FILOSOFIA: Ética: Aristóteles e as Virtudes, Kant e o Dever, Nietzsche e a Filosofia a Golpes de
Martelo, Sartre e o
Existencialismo, Habermas e a ação comunicativa
MÓDULO 3
#PARA COMEÇAR
QUESTÕES FILOSÓFICAS
O que é moral? O que é ética?
Quais são os fundamentos da moral e da ética? O que é virtude? E o vício? Somos
livres para escolher uma ação? Como viver para ser feliz?
ÉTICA
ÉTICA é uma palavra de origem
grega, vem de ethos (comportamento) e
versa sobre os princípios universais que devem reger o comportamento dos
indivíduos.
ÉTICA E MORAL
MORAL vem do latim mores, que quer dizer costumes, ou seja,
etimologicamente ambas as palavras são sinônimas. A diferença é que a moral
trata dos costumes e comportamentos individuais ou de grupos culturais
específicos, enquanto a ética aspira à universalidade.
ÉTICA DO EQUILÍBRIO
ARISTÓTELES (384-322 a. C.)
defendia uma ética RACIONALISTA, fundamentada na racionalidade e não em
fundamentos biológicos ou instintivos. Sua ética teleológica questionava o FIM
ÚLTIMO dos seres humanos. Sua resposta foi que a grande finalidade da
existência humana é a FELICIDADE. Por isso sua ética é denominada ética da
EUDAIMONIA. A FELICIDADE do homem só poderia ser alcançada através da VIDA
TEÓRICA OU CONTEMPLATIVA, que é a única parte do ser humano que atende à razão,
e não somente à existência vegetativa e sensitiva. A ÉTICA se concretiza por
meio das VIRTUDES (disposição para a prática do bem), que só pode ser
conquistada através do hábito. Ninguém nasce virtuoso, a virtude vem do
exercício. Agir eticamente é PRATICAR AS VIRTUDES. Defendia a ÉTICA DO
MEIO-TERMO, pois, segundo ARISTÓTELES, a virtude está na justa medida, na
medianidade entre dois extremos. Como exemplo, podemos citar a CORAGEM: a
CORAGEM é a VIRTUDE mediana entre a COVARDIA e a TEMERIDADE. É uma ÉTICA
circunstancial, ou seja, que depende da CIRCUNSTÂNCIA, uma vez que em cada
situação a PRUDÊNCIA deve guiar o sujeito na escolha da ação equilibrada. A
PRUDÊNCIA é a VIRTUDE por excelência. É a PRUDÊNCIA que pondera sempre diante
das circunstâncias para atingir o equilíbrio nas ações. POLÍTICA e ÉTICA estão
intimamente ligadas. A POLÍTICA (bem-estar social) só é efetiva onde a ÉTICA
(comportamento individual comedido) vigora.
ÉTICA DO MEIO-TERMO
O ser humano é um SER RACIONAL. E
como racional deve sempre ponderar entre situações e circunstâncias. A VIRTUDE
por excelência é a PRUDÊNCIA, que ilustra de forma plena a capacidade do homem
em medir suas ações, buscando a justa medida. O MEIO-TERMO é a justa medida
entre o excesso e a falta. A ÉTICA do MEIO-TERMO é um postulado aristotélico para
formalizar a conduta equilibrada e correta.
#ANÁLISE E ENTENDIMENTO
Em que consiste a virtude para
ARISTÓTELES?
ÉTICA DO DEVER
Segundo IMMANUEL KANT
(1724-1804), a razão humana é essencialmente uma RAZÃO LEGISLADORA. Ser livre,
ter LIBERDADE, para KANT, é ter consciência do DEVER, ou seja, ser capaz de
domar as inclinações e viver de acordo com as normas morais e éticas. Uma ação
só é ÉTICA se for realizada POR DEVER. Faça porque deve, é a máxima da ética
kantiana. Só a AÇÃO POR DEVER é eticamente correta, enquanto a ação CONFORME AO
DEVER é apenas uma atitude correta feita de forma inconsciente e sem intenção e
deliberação. Já qualquer AÇÃO POR INCLINAÇÃO jamais será ética, porque satisfaz
somente aos desejos e paixões humanas e invariavelmente causa prejuízos a si
mesmo e a outros. O IMPERATIVO CATEGÓRICO é uma máxima que visa dar formalidade
ao sistema ético kantiano. “Age de tal maneira que a tua ação possa tornar-se
um norma universal”. Nunca faça coisa alguma que se universalmente feita
poderia ocasionar prejuízos para si a para a sociedade como um todo. Exceção
deve ser tratada como tal. A mentira é um exemplo clássico: se minto, dou aval
para que todos possam mentir, e a partir daí a credibilidade nos discursos
humanos estaria comprometida para sempre. Todo temos INCLINAÇÕES, ou seja,
tendemos para algo bom ou mau. As inclinações boas, mesmo sendo boas, não são
éticas, pois são ações pautadas não no DEVER, mas num desejo inconsciente. Só a
BOA VONTADE é guiada pela razão, ou seja, é comedida e orienta-se pelo DEVER.
Sua ÉTICA é denominada FORMAL ou FORMALISTA, uma vez que visa à universalidade,
ser UNIVERSAL. É uma ÉTICA que dá a FORMA (PRINCÍPIO), mas não confere
CONTEÚDO, ou seja, não diz o que deve ser feito efetiva e praticamente.
AUTONOMIA E ESCLARECIMENTO
KANT defendia a AUTONOMIA
(capacidade de o sujeito legislar por si mesmo) e o ESCLARECIMENTO, buscar por
si mesmo os princípios para orientar a própria conduta. “Ouse saber” era o
princípio do ILUMINISMO KANTIANO e é o fundamento da ÉTICA KANTIANA. A ÉTICA
AUTÔNOMA é aquela do sujeito que não se guia por conselhos e orientações
alheias a si mesmo (HETERONOMIA), mas busca sua própria ILUMINAÇÃO com vistas a
ser o senhor de sua própria conduta ÉTICA.
FRIEDRICH NIEZSCHTE (1844-1900)
UMA FILOSOFIA A GOLPES DE MARRETA
Filosofar a GOLPES DE MARRETA é
destruir os alicerces que sustentam a moral e a ética ocidental em NIETZSCHE.
Foi considerado, postumamente, um MESTRE DA SUSPEITA, ou seja, um filósofo que
questionou as bases do pensamento em vigor no ocidente. Criticou de modo
enfático o racionalismo dominante na cultura europeia desde SÓCRATES. Foi
considerado também um pré-existencialista, ou seja, um dos pensadores
contemporâneos que se deteve nas angústias e sofrimentos do ser humano.
