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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

FILOSOFIA: DO CAOS À UNIDADE DAS COISAS

Em praticamente todas as religiões no princípio de tudo havia o caos, a desordem no universo. Daí veio Deus, ou os deuses e ordenaram o mundo e suscitaram nele a vida e tudo o mais que existe. Nos primórdios da filosofia não foi diferente. Os filósofos também acreditavam que no princípio o mundo era um caos que cedeu lugar ao cosmos (mundo ordenado) e que algum elemento foi responsável por essa façanha. Então se passou do caos à unidade das coisas, à ordem universal. Segundo Pitágoras e os pitagóricos, seus seguidores, o número foi o responsável por ordenar o mundo, dar regularidade às coisas. Eles disseram isso ao perceber que a natureza funcionava de forma regular, aritmética, e então defenderam tal tese. O uno e o múltiplo ordenaram todo o universo. Já para Heráclito, o fogo é o princípio de todas as coisas e na natureza tudo está em constante mudança, nada permanece o mesmo, e por isso é impossível entrar duas vezes no mesmo rio, porque na segunda vez nem você nem o rio será mais o mesmo, tudo mudou. O universo é um devir (movimento) constante. Heráclito defendeu essa tese ao perceber que tudo muda, que a natureza é inconstante como o fogo. Tudo passa. Já para Parmênides o que não existe é o movimento. Só o ser existe. O ser é e o não-ser não é. Tudo o que existe sempre existiu, pois o ser é único, eterno e imutável. O que percebemos como movimento não passa de mera ilusão dos nossos sentidos, que nos enganam. Não podemos confiar nos sentidos, pois estes volta e meia nos pregam peças. Acreditamos ouvir coisas que não foram ditas, vemos coisas que não eram tais como as vimos. O que existe é o ser, imutável e eterno, que não muda, permanece sempre o mesmo, pois se mudasse deixaria de ser o que é e conseqüentemente daria lugar ao não-ser, ao nada, que é impensável e logo inexistente. O não-ser não existe e, portanto, sequer pode ser pensado. O não-ser é o nada e o nada não existe nem no pensamento. Segundo Empédocles, o princípio de tudo são os quatro elementos: água, terra, ar e fogo. Da união e separação desses elementos surgem e desaparecem todas as coisas. O amor é o responsável pela união e geração dos elementos, enquanto o ódio é o culpado pela morte e destruição de tudo o que deixa de existir. O amor é então, junto com os quatro elementos, quem mantém o cosmos e a unidade das coisas. Demócrito defende o atomismo. É famoso por criar o conceito de átomo (aquilo que não pode ser dividido). Segundo esse filósofo grego, o princípio de tudo são os átomos, partículas invisíveis, minúsculas e indivisíveis, que estruturam e dão forma a toda realidade. Tudo é composto de átomos, da união e desagregação dos átomos surgem e são destruídas todas as coisas. De certa forma é assim que os filósofos tentam ordenar o mundo conforme seus respectivos pensamentos. Do caos incompreensível eles criam um cosmos capaz de ser compreendido pelo homem.

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