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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
O DESTINO TRÁGICO DE TRISTÃO E ISOLDA
Os mitos e lendas antigas quase sempre retratam uma visão trágica que sempre cercou o mais nobre dos sentimentos humanos: o amor. Édipo, Tristão e Isolda, Romeu e Julieta. Será que estamos fadados à tragédia quando o assunto é amor? Ser feliz no amor será um mito, uma utopia? Ser feliz para sempre é coisa somente de contos de fadas? O destino trágico das estórias clássicas de amor revela uma visão pessimista em relação a este sentimento. Foram provavelmente escritos por pessoas que viveram desilusões amorosas. O caráter trágico é cercado por uma visão determinista, que vê no amor uma certeza de fracasso. Para resolvermos o problema levantado por essa questão é necessário começar fazendo uma distinção: amor é diferente de paixão. A paixão geralmente é sofrimento, um sentimento arrebatador, forte, intenso, que consome aquele que dela se enamora. Já o amor é doação, entrega e um sentimento mais tranquilo, pacífico, duradouro. É possível sentir os dois por uma mesma pessoa. Mas com o tempo a paixão irá perder a intensidade, pois esta é fogo e fogo consome, rapidamente se desvanece. O que tende a ficar é o amor, com a sua capacidade de entrega e doação, sua vontade de tornar o outro feliz. A paixão busca a própria satisfação, é como um brinquedo novo, que de tanto brincar enjoa. O amor permanece firme e intalterado, mesmo diante da não correspondência ou traição do ser amado, pois se satisfaz com a felicidade alheia e não com a própria. É importante cultivar ambos os sentimentos, pois ambos proporcionam prazer, sendo a paixão mais carnal, de satisfação mais sensível, enquanto o amor é mais espiritual e de satisfação mais consciente. A tragicidade do amor tanto escrita e narrada nos mitos, lendas e estórias e tão apreciadas por nós revela um lado nada agradável do ser humano, seu lado sado-masoquista. Sem ter consciência disso, provocamos a dor alheia, assim como buscamos o nosso próprio sofrimento. Quando tudo vai bem começamos a procurar chifres em cabeça de cavalos. É aí que começamos a estragar coisas lindas e que poderiam continuar lindas se não fôssemos tão ruins conosco mesmo. Para darmos fim às nossas tragédias amorosas é necessário disposição e consciência. Consciência que problemas existem para ser resolvidos. Disposição para superar obstáculos, porque tudo na vida é feito de obstáculos e barreiras que dependem de nossa disposição ou não para superá-los, para vencê-los, e poder dizer um dia que nossa história de amor não foi uma tragédia e sim, no mínimo, uma comédia romântica.
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