ESCRITA AFORISMÁTICA
Escrevia por meio de AFORISMOS
(sentenças e textos curtos e sarcásticos). Sua obra é uma CRÍTICA PROFUNDA E
IMPIEDOSA À CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL. Sua pergunta fundamental é: Qual é o VALOR
DA EXISTÊNCIA HUMANA?
INFLUÊNCIA DE SCHOPENHAUER
ARTHUR SCHOPENHAUER (1788-1860) é
um dos principais influenciadores da filosofia nietzscheana. Contra Hegel,
SCHOPENHAUER defende que a história humana não é a história da racionalidade e
do progresso, mas a marcha do ACASO CEGO e ENGANOSO. O mundo que conhecemos é somente
uma REPRESENTAÇÃO, ou seja, não conhecemos o mundo tal como é, mas somente as
representações que fazemos dele. Conhecer a essência só é possível por meio de
um INSIGHT INTUITIVO, ou seja, por uma compreensão imediata e impossível de ser
compreendida, longe da indução e dedução dos teóricos anteriores, que para
SCHOPENHAUER não passava de ilusão. Só a arte poderia se aproximar e expressar
a intuição. O que rege o universo é uma VONTADE (VONTADE DE VIVER, ou VONTADE
CEGA) que jamais poderá ser satisfeita. Por isso o ser humano é intrinsecamente
insatisfeito, insaciável, pois nada, nem ninguém, poderá cessar o ímpeto
desejante do ser humano. Por jamais conseguir satisfazer sua VONTADE CEGA e
incessante, o sofrimento reina na existência humana. Quando a VONTADE DE VIVER
é temporariamente satisfeita, surge o TÉDIO (insatisfação com o desejo
realizado), para voltar a perturbar a existência humana.
VONTADE DE POTÊNCIA
O homem é guiado não pela sua
razão ou racionalidade, mas por sua VONTADE DE POTÊNCIA, vontade de poder e se
auto-afirmar. A VONTADE DE POTÊNCIA não é só o CONJUNTO DE PULSÕES
COMPETITIVAS, que fazem do ser humano um ser que aspira sobrepor-se aos outros,
mas é principalmente um IMPULSO DE AFIRMAÇÃO DA VIDA, que faz do sujeito um
indivíduo pleno por buscar e concretizar seus desejos mais profundos.
APOLÍNEO E DIONISÍACO
Com os dois conceitos acima,
NIETZSCHE tenta definir a essência do ser humano. Somos razão (APOLÍNEO) e
paixão (DIONISÍACO). Controle e descontrole, prosa e verso, clareza e escuridão,
ordem e desorganização, razão e fantasia. A cultura ocidental privilegiou o
APOLÍNEO desde SÓCRATES, e o resultado foi o desenvolvimento de uma sociedade
doentia, patológica, incapaz que desenvolver a plenitude da humanidade. Uma
cultura que nega o dionisíaco (paixão, irracionalidade, excesso e descontrole)
cria indivíduos insanos, doentes da epidemia da racionalidade.
GENEALOGIA DA MORAL
NIETZSCHE estuda a origem dos
valores e princípios que regem a moral e a ética ocidental. Segundo ele, os
VALORES MORAIS são HISTÓRICO-CULTURAIS. Bem e mal são relativos aos períodos
históricos onde são criados e dependentes das culturas onde se desenvolvem.
Criou o conceito de MORAL DE REBANHO para criticar a moral que rege o
cristianismo. Os cristãos, segundo NIETZSCHE, são como ovelhas guiadas por
pastores, sem vontade, opinião e liberdade própria. Fala também da MORAL DO
SENHOR e da MORAL DO ESCRAVO: o primeiro satisfaz todos os seus desejos e
impulsos, sendo símbolo do ser humano pleno (que goza com força), o segundo é
um recalcado e ressentido por não poder gozar os prazeres desfrutados pelos
senhores, daí então cria para si uma ética e uma moral que demoniza o jeito de
agir, se comportar e viver do dominador como abomináveis e dignos do inferno na
vida pós-morte. Por não poder gozar aqui, o escravo inventa um universo
paralelo onde o mesmo poderá vingar-se e desfrutar do bom e do melhor, enquanto
aquele que o dominava e explorava passará a sofrer pelo resto da eternidade.
Prega a TRANSVALORAÇÃO DE TODOS OS VALORES, ou seja, a renúncia dos valores
cristãos e depressivos ocidentais, para assumir os VALORES vitais, que se
impõem pela força e vitalidade, pela virilidade e jovialidade, diferentemente
dos valores decadentes socráticos e do cristianismo. Defende o advento do
SUPER-HOMEM, o supra-humano, o sujeito capaz de ser acima do bem e do mal
(valores históricos e culturais), alguém que vive satisfazendo sua VONTADE DE
POTÊNCIA, seu desejo de viver mais, gozar mais, aproveitar mais todas as
virtualidades presentes da existência.
NIILISMO
Qualquer cultura nada mais é do
que UMA DAS INTERPRETAÇÕES POSSÍVEIS DO MUNDO e da realidade. Não há verdade ou
cultura absoluta. O NIILISMO seria e pressentimento profundo de ocaso de uma
cultura, sentimento que aflorava na EUROPA contemporânea à NIETZSCHE. A
consequência fundamental do NIILISMO é a MORTE DE DEUS, o fim da religiosidade
que fundamentou a cultura ocidental desde o advento do cristianismo, herdeiro
religioso da cultura racionalista socrática. “Deus morreu e quem o matou fomos
nós”, dizia NIETZSCHE. A sociedade moderna e contemporânea criou uma cultura
onde DEUS seria impossível, incabível, sujeito morto e sem vida, incapaz de dar
respostas para o novo modo de viver ocidental. Seu lema era “ouse conquistar a
si mesmo”. A conquista de si mesmo seria o pontapé inicial para, ao destruir os
alicerces das barreiras inconscientes que impedem o desenvolvimento da cultura,
abrir espaço para o crescimento e desenvolvimento do SUPER-HOMEM. Assim como
sofreu influência de SCHOPENHAUER, viveu e conheceu o pensamento de SÖREN
KIERKEGAARD. Partilhou com o dinamarquês a preocupação com a existência humana.
Para KIERKEGAARD, a existência humana era dominada pela ANGÚSTIA da liberdade.
A INQUIETAÇÃO e o DESESPERO tomam conta do indivíduo após suas escolhas e
decisões frustradas.
NIETZSCHE afirmou: “Não sou um
homem, sou uma dinamite.” Quais foram as “bombas” lançadas pelo filósofo alemão
sobre:
A) Tradição
filosófica.
