal –
PREMISSA 1
Sócrates é um ser humano –
PREMISSA 2
Logo, Sócrates é mortal –
CONCLUSÃO
IDENTIFICAÇÃO DE ARGUMENTOS
Conjunções conclusivas costumam
indicar as CONCLUSÕES de um raciocínio (porque, já que, pois, uma vez que, logo
– são INDICADORES DE RAZÃO das PREMISSAS).
PROPOSIÇÕES E TERMOS
Costumamos usar sentenças
INTERROGATIVAS (o que é isso?) ou IMPERATIVAS (faça aquilo!) para sustentar
argumentos e raciocínios. A lógica clássica (aristotélica) lida com sentenças
DECLARATIVAS (sentenças que afirmam ou negam algo sobre alguma coisa) e tais
sentenças podem ser VERDADEIRAS ou FALSAS. Os estudiosos usam os termos PROPOSIÇÕES
ou ENUNCIADOS para tratar das sentenças. A PROPOSIÇÃO fica a meio termo entre o
JUÍZO (representação mental) e a SENTENÇA (representação gramatical).
CONTRUBUIÇÕES DA LÓGICA
ARISTOTÉLICA
A LÓGICA TRADICIONAL tem origem
com ARISTÓTELES (384-322 a. C.), por isso ele é considerado o FUNDADOR DA
LÓGICA. Via nela uma FERRAMENTA, INTRUMENTO, para o acesso ao conhecimento
verdadeiro.
CONTEÚDO E FORMA
Quando se refere ao que está
contido (matéria) nos argumentos, raciocínios, inferências e premissas, está se
referindo ao seu CONTEÚDO. Quando se trata da estrutura dos argumentos, está se
tratando de sua FORMA. Exemplo:
Todo gato é felino – CONTEÚDO
Garfield é um gato – CONTEÚDO
Logo, Garfield é felino –
CONTEÚDO
O todo que compõe o raciocínio,
ou silogismo, é a sua forma. O conteúdo é o que está expresso nas proposições,
ou premissas.
VERDADE E VALIDADE
VERDADE é quando um raciocínio
condiz com a realidade e seu conteúdo expressa uma verdade factível. Exemplo:
Todo brasileiro é terráqueo. Se o BRASIL fica no planeta TERRA, e quem nasce no
planeta TERRA é terráqueo, logo, todo brasileiro é terráqueo. Já a VALIDADE
mede a formalidade do raciocínio, ou seja, se sua forma como um todo está de
acordo com as leis, regras e relações da lógica.
EXEMPLO DE RACIOCÍNIO VERDADEIRO,
MAS INVÁLIDO
Todo homem é mortal – VERDADE
Todo gato é mortal – VERDADE
Logo, todos os seres são mortais
– VERDADE
As premissas e conclusões são
verdadeiras, mas não são válidas, pois não seguiram a regras do raciocínio
formal.
EXEMPLO DE RACIOCÍNIO FALSO, MAS
VÁLIDO
Todo ser humano é imortal - FALSO
Pedro é não um ser humano - FALSO
Logo, Pedro é imortal – FALSO
As premissas e conclusão são
falsas, mas o raciocínio é válido, pois obedecem as regras da lógica.
EXEMPLO DE RACIOCÍNIO FALSO E INVÁLIDO
Carro em inglês se diz car
Homem em inglês se diz man
Então quer dizer que minha tia
Carmen é um transformer?
As premissas são verdadeiras, mas
a conclusão é falsa e o raciocínio não obedece às regras da lógica.
EXEMPLO DE RACIOCÍNIO VERDADEIRO
E VÁLIDO
Todo metal conduz energia
elétrica – VERDADEIRO
O cobre é um metal – VERDADEIRO
Logo, o cobre conduz energia
elétrica – VERDADEIRO
As premissas e a conclusão são verdadeiras e o
raciocínio é válido de acordo com as regras da lógica.