B) Da
moral.
C) Da
religião.
SARTRE: O SER E O NADA
Jean-Paul SARTRE (1905-1980) seguiu
a distinção heideggeriana entre ser e ente. Ser é a essência, o generalizado,
enquanto ente é o particular, o existente. Criticou a doutrina do ato e
potência de ARISTÓTELES. Na teoria do ato e potência aristotélica todo ser
possui em si todas as suas potencialidades, ou seja, tudo aquilo que ele pode
vir a ser. Com essa doutrina, todo ser, nada mais faz do que realizar aquilo
que já estava de certa forma previsto na sua natureza. Para SATRE, o ser É O
QUE É, e a existência não é o que deveria ser.
ENTE EM-SI, onde a essência determina a existência. Os seres e entes da
natureza correspondem a essa forma de ser, pois cumprem o que estava previsto
em seu código biológico, como o leão que é carnívoro e jamais poderá se
converter em vegetariano. A existência humana é o reino do ENTE PARA-SI, ou
seja, é um NÃO-SER, NADA, pura possibilidade, ser projetado PARA FORA. No ser
humano a existência precede a essência. São as escolhas que vão definindo quem
somos. E sempre é possível escolher para os seres humanos. “Estamos condenados
a ser livres”.
CONDIÇÃO HUMANA E LIBERDADE
Segundo SARTRE, não há NATUREZA
HUMANA, algo pré-colocado que determinaria o modo de existência dos indivíduos.
O que existe é uma CONDIÇÃO HUMANA, situações com as quais temos que lidar, mas
que não foram colocadas por nós e que de qualquer forma serão vicissitudes que
teremos que deliberar diante delas. “Nós somos aquilo que fazemos com o que os
outros e as circunstâncias fizeram de nós”. Somos livres, a LIBERDADE é
inescapável. “O SER HUMANO ESTÁ CONDENADO A SER LIVRE”, diria SARTRE.
EXISTÊNCIA E ESSÊNCIA
EXISTÊNCIA é aquilo que está nas
mãos dos seres humanos mudarem. O ser humano é essencialmente existente.
ESSÊNCIA é aquilo que não pode mudar, intrínseco ao ser e a ele só cabe
realizá-la e atualizá-la em algum momento de sua existência. Em SARTE, a
EXISTÊNCIA precede a ESSÊNCIA, ou seja, seremos aquilo que fizermos de nós
mesmos e aquilo que fizermos do que os outros fizeram de nós.
LIBERDADE, ESCOLHA, ANGÚSTIA E
MÁ-FÉ
“Estamos condenados a ser livres”
é a máxima do pensamento sartriano. Sempre e em qualquer circunstância é
possível escolher, mesmo numa prisão ou em condições aparentemente inóspitas. A
LIBERDADE seria a essência do ser humano. Portanto, sempre é possível escolher.
Liberdade implica escolha, mas da escolha surge a ANGÚSTIA, sentimento que
brota da consciência de que nada somos, de que somos possibilidade pura, e essa
possibilidade nada nos garante. Fomos lançados ao mundo sem segurança alguma, e
tudo que formos será exclusivamente responsabilidade nossa. Daí nasce a MÁ-FÉ,
tendência de atribuir a outrem a responsabilidade por nossas escolhas. É o
indivíduo incapaz de assumir as consequências
por suas deliberações. Sempre há um ser alheio, como um demônio, a
desviar o sujeito que age de MÁ-FÉ do caminho projetado por ele mesmo. Ser
livre é responsabilizar-se, é assumir a RESPONSABILIDADE por suas próprias
escolhas e engajar-se polítco-socialmente, tendo em vista a humanidade toda em
cada escolha sua. Quem não é capaz de responsabilizar por seus atos não pode
ser considerado livre. E quem não se engaja não e se responsabiliza pela
humanidade presente em si, logo deixar de ser livre.
OBSERVAÇÃO
Sartre, nos seus últimos
escritos, reconsiderou sua teoria da liberdade e admitiu que pressões e
ideologias externas pudessem determinar o comportamento dos indivíduos,
portanto, nem todas as escolhas são genuinamente livres, mas podem ser
determinadas por fatores alheios.
#CONVERSA FILOSÓFICA
O ser humano possui uma natureza
imutável ou uma condição passível de modificação?
ÉTICA DISCURSIVA
JÜRGEN HABERMAS (1929-) é um
filósofo alemão defensor da ÉTICA DISCURSIVA (ética fundada no DIÁLOGO e no
CONSENSO). Critica a razão instrumental iluminista (razão que serve como
instrumento de dominação) e adota a RAZÃO CRÍTICA (razão que questiona, critica
e se opõe à razão instrumental) dos frankfurtianos. A RAZÃO COMUNICATIVA de
HABERMAS é (uma estratégia para se fazer ouvir e ser ouvido) uma razão
INTERPESSOAL (contra o subjetivismo) e PROCESSUAL (jamais definitiva e pronta).
Defende o DIÁLOGO LIVRE, onde todas as partes possam se fazer ouvidas e ter
suas razões deliberadas. Sua ética discursiva é uma ÉTICA DEMOCRÁTICA (onde
todos devem se colocar) e NÃO AUTORITÁRIA (não se impõe pela força, mas pelo
consenso).
RAZÃO DIALÓGICA E AÇÃO
COMUNICATIVA
HABERMAS tem como princípio a
razão, a verdade e a democracia, num viés diferente dos frankfurtianos. Uma
razão que vai além da razão crítica, uma verdade que é construída coletivamente
e uma democracia onde todos os segmentos possam se fazer ouvir e ter suas
demandas atendidas. Discorda de MARX e da ESCOLA DE FRANKFURT, pois
descentraliza o TRABALHO e não identifica o PROLETARIADO como classe detentora
exclusiva de poder de transformação social. Sua RAZÃO DIALÓGICA defende que a
verdade brota do DIÁLOGO e da ARGUMENTAÇÃO entre todos os interessados nas
respectivas querelas. A AÇÃO COMUNICATIVA só tem validade quando fruto do
CONSENSO social.
VERDADE INTERSUBJETIVA E
DEMOCRACIA
A VERDADE não é posse exclusiva
de um sujeito, mas é fruto da deliberação entre sujeitos, consequência do
diálogo. A VERDADE INTERSUBJETIVA é aquela que leva em consideração os diversos
sujeitos, sem negociar a privatização da PETROBRAS e menosprezar ninguém. Ela é
alcançada CONSENSUALMENTE, ou seja, por meio do consenso entre os interessados
envolvidos. Quanto mais se amplia o diálogo, mais progride a verdade e se dá o
APERFEIÇOAMENTO DA DEMOCRACIA.
#ANÁLISE E ENTENDIMENTO
Sobre a razão, a verdade e a
democracia, qual é a sua posição? Justifique.
#CONECTADO
Aristóteles
A ética de Kant - Marilena Chauí - Carlos Jansson
Filme - Quando Nietzsche Chorou
Sartre e Beauvoir (Globo ciência)
Habermas Entrevista (80 anos 18/jun/2009)
EXERCÍCIOS
QUESTÃO 1 (Habilidade: Ler textos filosóficos de modo significativo
e inferir o que foi apropriado de modo reflexivo.)
Nível de dificuldade: Fácil. Assunto: Aristóteles.
A virtude tem a ver com paixões e ações, nas quais o excesso e a
falta constituem erros e são censurados, ao passo que o meio é louvado e
constitui a retidão: e ambas essas coisas são própria da virtude. Portanto, a
virtude é uma espécie de mediania, porque, pelo menos, tende constantemente
para o meio. Ademais, errar é possível de muitos modos (...), ao passo que agir retamente
só é possível de um modo (...). Por essas razões, portanto, o excesso e
a falta são próprios do vício, enquanto a mediania é própria da virtude: somos
bons apenas de um modo, maus de variadas maneiras.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel
Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Os pensadores)
Aristóteles define essa mediania como
(A) a excelência moral, produto do
hábito.
(B) a vitória da razão sobre as emoções.
(C) o bem supremo a que todos
aspiram.
(D) o meio-termo entre dois extremos
(E) os impulsos que tendem ao excesso
ou à falta.
GABARITO: D
Comentário: Para Aristóteles, em relação às
ações, há excesso, falta e justo meio. A virtude se relaciona com as emoções e
as ações, nas quais o excesso é uma forma de erro, tanto quanto a falta,
enquanto o justo meio é tido como um acerto. A virtude, então, é uma disposição
da alma relacionada com a escolha de ações e emoções, consistente num justo
meio determinado pela razão.
QUESTÃO
2 (Habilidade: Contextualizar
conhecimentos filosóficos, no plano de sua origem histórico e cultural.)
Nível de dificuldade: Médio.
Assunto: Niilismo.
O niilismo foi uma
corrente filosófica que exerceu grande influência na arte, na moral, na
literatura e em outras esferas da vida humana e da sociedade contemporânea, em
especial, o século XX. É a desvalorização e a morte do sentido da existência humana, a ausência de
finalidade e de respostas aos valores tradicionais. As verdades estabelecidas
se diluem e o homem perde a esperança e a segurança. Tudo se relativiza, se
desencanta.
AMORIM, Maria de Fátima. Filosofia. Ensino Médio. v. 3. Belo
Horizonte: Educacional, 2013.
Contribuíram para esse
desencantamento do mundo
(A) a afirmação da ciência e do método científico como conhecimento
seguro.
(B) a consciência da
liberdade e responsabilidade do homem por suas ações.
(C) a renovação dos valores
tradicionais e verdades estabelecidas. (D) o dogmatismo da época e suas certezas inabaláveis.
(E) o mecanicismo e suas
explicações racionais e exatas.
GABARITO: B
Comentário: A consciência da liberdade e
da responsabilidade que implica a existência, após experiências históricas
assustadoras, a quebra do encanto com o racionalismo e suas promessas, a perda
da credibilidade nas instituições e seus valores, o desamparo da liberdade
diante da solidão humana como única alternativa, promove o desencantamento do
mundo e de si mesmo, a perda de sentido do existir.
QUESTÃO
3 (Articular
conhecimentos filosóficos e diferentes formas de linguagem.)
Nível de dificuldade: Médio.
Assunto: Niilismo.
O automóvel corre, a lembrança morre
O suor escorre e molha a calçada
Há verdade na rua, há verdade no povo
A mulher toda nua, mais nada de novo
A revolta latente que ninguém vê
E nem sabe se sente, pois é, pra quê?
O suor escorre e molha a calçada
Há verdade na rua, há verdade no povo
A mulher toda nua, mais nada de novo
A revolta latente que ninguém vê
E nem sabe se sente, pois é, pra quê?
O imposto, a conta, o
bazar barato
O relógio aponta o momento exato
O relógio aponta o momento exato
[...] Pra andar ligeiro, sem
ter porque
Sem ter prá onde, pois é, pra quê?
Sem ter prá onde, pois é, pra quê?
Pois é, pra quê? Sidney Miller, 1981.
A música de Sidney Miller
aponta um pessimismo contemporâneo, que se inicia no título da música e na
pergunta que se repete a cada refrão: “pois é, pra quê?” Esse encontro com o
nada, levando consequentemente a uma perda de sentido da existência, reflete
uma corrente filosófica contemporânea, conhecida como
(A) Existencialismo.
(B) Fenomenologia.
(C) Materialismo.
(D) Niilismo.
(E) Realismo.
(B) Fenomenologia.
(C) Materialismo.
(D) Niilismo.
(E) Realismo.
GABARITO: D
Comentário: O pessimismo em relação aos
valores tradicionais, as instituições, o desencanto perante a existência e o
questionamento sobre a capacidade de ação humana refletem a corrente niilista
que influenciou profundamente a concepção de homem e mundo contemporânea.
QUESTÃO 4 (Habilidade: Inferir o que foi apropriado de modo
reflexivo.)
Nível de dificuldade: Médio. Assunto: A questão da existência.
O homem está condenado a ser livre.
SARTRE, Jean Paul. O
existencialismo é um humanismo. Conferência: 20 de outubro de 1945.
O argumento de Sartre pode ser traduzido como
A)
a ideia de destino, é reconsiderada, perante
a ideia da liberdade como condenação.
B)
a incapacidade de arcar com as próprias
responsabilidades e definir seu projeto de vida.
C)
nossas
escolhas são direcionadas por aquilo que Deus nos revela ser o Bem.
D)
o homem
primeiro existe no mundo e só depois se define pelas escolhas e ações.
E)
os valores morais são limites para a
liberdade, pois eles mantém a coesão social.
GABARITO: D
Comentário: É a consciência sobre a
condição humana, a liberdade como a única saída para a construção da sua
essência. Não escolher é uma escolha, a de negar o desafio da construção da sua
vida, sendo determinado pela escolha de outros.
QUESTÃO
5 (Habilidade: Inferir o que
foi apropriado de modo reflexivo.)
Nível
de dificuldade: Médio.
Assunto: Existencialismo.