Quando se fala então de
VERDADEIRO ou FALSO, está se referindo ao CONTEÚDO DAS PROPOSIÇÕES e pertence
ao CONTEXTO DA DESCOBERTA das mesmas. Quando se trata de VÁLIDO ou INVÁLIDO,
está se falando e considerando as RELAÇÕES FORMAIS que se estabelecem entre as
proposições de um raciocínio e pertence ao CONTEXTO DA JUSTIFICAÇÃO dos
argumentos. A validade de um raciocínio se deve aos ASPECTOS FORMAIS dos
argumentos.
VALIDADE E CORREÇÃO
Um raciocínio correto é aquele
que possui premissas e conclusão verdadeiras e uma relação formal entre as
mesmas considerada válida, ou seja, de acordo com as regras da lógica.
COMPREENSÃO E EXTENSÃO
Os termos podem ser de dois
aspectos: DA EXTENSÃO, ou seja, refere-se mais à QUANTIDADE; DA COMPREENSÃO, ou
seja, das PROPRIEDADES das coisas, daquilo que elas são e refere-se mais à
QUALIDADE. Quanto maior a EXTENSÃO, menor a compreensão, e quanto maior a
COMPREENSÃO, menor a extensão. Quanto mais se estende o objeto de estudo, menos
sobre ele se poderá compreender. Quanto mais se restringe o objeto de estudo,
maior será a compreensão sobre o mesmo. Exemplo: O ser humano é um animal
racional. O termo animal é mais extenso e menos compreensível que ser humano
racional. O termo ser humano racional é mais compreensivo e menos extenso que o
termo animal.
PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS
Podem ser definidas a partir de
critérios de QUALIDADE ou de QUANTIDADE.
PROPOSIÇÕES DE QUALIDADE:
AFIRMATIVAS: quando REÚNEM dois
termos (Pedro é mortal);
NEGATIVAS: quando SEPARAM dois
termos (Pedro não é mortal).
PROPOSIÇÕES DE QUANTIDADE:
UNIVERSAIS OU GERAIS: refere-se à
EXTENSÃO TOTAL do sujeito (todo ser humano é mortal);
PARTICULARES: refere-se a UMA
PARTE da extensão do sujeito (algum ser humano é mortal).
PRINCÍPIOS LÓGICOS FUNDAMENTAIS
As relações entre os termos de um
raciocínio são regidas por princípios.
PRINCÍPIO DE IDENTIDADE
O triângulo tem três lados (A é
A). O princípio da identidade revela uma obviedade (tipo eu sou eu) e teve
início com PARMÊNIDES quando afirmou que O SER É, ou seja, TODO OBJETO É
IDÊNTICO A SI MESMO. É também tautológico (do grego tauto, que significa o mesmo, ou seja, o predicado está contido no
sujeito).
PRINCÍPIO DE NÃO CONTRADIÇÃO
Também chamado de PRINCÍPIO DE
CONTRADIÇÃO, trata daquilo que é e não pode não ser. O ser é (existe) e não
pode não ser (não existir), pois seria uma contradição inadmissível na lógica.
É FALSO QUE ALGO SEJA E NÃO SEJA. Ou é ou não é. PARA QUALQUER A E PARA
QUALQUER B, É FALSO QUE A É B E NÃO B AO MESMO TEMPO.
PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO
O PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO
diz que: ou algo é ou não é, não admitindo uma terceira hipótese como possível
de ser verdadeira. É VERDADE QUE P OU NÃO P, mas não é possível uma terceira
opção. Ou Pedro é mortal ou não é mortal e não há possibilidade para uma
terceira via. PARA QUALQUER A E PARA QUALQUER B, A É B OU NÃO B, NÃO HAVENDO
UMA TERCEIRA POSSIBILIDADE, ou seja, de que A possa ser C ou não C.
QUADRADO DOS OPOSTOS
CONTRÁRIAS: enunciam o CONTRÁRIO
uma da outra.
CONTRADITÓRIAS: enunciam uma
CONTRADIÇÃO.
SUBCONTRÁRIAS: enunciam o
contrário, mas não de forma universal.
SUBALTERNAS: afirmam ou negam de
forma particular o que se afirma ou nega na universal afirmativa ou negativa.