O Existencialismo é uma escola de filósofos dos séculos XIX e XX, com diferentes concepções
de doutrinas, partilhando a crença de que o pensamento filosófico
começa com o sujeito, nas suas ações, sentimentos e a vivência de um ser humano
individual.
AMORIM,
Maria de Fátima. Filosofia. Ensino Médio. v. 3. Belo Horizonte:
Educacional, 2013.
O grande tema filosófico, norteador das
concepções formuladas pelo existencialismo, foi
(A) a existência e a
liberdade.
(B) a liberdade e o corpo. (C) a responsabilidade e a fé.
(D) as emoções e a mente.
(E) o medo e a angústia.
GABARITO: A
Comentário: Apesar de tratar de vários dos
temas citados nas outras alternativas, os grandes temas filosóficos do
existencialismo foram a liberdade e a existência.
QUESTÃO
6 (Descritor: Relacionar
elementos verbais e não verbais de um quadrinho).
Nível
de dificuldade: Médio
Assunto: Filosofia
Contemporânea – Filosofia Política
Analise
o quadrinho cujo tema é a Democracia.
Disponível em: clubedamafalda.blogspot.com.
Acesso em 10 jul. 2012.
A
reação de Mafalda sobre o significado da palavra “Democracia” revela que
(A)
as pessoas de diversas faixas etárias a
ridicularizam.
(B)
o seu significado torna-se objeto de chacota,
piada.
(C)
o grego foi o único povo que conseguiu
concretizá-la plenamente.
(D)
o significado corresponde com a realização da
democracia na prática.
(E)
o significado da palavra representa um ideal
longe de se concretizar na sociedade atual.
RESPOSTA: E
QUESTÃO 7 (Descritor: submeter as
informações e os conhecimentos a uma análise argumentativa, vislumbrando a
estrutura dos argumentos que poderiam corroborar para uma ordenação sistemática
de tais informações.)
Nível de dificuldade: Média.
Assunto: A questão da existência
Leia a passagem do pensamento de Nietzche, extraído da obra “O
nascimento da tragédia”.
“O que significa, justamente entre os gregos da melhor época, da mais
forte, da mais valiosa, o mito trágico?
E o descomunal fenômeno dionisíaco? O que significa, dele nascida, a tragédia?
– E, de outra parte: aquilo de que a tragédia morreu, o socratismo da moral, a
dialética, a suficiência e a serenojovialidade do homem teórico – como?”.
(Nietzsche, “O Nascimento da Tragédia”)
Com
base na análise do trecho, identifique a afirmativa correta.
a) O socratismo estaria associado ao apolíneo, à supressão da criação de
valores própria do dionisíaco.
b) O socratismo seria a ciência, responsável pela repressão da religião
desde a Antiguidade Grega.
c) O socratismo transita entre o dionisíaco e o apolíneo, instância
criadora e conformadora.
d) O socratismo da moral seria o Cristianismo, e o apolíneo a intervenção
artística.
e) O socratismo provém das tragédias gregas, e deve ser substituído pelo
dionisíaco.
RESPOSTA: A
QUESTÃO 8 (Descritor: Sintetizar ideias de um texto filosófico em busca de uma
definição geral.)
Nível de dificuldade: Médio
Assunto: Filosofia Moderna: Epistemologia
Analise o
trecho em que Kant explica o que é o iluminismo ou ilustração.
“Ilustração
é a saída do homem de sua culpada minoridade. Menoridade é a incapacidade de
servir-se de sua própria inteligência sem a direção de um outro. (...) Supere aude! Tem a coragem para
servir-te de tua própria razão é, pois, o tema da ilustração. (...) Porém, para
esta ilustração nada se exige a não ser liberdade; e em verdade a mais
inofensiva entre todas as que possam ser chamadas de liberdade, a saber, a de
fazer um uso público de sua razão em todos os aspectos. Mas eu ouço exclamar de
todos os lados: não raciocineis.”
KANT, Immanuel. Resposta à pergunta “O que é Esclarecimento”.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007. p. 95.
A ilustração ou iluminismo tem como causa a
razão e a liberdade humanas.
Nesse sentido, a ilustração acontece quando
(A)
a autonomia da razão e a liberdade de usar
publicamente a razão forem alcançadas pelo homem.
(B)
a inteligência humana for capaz de
direcionar-se para os interesses públicos.
(C)
a sociedade abrir espaço para o pensamento
livre e espontâneo.
(D)
as pessoas assumirem a liberdade de debater
publicamente as questões sociais.
(E)
o homem adquirir a capacidade de usar sua
razão, mediado pela orientação de outrem.
RESPOSTA: A
QUESTÃO 1
Habilidade: Interpretar um pensamento
filosófico.
Nível de dificuldade: Fácil
Assunto: Crítica à razão
“O
coração tem razões que a própria razão desconhece.”
PASCAL,
Blaise. Pensamentos. Coleção Os
Pensadores. Nova Cultural, São Paulo, 1999.
Esta
frase de Pascal revela que a razão deve ser reconhecida como
A)
absoluta,
por ser capaz de compreender os sentimentos humanos.
B)
limitada,
por não ser capaz de determinar a lógica dos sentimentos.
C)
ilimitada,
pela sua capacidade de conhecer todos os fenômenos.
D)
imprescindível,por
ser facilitadora da felicidade do homem.
E)
limitada,
por seu entendimento estar reduzido às emoções.
RESPOSTA:B
COMENTÁRIO:As razões do coração não são
acessíveis à razão, pois os sentimentos possuem sua própria lógica.
QUESTÃO 2
Habilidade:Associar uma imagem a um
conceito filosófico.
Nível de dificuldade: Fácil
Assunto: Crítica à razão
MAGRITTE,
René. O terapeuta, 1937
A pintura de
Magritte, com todos os elementos que a compõe, revela que, a capa racional que
envolve o homem esconde
A)
um
interior cheio de paz e harmonia.
B)
um
ser vazio e prisioneiro em si mesmo.
C)
um
vazio preenchido por significados existenciais.
D)
uma
essência preenchida de sentido.
E)
uma
pessoa em busca da liberdade.
RESPOSTA:B
COMENTÁRIO:A gaiola, no interior do
homem, com pássaros presos, revela que ele é essencialmente prisioneiro de seus
dramas e medos e que nenhum sentido existencial é capaz de preencher esse
vazio.
QUESTÃO 3
Habilidade:Identificar as condições favoráveis para o surgimento da Filosofia.
Nível de dificuldade: Difícil
Assunto: O pensamento hegeliano
“A
filosofia começou quando um povo saiu da sua vida concreta, quando vão surgindo
divisões e diferenciações nas classes; quando o povo se aproxima do acaso;
quando vai se cavando um abismo entre as tendências internas e a realidade
externa, e as formas antiquadas da religião, etc. Já não satisfazem quando o
espírito se manifesta indiferente pela sua existência real, ou então,
permanecendo nela, só experimenta insatisfação e incômodo, e a sua vida moral
se vai dissolvendo.”
HEGEL. Introdução à
história da filosofia. Trad. Antonio Pinto de Carvalho.
São Paulo: Nova Cultural, 1989. (Coleção “Os
Pensadores).
De acordo com
o pensamento hegeliano, a filosofia teve sua origem quando
A)arealidade
interna do pensamento coincidiu com a realidade externa das instituições.
B)avida
precisou de nova orientação diante de estruturas obsoletas e desiguais.
C)a
identidade cultural foi afirmada, solucionando a questão das diferenças de
classes.
D)ocotidiano
foi revisto, reafirmando a diversidade e o respeito às diferenças.
E)oespírito
humano se fundamentou a partir dos valores das antigasinstituições.
RESPOSTA:B
COMENTÁRIO:Para Hegel, a Filosofia surge a partir do conflito, que aparece
exigindo novas orientações e posicionamentos perante as instituições, os
valores, a vida.
QUESTÃO 4
Habilidade:Identificar a ideologia que
criou a inscrição na bandeira do Brasil.
Nível de dificuldade: Médio.
Assunto: Positivismo
Bandeira
do Brasil.
Disponível
em: .
Acesso em 12 out. 2012.
O
Positivismo é uma corrente de pensamento que acredita na ciência, como
principal ferramenta do conhecimento objetivo e a única capaz de trazer
progresso para a humanidade, graças à ordem que se instala pela sua aplicação,
advinda da própria racionalidade científica. A inscrição na bandeira do Brasil,
“Ordem e Progresso”,é uma ilustração dessa forma de pensar e de sua influência
sobre a concepção de sociedade da época em que foi criada.
De acordo
com as informações do texto e a imagem, o positivismo concebe a ciência como
A) dispensável,
já queo homem sobreviveu sem ela por muito tempo, sendo apenas um complemento.
B)
limitada, pois o progresso e emancipação humana vãomuito além do conhecimento
técnico-científico.
C) neutra,
por ser apenas um meio, para alcançar o fim da vida humana que é a felicidade.
D)
imprescindível, pois acredita que ela proporcionará a organização social e o
progresso para as pessoas.
E)
razoável, pois,usada com bom senso, pode oferecer à humanidade os meios para o
seu progresso.
RESPOSTA:D
COMENTÁRIO:O positivismo crê de forma incondicional na razão científica que
traria o progresso e, consequentemente, a felicidade para a vida das pessoas.
QUESTÃO 5
Habilidade:Identificar a evolução do
espírito humano a partir de um texto filosófico.
Nível de dificuldade: Médio
Assunto: Positivismo
“O espírito
humano, até hoje, fez uma trajetória que se iniciou nas superstições e nas
crenças infantis, passando por idealismos juvenis e finalmente culmina no
espírito positivo.”
COMTE, Auguste. Curso
de Filosofia Positiva. Primeira lição. Coleção Os pensadores.
(Trad.) Jose A.
Giannoti. São Paulo. Nova cultural. 1991. p.17.
Para o
filósofo Auguste Comte, o espírito humano
A)associou
crenças antigas com as crenças do positivismo.
B)começou com
o espírito positivo rumo às verdades científicas.
C)iniciou seu
trajeto com as superstições da contemporaneidade.
D)passou por
um processo de evolução até culminar no espírito positivo.
E)teve seu
auge no idealismo típico da juventude.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIO:O trecho mostra apenas que o
espírito humano passou por um processo de evolução, até culminar no espírito
positivo.
QUESTÃO 6
Habilidade:Interpretar uma canção
através da análise dos elementos que a compõem.
Nível de dificuldade: Médio
Assunto: Crítica à ciência
Se toda
coincidência
Tende a que se entenda
E toda lenda
Quer chegar aqui
A ciência não se aprende
A ciência apreende
A ciência em si
Tende a que se entenda
E toda lenda
Quer chegar aqui
A ciência não se aprende
A ciência apreende
A ciência em si
Se toda
estrela cadente
Cai pra fazer sentido
E todo mito
Quer ter carne aqui
Cai pra fazer sentido
E todo mito
Quer ter carne aqui
A ciência não
se ensina
A ciência insemina
A ciência em si
A ciência insemina
A ciência em si
Se o que se
pode ver, ouvir, pegar, medir, pesar
Do avião a
jato ao jaboti
Desperta o que ainda não, não se pôde pensar
Do sono eterno ao eterno devir
Como a órbita da terra abraça o vácuo devagar
Para alcançar o que já estava aqui
Se a crença quer se materializar
Tanto quanto a experiência quer se abstrair
Desperta o que ainda não, não se pôde pensar
Do sono eterno ao eterno devir
Como a órbita da terra abraça o vácuo devagar
Para alcançar o que já estava aqui
Se a crença quer se materializar
Tanto quanto a experiência quer se abstrair
A ciência não
avança
A ciência alcança
A ciência em si
A ciência alcança
A ciência em si
ANTUNES, Arnaldo. A ciência
em si. Disponível em: .
Acesso em:11 out. 2012.
O papel e o
significado da ciência, concebidos na letra da música, revelam que
A)a ciência
é, em si mesma, objeto imprescindível de compreensão do mundo na
contemporaneidade.
B)aciência se
impõe como uma verdade em si, sem levar em consideração outros conhecimentos.
C) omundo desmistificado é a grande contribuição
que a ciência pode oferecer para a humanidade.
D) aexperiência, o cotidiano e os costumes, são
conhecimentos superados pelo conhecimento científico.
E) os sentidos dos acontecimentos físicos ou
míticos dependem da interpretação da ciência.
RESPOSTA:B
COMENTÁRIO:A música defende a ideia de que a ciência só se preocupa com ela e
que o mundo possui sentido mesmo que não justificado pela ciência.
QUESTÃO 7
Habilidade:Relacionar o poema com a
concepção grega de Paideia.
Nível de dificuldade: Médio
Assunto: Formação grega
Para ser
grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
PESSOA,
Fernando. Odes de Ricardo Reis.
Disponível em:
.
Acesso em 11 out. 2012.
A educação
grega baseava-se na formação integral dos cidadãos da polis. Os gregos criaram
um modelo de educação que formava o indivíduo do ponto de vista intelectual,
espiritual, político efísico.