DEDUÇÃO
O MÉTODO DEDUTIVO é o raciocínio
que parte do maior para o menor, do universal ou geral para o particular ou
singular. Exemplo:
Todo ser humano é mortal
Pedro é um ser humano
Logo, Pedro é mortal.
De uma hipótese, lei ou teoria
universal se chega a uma conclusão particular. U->P. A conclusão é EXTRAÍDA
das premissas. NÃO SÃO AMPLIATIVOS, mas restritivos.
INDUÇÃO
É um modo de raciocinar que vai
do MENOR AO MAIOR, ou do SINGULAR OU PARTICULAR AO GERAL. Exemplo:
Analisei o cobre e percebi que
ele conduz energia elétrica.
Analisei o bronze e percebi que
ele conduz energia elétrica.
Analisei a prata e percebi que
ela conduz energia elétrica.
Analisei o ouro e percebi que ele
conduz energia elétrica.
Analisei o aço e percebi que ele
conduz energia elétrica.
Todos são metais.
Chego à conclusão então de que
todos os metais conduzem energia elétrica.
Partem sempre de uma OBSERVAÇÃO
individual, por ANALOGIA (relação de semelhança) e generaliza (tende a
generalizar, ou seja, aplicar a tendência obsevada a objetos não observados).
P->G. É AMPLIATIVO, pois sua conclusão vai além do que as premissas previam.
É sempre PROVÁVEL, uma vez que ainda não foram observados todos os casos
referentes àquela assertiva. Exemplo:
Analisei um japonês e percebi que
ele tem olho puxado.
Analisei outro japonês e percebi
que ele tem olho puxado.
Analisei mais outro japonês e percebi
que ele tem olho puxado.
Analisei mais outro japonês e
percebi que ele tem olho puxado.
Analisei mais outro japonês e
percebi que ele tem olho puxado.
Chego então à conclusão que todo
japonês tem olho puxado.
Pode ser que algum japonês não
tenha olho puxado, daí invalidaria o raciocínio e ele se tornaria inverídico.
DOUTRINA DO SILOGISMO
SILOGISMO é o orgumento formado
por três proposições (duas premissas e uma conclusão). O principal tipo de
silogismo (mas não o único) é o SILOGISMO CATEGÓRICO, que tem como
características: possuir TRÊS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS (afirmações ou negações
assertivas sobre um determinado sujeito); Conter somente TRÊS TERMOS e cada um
deles sendo usado em apenas DUAS PROPOSIÇÕES. EXEMPLO de silogismo em sua FORMA
TÍPICA:
Todo mineiro é brasileiro –
PREMISSA MAIOR
Pedro é mineiro – PREMISSA MENOR
Logo, Pedro é brasileiro. -
CONCLUSÃO
O TERMO MAIOR ou EXTREMO MAIOR é
aquele termo que é usado no raciocínio em sua maior extensão. No caso acima
brasileiro é o termo maior. A premissa que o contém é denominada PREMISSA
MAIOR. O TERMO MENOR ou EXTREMO MENOR é aquele termo que é usado em sua menor
extensão. No caso acima Pedro é o termo menor. A PREMISSA MENOR é a que
apresenta o termo menor. O TERMO MÉDIO é aquele que é usado numa extensão
intermediária para dar a devida mensuração do raciocínio. Ele encontra-se nas
duas primeiras premissas, mas está ausente da conclusão. Para um raciocínio ser
considerado válido, ele deve obedecer à estrutura acima exposta.
REGRAS DO SILOGISMO
Há OITO REGRAS que devem ser
obedecidas para um raciocínio ser considerado válido e para se identificar
aqueles que não são válidos (FALÁCIAS).
1ª Cada um dos três termos deve
ser usado com o mesmo sentido em todo o argumento.
2ª O termo médio não pode entrar
na conclusão.
3ª O termo médio deve aparecer em
toda a sua extensão pelo menos uma vez.
4ª Os termos maior e menor não
podem ter na conclusão uma extensão maior do que a que têm nas premissas.