A formação
grega e o poema de Fernando Pessoa possuem uma relação de
A)alteridade,
a formação escolar é resultado da formação poética das pessoas.
B) concordância, a educação grega é fruto do
esforço individual de cada um.
C) convergência, pois o poema e a cultura grega retratam a formação
escolar.
D)exclusão,
pois concebem o homem através de perspectivas diferentes.
E) reciprocidade, por afirmarem a grandeza do
homem, fruto da sua completude.
RESPOSTA:E
COMENTÁRIO: O poema e a Paideia grega
possuem em comum a ideia de que o homem precisa ser integral, ser inteiro e
completo.
QUESTÃO8
Habilidade:Identificar em um texto não
filosófico um pensamento filosófico.
Nível de dificuldade: Médio
Assunto: Cultura
A cultura
a civilização
elas que se danem
ou não
a civilização
elas que se danem
ou não
somente me
interessam
contanto que me deixem meu licor de jenipapo
o papo
das noites de São João
somente me interessam
contanto que me deixem meu cabelo belo
meu cabelo belo
como a juba de um leão
contanto que me deixem
ficar na minha
contanto que me deixem
ficar com minha vida na mão
minha vida na mão
minha vida
contanto que me deixem meu licor de jenipapo
o papo
das noites de São João
somente me interessam
contanto que me deixem meu cabelo belo
meu cabelo belo
como a juba de um leão
contanto que me deixem
ficar na minha
contanto que me deixem
ficar com minha vida na mão
minha vida na mão
minha vida
a cultura
a civilização
elas que se danem
ou não
a civilização
elas que se danem
ou não
eu gosto
mesmo
é de comer com coentro
eu gosto mesmo
é de ficar por dentro
como eu estive algum tempo
na barriga de Claudina
uma velha baianacem por cento.
é de comer com coentro
eu gosto mesmo
é de ficar por dentro
como eu estive algum tempo
na barriga de Claudina
uma velha baianacem por cento.
GIL, Gilberto. Cultura
e Civilização.
A cultura e a
civilização, do ponto de vista da canção, é
A)
um entrave para a liberdade humana, pois aniquilam qualquer possibilidade
humana de liberdade.
B)
um problema, tratado com indiferença, para que não seja um empecilho para o
homem viver livre.
C)
uma condição para a felicidade humana, quesó pode existir, inserida dentro da
civilização ou da cultura.
D)
uma condição prévia para o homem atender suas necessidades, independente de
contextos.
E)
uma mola propulsora para o homem alcançar a liberdade, pois sem a cultura o
homem é pura fantasia.
RESPOSTA:D
COMENTÁRIO:A música mostra que a cultura e a civilização não podem deixar que o
homem usufrua das coisas que ele necessita, que formam o que ele é, sua
identidade.
QUESTÃO9
Habilidade:Identificar a ideia
principal do texto filosófico.
Nível de dificuldade: Médio
Assunto: Crítica à ciência – Karl Popper
“Não exigirei
de um sistema científico que seja capaz de ser escolhido, em sentido positivo,
de uma vez por todas, mas exigirei que sua forma lógica seja tal que ele possa
ser posto em evidência, por meio de verificações empíricas. Em sentido
negativo: um sistema empírico deve poder ser refutado pela experiência”.
REALE, Giovanni;
ANTISERI, Dario. História da filosofia: de Freud à atualidade. vol. 7.
Tradução Ivo Storniolo.
São Paulo: Paulus, 2006.
Segundo Karl
Popper, a escolha de um sistema científico deve ter como critério
A) acapacidade da teoria científica suportar as
verificações empíricas.
B) acoerência interna de determinado sistema
científico.
C) oacolhimento social e político da teoria
científica.
D)oreconhecimento
científico de determinada teoria científica.
E) oreconhecimento do cientista que elaborou
determinada teoria científica.
RESPOSTA:A
COMENTÁRIO:Para Karl Popper nenhuma
teoria científica deve se pretender inquestionável, pois será a própria
verificação empírica que validará ou invalidará tal teoria.
QUESTÃO 10
Habilidade:Identificar o conceito de
cultura implícito na charge.
Nível de dificuldade: Médio
Assunto: Cultura e consumo
Disponível em: .
Acesso em 15 out. 2012.
Na charge de
Quino, o diálogo é construído a partir da ideia de cultura e consumo. O
conceito de cultura que Mafalda defende,como sendo melhor que a compra de
roupas,se refere
A)à coleção
de obras de artes e a erudição intelectual.
B) à
concepção de poder de compra como utilidade para a vida.
C)
àsinformações e ao legado do conhecimento erudito.
D)
àtolerância e o diálogo como representantes de valores éticos.
E) ao acesso
às obras de arte e ao conhecimento erudito.
RESPOSTA:C
COMENTÁRIO:O conceito de cultura implícito na charge de Quino é o de Erudição,
ou seja, do cultivo de conhecimento erudito.
QUESTÃO 11
Habilidade:Relacionar a ideia de
natureza e de cultura em um poema.
Nível de dificuldade: Médio
Assunto: Cultura
Nós pedimos
com insistência:
Não digam
nunca: isso é natural!
Diante dos
acontecimentos de cada dia.
Numa época em
que
Reina a
confusão.
Em que corre
sangue,
Em que se
ordena desordem,
Em que o
arbitrário tem
Força de lei,
Em que a
humanidade
Se
desumaniza.
Não diga
nunca:
Isso é
natural!
No
plano da natureza reina a necessidade e a imutabilidade. A cultura, por outro
lado, é construção humana e pode ser reinventada. Segundo o poema, afirmar que
é natural aquilo que pertence à ordem da cultura, ou do ser humano é
A) bom,
porque a natureza e a cultura traduzem uma mesma realidade.
B) comum, pois
as coisas ocorrem como deveriam acontecer.
C)
equivocado, pois pode legitimar a desumanização da sociedade.
D)
importante, pois a sociedade deve ser regrada pelas leis da natureza.
E) ruim,
devido à superioridade da cultura sobre a natureza.
RESPOSTA:C
COMENTÁRIO:Naturalizar o que é cultural impede a mudança das estruturas que
estão erradas, impedindo o desenvolvimento da capacidade de julgar de forma
ética, que é a característica distintiva do humano, podendo levar à
desumanização.
QUESTÃO 12
Habilidade:Reconhecer a crítica à
racionalidade presente na música.