5ª De duas premissas afirmativas
só se pode obter uma conclusão afirmativa.
6ª De duas premissas negativas
nada se pode concluir necessariamente.
7ª De duas premissas particulares
nada se pode concluir necessariamente.
8ª A conclusão segue sempre a
parte mais fraca (isto é, a premissa negativa e/ou particular).
Só há 19 tipos de SILOGISMO
CATEGÓRICOS considerados VÁLIDOS.
FALÁCIAS
Significa engano, trapaça, e
representa uma IDEIA EQUIVOCADA ou uma CRENÇA FALSA. São argumentos ENGANOSOS,
que possam PARECER CORRETOS, mas que NÃO SÃO. A mais comum é a FALÁCIA FORMAL
(vide os silogismos inválidos exemplificados acima). Para detectá-las, basta
usar o MÉTODO DO CONTRAEXEMPLO, que se revela usando variáveis onde o
raciocínio continua capcioso. Exemplo:
Todo ser humano anda sobre duas
patas
Toda ave anda sobre duas patas –
contraexemplo – A avestruz anda sobre duas patas
Logo, todo ser humano é uma ave.
– Conclusão do contraexemplo – Logo, todo ser humano é um avestruz.
PARALOGISMOS, PARADOXOS E
SOFISMAS
PARALOGISMO é um erro lógico
involuntário. Um raciocínio incorreto, enquanto não descoberto, revela um
PARADOXO (problema a ser resolvido pela lógica). Se o erro lógico é cometido de
forma intencional, temos então um SOFISMA (raciocínio incorreto proferido de
forma proposital).
FALÁCIAS NÃO FORMAIS
São aquelas que assim o são por
seu CONTEÚDO e não por sua forma (vide acima os exemplos de raciocínios
verdadeiros, mas inválidos). São conhecidas como FALÁCIAS QUANTO À MATÉRIA ou
FALÁCIAS NÃO FORMAIS. ARISTÓTELES destacou-as em atribuíveis (IN DICTIONE) ou
não (EXDICTIONE) à LINGUAGEM. AS FALÁCIAS DE LINGUAGEM referem-se a problemas
de AMBIGUIDADE e IMPRECISÃO do raciocínio. As FALÁCIAS EXDICTIONE se apresentam
com justificativas ou provas POUCO RELEVANTES OU TOTALMENTE IRRELEVANTES para
as conclusões a que se chega através do raciocínio. Os SOFISTAS foram os
mestres na arte das FALÁCIAS na antiguidade, pois seu grande objetivo era o
desenvolvimento da ARGUMENTAÇÃO RETÓRICA, ou oratória, para que seus alunos
pudessem se dar bem na ÁGORA (praça pública) onde eram debatidos os problemas
políticos (relacionados à cidade) na democracia ateniense. Transmitiram uma
gama de JOGOS DE PALAVRAS, RACIOCÍNIOS E CONCEPÇÕES que visavam persuadir,
convencer e até enganar seus interlocutores.
TIPOS DE FALÁCIAS NÃO FORMAIS
FALÁCIA DE EQUÍVOCO: Emprega uma
palavra ou expressão em sentidos diversos (falácia de linguagem);
ARGUMENTO DE AUTORIDADE: Cita uma
autoridade para sustentar uma proposição quando essa pessoa não é especialista
no tema.
ARGUMENTO CONTRA O HOMEM:
Argumentar contra a moral, a filiação política ou outra depreciativa da pessoa,
quando não é isso que está em questão.
PETIÇÃO DE PRINCÍPIO: Tomar como
explicação ou prova justamente aquilo que está por ser explicado ou provado.
Assim o raciocínio gira em um círculo vicioso.
ACIDENTE CONVERTIDO OU
GENERALIZAÇÃO APRESSADA: Supor como regra geral uma situação excepcional.
FALSA CAUSA: Considerar como
causa de algo aquilo que o antecedeu no tempo ou tomar como antecedente lógico
de algo aquilo que não o é necessariamente.