Nível de dificuldade: Médio
Assunto: Razão
Hoje eu tô
jogando tudo fora
Tudo que não presta mais
Todo o lixo que juntei
Nos meus becos e quintais
Tô falando de loucura
Tô falando de viver
Aura clara, sorte escura
Descobrir o que se é, e ser
Pois é preciso ser honesto
Se cada dia é diferente
Sou um anjo e não presto
Tudo que não presta mais
Todo o lixo que juntei
Nos meus becos e quintais
Tô falando de loucura
Tô falando de viver
Aura clara, sorte escura
Descobrir o que se é, e ser
Pois é preciso ser honesto
Se cada dia é diferente
Sou um anjo e não presto
Sou só eu no
meio desta gente
Tô cansado de bancar
O herói de mim ou do bem
Abro a porta, eu quero mais
Eu quero ser sincero com alguém
Deixe que eu respire o ar livre da rua
Sem parar pra discutir
Deixe que eu passeie minha loucura
Gentilmente por aí
Tô cansado de bancar
O herói de mim ou do bem
Abro a porta, eu quero mais
Eu quero ser sincero com alguém
Deixe que eu respire o ar livre da rua
Sem parar pra discutir
Deixe que eu passeie minha loucura
Gentilmente por aí
SKANK. Gentil loucura. Disponível em:
. Acesso em: 03 dez. 201
A música sugere uma crítica à razão como forma de
conhecimento, que pode ser observada através
A) da
apologia à loucura sobre a razão como conhecimento.
B) da crítica
à vida simples e sem moderação.
C) da crítica
ao heroísmo do homem moderno.
D) do apelo a
uma vida mais despreocupada e intensa.
E) do elogio
à simplicidade através do conhecimento de si.
RESPOSTA:E
COMENTÁRIO:A música mostra que é preciso que o homem se importe menos com a
vida equilibrada e racional, regrada, apelando para outros valores como a
simplicidade, em busca do conhecimento de si mesmo e do sentido da vida.
QUESTÃO 13
Habilidade:Relacionar uma imagem a um
conceito filosófico.
Nível de dificuldade: Médio
Assunto: Crítica à razão
GOYA. O sono da razão produz monstros.
Disponível em: .
Acesso em 10 out.2012.
Esta
obra de arte propõe que a razão deve estar sempre em estado de vigília. Pela
imagem e seu título conclui-se que a razão, que evitaria a criação de monstros,
a que se refere Goya,é denominada
A) científica,ligada às descobertas e
aplicação dos conhecimentos científicos.
B) contemplativa, criada pelos gregos
como forma de contemplar as verdades imutáveis.
C) crítica, questionadora das verdades
e modos de vida impostos como verdadeiros.
D) dogmática, que se estabelece a
partir de verdades absolutas e imutáveis.
E) instrumental, que serve como
aplicação de conhecimentos produzidos.
RESPOSTA:C
COMENTÁRIO: A razão, quando dorme, permite a criação de monstros.É a razão
crítica ou filosófica evitaria isso, ao colocar-se em vigília, questionando os
valores pré-estabelecidos.
QUESTÃO 14
Habilidade:Identificar o pressuposto
filosófico que prevalece na música.
Nível de dificuldade: Médio
Assunto: Consumismo
[...]
Não me diga
que me ama
Não me queira não me afague
Sentimento pegue e pague
emoção compre em tablete
Mastigue como chiclete
jogue fora na sarjeta
Compre um lote do futuro
cheque para trinta dias
Nosso plano de seguro
cobre a sua carência
Eu perdi o paraíso
mas ganhei inteligência
Demência, felicidade,
propriedade privada
Não se prive não se prove
Don't tell me peace and love
Tome logo um engov
pra curar sua ressaca
Da modernidade essa armadilha
Matilha de cães raivosos e assustados
O presente não devolve o troco do passado
Sofrimento não é amargura
Tristeza não é pecado
Lugar de ser feliz não é supermercado
Não me queira não me afague
Sentimento pegue e pague
emoção compre em tablete
Mastigue como chiclete
jogue fora na sarjeta
Compre um lote do futuro
cheque para trinta dias
Nosso plano de seguro
cobre a sua carência
Eu perdi o paraíso
mas ganhei inteligência
Demência, felicidade,
propriedade privada
Não se prive não se prove
Don't tell me peace and love
Tome logo um engov
pra curar sua ressaca
Da modernidade essa armadilha
Matilha de cães raivosos e assustados
O presente não devolve o troco do passado
Sofrimento não é amargura
Tristeza não é pecado
Lugar de ser feliz não é supermercado
[...]
A
letra da música de Zeca Baleiro apresenta uma crítica ao estilo de vida do
homem moderno, que vive em função do consumo, à base de remédios, em busca de
uma felicidade forjada e manipulada.
O trecho da
letra da música que comprova essa visãoé:
A) “Da
modernidade essa armadilha”, “ Matilha de cães raivosos”
B) “Eu perdi
o paraíso, mas ganhei inteligência”
C) “Não me
diga que me ama”, “sentimento pegue e pague”
D) “O
presente não devolve o troco do passado”
E) “Tristeza
não é pecado”,” Lugar de ser feliz não é supermercado.”
RESPOSTA:E
COMENTÁRIO:A música apresenta a ideia de que o consumo não traz a felicidade e
que valores como a tristeza devem ser reavaliados, não precisando abafá-los, ou
reprimi-los, pois fazem parte da nossa condição humana.
QUESTÃO 15
Habilidade:Relacionar uma imagem a um
pensamento filosófico.
Nível de dificuldade: Médio
Assunto: Crítica à consciência: a teoria do inconsciente freudiano
Disponível em:<
http://fotos.sapo.pt/olharparaomundo/fotos/?uid=T8dgfiBFWyoTizAPZ2C4>. Acesso em 12 out. 2012.
Freud,
em sua teoria psicanalítica, apresenta a ideia de que nosso conhecimento, ações
e escolhas não são determinados necessariamente pela nossa razão, mas por
impulsos escondidos no fundo de nosso inconsciente.
A imagem e a
teoria Freudiana se convergem porque ambas
A)
afirmam que a aparência não édeterminada apenas por uma compreensão das
percepções.
B) afirmam que o homem é definido por suas ações
de acordo com aquilo que aparenta ser.
C) apresentam a ideia de que,aquilo queé visível
determina o que é invisível.
D) mostram que é possível enxergar o nosso
interior, e definir nossas emoções e sentimentos.
E) revelam que o que está dentro (inconsciência)
corresponde ao que está fora (consciência).
RESPOSTA:A
COMENTÁRIO:A imagem e a teoria freudiana apresentam a ideia de que a
consciência é, de alguma forma, determinada por aquilo que não é visível,
aparente, mas por forças desconhecidas denominadas por Freud, inconsciente.
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