Bloco 02
#CONEXÕES
Resolva o seguinte enigma lógico, procurando construir um
bom argumento a favor de sua resposta: São cinco horas da manhã e Diego está
saindo para pescar com amigos. Ele precisa pegar um par de meias, mas não pode
acender a luz para não acordar o irmão. Ele sabe que na gaveta há dois pares de
meias azuis, dois pares de meias beges e dois pares de meias cinza, mas elas
estão todas soltas. Apressado, ele coloca o mínimo de meias em sua mochila, com
a certeza de que, com elas, formará um par correto. Quantas meias ele leva?
#ANÁLISE E ENTENDIMENTO
O que você entende por raciocínio? O que é a noção de
consequência lógica, e qual é a sua importância para os estudos lógicos? Quando
há um debate sobre algum tema, as pessoas apresentam raciocínios ou argumentos?
Como Aristóteles entendia o papel da lógica no contexto da busca de
conhecimento? Em que consiste a diferença entre um argumento válido e um
argumento correto?
#CONECTADO
Uma breve historia da Lógica
Aula 2 de Filosofia - Tema:
Lógica (Telecurso 2000)
#EXERCÍCIOS
QUESTÃO 1
Habilidade: Analisar
um argumento usando a lógica como instrumento.
Nível de dificuldade: Difícil
Assunto: Lógica
Analise
as informações.
“Na
África Negra, 76% da mão-de-obra está voltada para a agricultura. O mesmo
ocorre com 55% da mão-de-obra da América do Sul e 62% da América Central. Por
conseguinte, os países subdesenvolvidos se caracterizam pela grande proporção
da população empregada na agricultura.”
Disponível em: <http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/documentos/ra/em/filosofia/2010-08/ra-em-fl-15.pdf.>.
Acesso em 12 fev. 2013.
A
conclusão das informações está embasada por dados estatísticos.
Este
é um argumento
A)
abstrato,
pois as premissas estão baseadas em um conhecimento hipotético da realidade.
B)
analógico,
haja vista que a conclusão se dá pela comparação entre os continentes.
C)
dedutivo,
pois as premissas sustentam e justificam a conclusão.
D)
indutivo,
pois as premissas são baseadas em experiências limitadas.
E)
intuitivo,
pois está baseado em um conhecimento direto da realidade.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIO:
O argumento acima é indutivo, pois o fato de estatisticamente alguns
países subdesenvolvidos possuírem trabalhadores agrícolas, não garante que
todos os países subdesenvolvidos possuam a maioria de seus trabalhadores na
área rural. O argumento indutivo é o tipo de argumento em que as premissas não
asseguram necessariamente a conclusão.
QUESTÃO
2
Analise
os argumentos.
Premissa 1 – Hoje em dia, os trabalhadores têm
tempo pra nada.
Premissa 2 – Já os vagabundos têm todo o tempo
do mundo.
Premissa 3 – Tempo é dinheiro...
Conclusão – Logo os vagabundos têm mais
dinheiro que os trabalhadores.
O raciocínio acima pode ser
considerado
A) verdadeiro
e inválido.
B) Falso
e inválido.
C) Falso
e válido.
D) Verdadeiro
e válido.
E) Mentiroso
e correto.
RESPOSTA: A
Leia
os argumentos.
Premissa 1 – Todo mineiro é Brasileiro
Premissa 2 – Aécio Neves é Brasileiro
Conclusão – Logo, Aécio Neves é Mineiro.
Disponível em: <http://crv.educacao.mg.gov.br/SISTEMA_CRV/index.aspx?id_projeto=27&id_objeto=119052&tipo=ob>.
Acesso em: 12 fev. 2013.
O raciocínio acima pode ser
considerado
A) Falso
e inválido.
B) Verdadeiro
e inválido.
C) Falso
e válido.
D) Verdadeiro
e válido.
E) Mentiroso
e correto.
RESPOSTA: B
QUESTÃO
3(Descritor: aplicar um
conceito filosófico a um exemplo cotidiano .)
Nível
de dificuldade: Difícil
Assunto:Filosofia
Antiga –
Lógica
Chamamos de indutivo o
raciocínio que, após considerar um suficiente número de casos particulares,
conclui uma ideia ou sentença geral.
O raciocínio indutivo é
expresso em:
(A) “João é sofredor, por
que todo cruzeirense é sofredor e eu sou cruzeirense.”
(B) “Eu não gosto de poder,
pois toda forma de poder é uma forma de morrer por nada.”
(C) “Sabe por que a mulher
chora? É da natureza de toda mulher ser mais sensível que o homem.”
(D) “Todo torcedor do Galo é
fanático, pois todos que eu conheço são.”
(E) “Todo biscoito é água e
sal, o maior é água e sal, logo o mar é um biscoitão”
RESPOSTA: D
4. Leia o argumento abaixo.
- Todos os animais são mortais.
- Alguns répteis são animais.
- Alguns répteis são mortais.
Assinale a alternativa que indica se o argumento é um silogismo válido ou inválido e, se for este o caso, qual regra violou.
a. ( X ) Este é um silogismo que atendeu às regras da validade silogística.
b. ( ) O argumento anterior é um silogismo inválido porque o termo "mortais" está distribuído na conclusão, mas não na premissa.
c. ( ) Este silogismo é inválido porque tem duas premissas particulares.
d. ( ) Este silogismo é inválido, porque o termo médio nunca está distribuído, pois em ambas as premissas é predicado.
e. ( ) Este silogismo é inválido porque a conclusão é particular, mas uma das premissas é universal.
5. Existem certas características básicas que diferenciam os argumentos dedutivos dos indutivos.
Analise as características abaixo:
1. A conclusão encerra informação que nem implicitamente estava contida nas premissas.
2. Se todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão também será, necessariamente.
3. Toda a informação ou conteúdo factual da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, contido nas premissas.
4. Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente - porém não necessariamente - verdadeira.
Assinale a alternativa que relaciona corretamente as características acima ao respectivo tipo de argumento.
a. ( ) 1. dedutivo; 2. dedutivo; 3. indutivo; 4. indutivo.
b. ( ) 1. dedutivo; 2. indutivo; 3. indutivo; 4. dedutivo.
c. ( ) 1. dedutivo; 2. indutivo; 3. dedutivo; 4. indutivo.
d. ( X ) 1. indutivo; 2. dedutivo; 3. dedutivo; 4. indutivo.
e. ( ) 1. indutivo; 2. indutivo; 3. dedutivo; 4. dedutivo.
6. Um silogismo é considerado válido apenas se satisfizer todas as regras da validade silogística.
Assinale a alternativa que não corresponde a uma regra silogística.
a. ( ) Um silogismo deve ter exatamente três termos: um termo maior, um menor e um médio.
b. ( ) O termo médio deve aparecer nas duas premissas e jamais na conclusão.
c. ( ) A conclusão não pode conter o termo médio, já que a função deste se esgota na ligação entre os termos maior e menor.
d. ( ) De duas premissas particulares nada poderá ser concluído, pois o termo médio não terá sido tomado em toda a sua extensão.
e. ( X ) O termo médio não pode ser tomado em toda a sua extensão nenhuma vez, caso contrário ele não poderia fazer a ligação entre o maior e o menor.
7. Teste a validade do argumento seguinte, utilizando tabelas de verdade.
- O livre-arbítrio é possível ou somos joguetes dos Deuses.
- Se o livre-arbítrio for possível, não somos joguetes dos Deuses.
- Logo, não somos joguetes dos Deuses.
Seja:
P = O livre arbítrio é possível e
Q = Somos joguetes dos Deuses
Assinale a alternativa correta.
a. ( ) A forma dada é inválida porque tanto na circunstância em que P é falsa e Q verdadeira como na circunstância em que tanto P como Q são falsas, a premissa é verdadeira e a conclusão, falsa.
b. ( ) A forma dada é válida, tendo em vista que não há circunstância alguma na qual as premissas sejam verdadeiras e a conclusão, falsa.
c. ( X ) O argumento dado é inválido porque na circunstância em que P é falsa e Q verdadeira, as premissas são verdadeiras e a conclusão, falsa.
d. ( ) O argumento dado é inválido porque na circunstância em que Q é falsa e P é verdadeira, as premissas são verdadeiras e a conclusão, falsa.
e. ( ) O argumento dado é inválido porque na circunstância em que Q e P são ambas falsas, as premissas são verdadeiras e a conclusão, falsa.
- Todos os animais são mortais.
- Alguns répteis são animais.
- Alguns répteis são mortais.
Assinale a alternativa que indica se o argumento é um silogismo válido ou inválido e, se for este o caso, qual regra violou.
a. ( X ) Este é um silogismo que atendeu às regras da validade silogística.
b. ( ) O argumento anterior é um silogismo inválido porque o termo "mortais" está distribuído na conclusão, mas não na premissa.
c. ( ) Este silogismo é inválido porque tem duas premissas particulares.
d. ( ) Este silogismo é inválido, porque o termo médio nunca está distribuído, pois em ambas as premissas é predicado.
e. ( ) Este silogismo é inválido porque a conclusão é particular, mas uma das premissas é universal.
5. Existem certas características básicas que diferenciam os argumentos dedutivos dos indutivos.
Analise as características abaixo:
1. A conclusão encerra informação que nem implicitamente estava contida nas premissas.
2. Se todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão também será, necessariamente.
3. Toda a informação ou conteúdo factual da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, contido nas premissas.
4. Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente - porém não necessariamente - verdadeira.
Assinale a alternativa que relaciona corretamente as características acima ao respectivo tipo de argumento.
a. ( ) 1. dedutivo; 2. dedutivo; 3. indutivo; 4. indutivo.
b. ( ) 1. dedutivo; 2. indutivo; 3. indutivo; 4. dedutivo.
c. ( ) 1. dedutivo; 2. indutivo; 3. dedutivo; 4. indutivo.
d. ( X ) 1. indutivo; 2. dedutivo; 3. dedutivo; 4. indutivo.
e. ( ) 1. indutivo; 2. indutivo; 3. dedutivo; 4. dedutivo.
6. Um silogismo é considerado válido apenas se satisfizer todas as regras da validade silogística.
Assinale a alternativa que não corresponde a uma regra silogística.
a. ( ) Um silogismo deve ter exatamente três termos: um termo maior, um menor e um médio.
b. ( ) O termo médio deve aparecer nas duas premissas e jamais na conclusão.
c. ( ) A conclusão não pode conter o termo médio, já que a função deste se esgota na ligação entre os termos maior e menor.
d. ( ) De duas premissas particulares nada poderá ser concluído, pois o termo médio não terá sido tomado em toda a sua extensão.
e. ( X ) O termo médio não pode ser tomado em toda a sua extensão nenhuma vez, caso contrário ele não poderia fazer a ligação entre o maior e o menor.
7. Teste a validade do argumento seguinte, utilizando tabelas de verdade.
- O livre-arbítrio é possível ou somos joguetes dos Deuses.
- Se o livre-arbítrio for possível, não somos joguetes dos Deuses.
- Logo, não somos joguetes dos Deuses.
Seja:
P = O livre arbítrio é possível e
Q = Somos joguetes dos Deuses
Assinale a alternativa correta.
a. ( ) A forma dada é inválida porque tanto na circunstância em que P é falsa e Q verdadeira como na circunstância em que tanto P como Q são falsas, a premissa é verdadeira e a conclusão, falsa.
b. ( ) A forma dada é válida, tendo em vista que não há circunstância alguma na qual as premissas sejam verdadeiras e a conclusão, falsa.
c. ( X ) O argumento dado é inválido porque na circunstância em que P é falsa e Q verdadeira, as premissas são verdadeiras e a conclusão, falsa.
d. ( ) O argumento dado é inválido porque na circunstância em que Q é falsa e P é verdadeira, as premissas são verdadeiras e a conclusão, falsa.
e. ( ) O argumento dado é inválido porque na circunstância em que Q e P são ambas falsas, as premissas são verdadeiras e a conclusão, falsa.